Um cabo de guerra entre a esquerda e a direita pela
Presidência da República
Há 128 anos a população do Rio de
Janeiro, então capital do Império do Brasil, acordava sob um novo sistema de
governo, a República. Na madrugada anterior uma quartelada derrubou o Império
sem a participação popular. Aliás este é um ponto importante já que esta data
ficou conhecida como “Proclamação da república” mesmo tendo sido proclamada
dentro de um quartel, sem a população.
O orgulho pessoal de um Marechal, o interesse
comercial dos grandes produtores de café que haviam tido sua principal força de
trabalho do negro liberta no ano anterior pela Princesa Isabel.
A população que dormiu sob um governo
Imperial, agora descobria que seu soberano havia sofrido um golpe, sob o
barrete frígido da República. Uma república que nascia sem participação popular
alguma, esta é, aliás, uma característica que nossa República manteve durante
todo este tempo, até os dias atuais.
A população negra, que havia sido liberta no
ano anterior, se via desamparada. Agora estavam sob o governo daqueles que
buscaram impedir sua libertação. A “Redentora”, título dado à Princesa Isabel
pela assinatura da Lei Áurea, não mais intercedia por eles, agora eles estavam
sob um governo de grandes produtores de café, seus maiores inimigos.
O medo dos ex-escravos se explicava de forma
simples, os escravocratas entraram em verdadeira guerra contra o governo
imperial, após o 13 de maio de 1888. Hoje sabemos os motivos de tal guerra.
Após ler este registro histórico, de valor
inegável, vemos os motivos dos grandes fazendeiros terem incitado os militares
contra o governo Imperial. Se hoje os negros no Brasil amargam as margens
sociais, isso se deve a nossa república que engavetou os planos Imperiais e
utilizou um ideal positivista negando aos negros o direito à cidadania.
Mas não foram só os negros que foram
abandonados pela nossa república. Ao nascer de uma elite e sem participação
popular alguma, toda a população pobre foi marginalizada, seja branca, negra ou
parda.
Nossa república, que nasceu sem povo,
permanece sem povo até hoje. O 15 de novembro não é neste sentido um feriado a
ser comemorado pelos brasileiros, mas uma data de lamento que precisa ser corrigida.
Uma república que se acostumou a troca de
governos através de golpes de Estado, que viu em seus 128 anos de história, até
então, mais períodos autoritários que períodos de democracia.
O 15 de novembro realmente é uma data que faz
parte de nossa história, mas nem toda data histórica é motivo de comemoração, e
com certeza o 15 de novembro não traz boas lembranças ao brasileiro.
A última década que confirma essas verdades,
elegemos um operário para a presidência e foi uma decepção, está sendo denunciado
como chefe de um grupo criminoso que tomou de assalto o executivo nacional,
tornando o câncer da corrupção uma política de governo e sua metástase se
enraizou em todas as esferas do governo brasileiro, nos Estados e municípios.
Dos poderosos de Brasília ao mais simples cidadão, que fura a fila e esquece de
jogar o lixo nas lixeiras.
E a perspectiva é de mais uma década perdida na
economia e na política, pois 2018 pelo caminhar das candidaturas não terá um
novo para garantir mudanças seguras e eficaz para executar uma limpeza em todos
os palácios e repartições públicas do Brasil.
Os brasileiros estão competindo no famoso
cabo de guerra, onde a esquerda (Lula) e extrema direita (Bolsonaro) puxam cada
um para seu lado os eleitores, principalmente aqueles que aguardam um “novo”
nome para governar o país, numa transição segura pra o desenvolvimento e o
crescimento do Brasil e dos brasileiros.
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