Uma amapaense enfrenta DOIS furacões nos EUA
Por Rita Goebel
Você que mora abaixo da linha do Equador, não tem ideia das mudanças
climáticas que os Estados Unidos da América (EUA) passam, isso em função do
vasto território e da diversidade de características geográficas, os Estados
Unidos apresentam diversos tipos de climas. Grande parte do território
norte-americano encontra-se na Zona Climática Temperada.
Porém, acontecem os verões quentes com temperaturas elevadas (média de
30ºC) nas regiões sul e sudeste do país e a ocorrência de furacões e
tempestades tropicais nas costas sudeste e noroeste nas estações da primavera e
outono.
Os Estados Unidos são o país com a maior comunidade brasileira no
exterior: A estimativa é de que quase 1,5 milhão de brasileiros vivam no país.
Esta semana conversando com a amiga Rita Goebel que é amapaense, mora
há muitos anos na cidade de Magnolia no Texas (EUA), com o marido, o empresário Tom
Goebel e o casal de filhos. Ela faz parte do Instituto Memorial Amapá e é uma
das pessoas responsáveis pelo FaceMemorial que, através de fotos, resgata a
memória de Macapá e seus pioneiros. Rita e professora na The Academy & Kids
Club.
Rita que está desde 1994 (23 anos), nos EUA e consultada como estava
se saindo na passagem dos furacões que estavam assolando a costa americana ela
foi rápida e decisiva “Já sobrevivi a dois furacões, inclusive um que era meu
Xará”.
A amapaense que sobreviveu no Estado do Texas, EUA, ao Furacão Rita que
fez parte da temporada de furacões do Atlântico Norte em 2005. Foi a décima
sétima tormenta, nono furacão, quinto maior furacão e o segundo furacão de
categoria 5 na temporada. O furacão impactou o Estado da Florida, nos Estados
Unidos, Cuba, e em 21 de setembro de 2005 se converteu num furacão de categoria
5 e passou a ameaçar Texas e Louisiana. Tocou na terra no dia 24 de setembro,
entre Texas e Louisiana. Ventos alcançaram 285 km/h e desde 1953 quando iniciou
o sistema de nomeação dos furacões o único com a letra R era o furacão Roxanne
em 1995.
Rita Goebel conta que na época morava em The Woodlands, Texas, em uma
casa de dois andares e resolveram ficar, caso chegassem inundações poderiam
subir para o segundo andar. À tarde do mesmo dia resolveram juntamente com os
vizinhos ir para estrada chamada I-45 e ver se dava para sair da cidade. Porém,
nos deparamos com milhões de pessoas evacuando a cidade com destino a Dallas
que fica a 2 hrs 30 mins de minha casa, era um dia quente e nunca esqueci o
olhar das pessoas dentro dos carros com seus animais, crianças c seus rostinhos
assustados”.
Com uma decisão corajosa a família Goebel resolveu voltar para casa e
enfrentar esse furacão. “Ele tinha o meu nome ‘Rita”. Voltaram mais não
esquecerem os que fugiam para longe da catástrofe anunciada. “Pegamos galões de
água para distribuir para as pessoas, eles nos agradeciam tanto, com lágrimas
nos olhos, já estavam 7 horas no carro e nem haviam saído da cidade. Voltamos com
os corações angustiados de ter visto aquela cena de guerra”.
De madrugada, o furacão passou uivando, quebrando árvores, telhados,
cercas, casas pequenas, muita chuva e vento muito forte. “Nós ficamos no
banheiro no centro da casa esperando passar, pela manhã fomos ver o estrago
causado, árvores nas casas, falta de energia etc...., mais um sentimento de
alegria nos contagiou por saber que estávamos salvos e nossa casa também. Meu
marido dizia eu sobrevivi a dois furacões ‘Rita’”
O outro turbilhão veio acontecer 112 anos depois do ‘Rita’, foi este
ano, em agosto enfrentamos o Furacão Harvey que é um ciclone tropical
tornando-se um furacão de categoria 4 atingiu o Texas em 24 de agosto e ficou
até 25 com intensas chuvas aproximadamente 9 trilhões de agua da chuva
ocorrendo uma enchente em lugares onde pessoas moravam a 30 anos e nunca tinham
visto tanta água o pior desastre na história do Texas e a recuperação da cidade
vai demorar anos.
Mais uma vez a família Goebel resolveu enfrenta mais um furacão. “Nos
também resolvemos ficar e enfrentar o Harvey, desta vez morando em Magnolia,
Texas a alguns quilometres da cidade de Houston, na sexta-feira começamos a
sentir que ia ser brabo, estávamos com a visita do amigo Gilberto Pinheiro, ele
é sua filha foram para o Canadá na manhã do sábado cedinho, meu esposo os
deixou no aeroporto e voltou, nessa noite o furacão passou e veio com chuva
daquelas ‘bagudas’, parecia um dilúvio com relâmpagos e trovões, por sorte não
tinha vento forte.
Rita Goebel, conta que ao amanhecer foi olhar o estrago deixado pelo
ciclone. “Pela manhã fui ver o estrago, me deparei com os córregos da minha rua
como se fossem rios, os vizinhos não tinham eletricidade e algumas árvores no
chão, no quintal. Nossa casa estava tudo bem. A entrada do condomínio só
entrava de barco e no fim da rua algumas pessoas tinham água na garagem. Já em
Houston e nos arredores muitas casas tinham água na altura da cintura, uma
tristeza de ver pessoas perderem suas fotografias, seus documentos e anos de
histórias de suas vidas. Mais uma vez Deus nos poupou e só temos que agradecer”.
Destaque-se que o “Irma”, que assombrou o EUA passou longe da família
Goebel, mas deixou muitas famílias de brasileiros e americanos destroçados.
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