domingo, 25 de junho de 2017

FALA FONO

Marcos do Desenvolvimento da Linguagem : O que é normal e até quando esperar?


Olá leitores! Sejam bem-vindos a mais um Fala Fono!!


Sempre recebo muitas dúvidas em relação ao desenvolvimento da linguagem, “o que é normal nos primeiros anos de vida?”, “até quando esperar que a criança fale?”, “quando procurar a Fono?”.
Hoje falaremos sobre o que é típico no desenvolvimento da linguagem, o que é um desvio da normalidade, até quando seria “seguro” esperar pela fala/linguagem e quando procurar ajuda!
Antes de começarmos é importante conceituar o que é Linguagem e o que é Fala. A Linguagem é uma capacidade estritamente humana de se expressar. Essa expressão pode ser verbal (através da fala) ou não verbal (linguagem corporal, troca de figuras, libras, gestos). A Fala é a manifestação verbal da linguagem. Portanto, é possível que a pessoa tenha linguagem, mas não fale (deficiente auditivo não oralizado, por exemplo), ou fale e tenha uma desordem na linguagem (por exemplo, afasia pós AVC). A título de curiosidade, um exemplo bem concreto de fala sem linguagem, seria a fala do papagaio.
A tabela abaixo mostra o que é típico em cada período e os principais sinais de alerta.

Expressão
Compreensão
Sinais de alerta!
0 a 6 meses
Choros diferentes para diferentes necessidades. Vocaliza vogais prolongadas. Mais tarde balbucios (bababa, dadada)
Reage a estímulos sonoros. Procura de onde vem o som. Reage a seu nome.
Não reage a sons. Não sorri. Não estabelece contato visual.
6 a 12 meses
Usa maior variedade de sons no balbucio. Diz as primeiras palavras. Imita os sons dos animais.
Olha para os familiares quando nomeados. Compreende expressões faciais e ordens simples.
Não produz sons. Não reage a sons. Não reage ao seu nome. Não interage.
12 a 18 meses
Vocabulário de 3 a 20 palavras. Repete palavras.
Compreende de 50 a 75 palavras. Identifica objetos comuns e partes do corpo.
Não reage a estímulos. Não usa palavras isoladas.
18 a 24 meses
Vocabulário com cerca de 50 palavras. Forma frases com 2 palavras. Fala o próprio nome. Fala ininteligível, na maior parte do tempo.
Compreende cerca de 300 palavras. Compreende perguntas simples (“Quer comer?”). Compreende ordens com 2 comandos (“Vá a cozinha e pegue o copo”).
Não compreende ordens simples. Tem vocabulário reduzido (4 a 6 palavras).
2 a 3 anos
Vocabulário com mais ou menos 500 palavras. Começa a usar o “passado”. Usa frases simples. Pode apresentar períodos de “gagueira”.
Compreende cerca de 900 palavras. Compreende perguntas do tipo “quem?”, “qual?”, “onde?”. Compreende os conceitos “dentro”, “em cima”.
Vocabulário reduzido. Não compreende comandos simples. Não elabora frases simples.
3 a 4 anos
Vocabulário com mais ou menos 800 palavras. Inicia conversações. Faz muitas perguntas. Usa plural. Pode produzir incorretamente os sons do “s”, “z”, “j” e “ch”.
Compreende cerca de 1200 palavras. Compreende “manhã”, “tarde” e “noite”. Compreende conceitos espaciais “frente”, “atrás”, “por cima”, “por baixo”.
Utiliza discurso que ninguém compreende. Usa mais gestos do que palavras.
4 a 5 anos
Vocabulário com cerca de 1700 palavras. Inventa histórias. Descreve acontecimentos passados. Utiliza frases complexas. Usa pronomes. Usa verbos e plurais de forma incorreta.
Compreende cerca de 2700 palavras. Conhece opostos. Dá atenção e ouve histórias, conversações e filmes.
Não descreve acontecimentos, troca alguns sons. Não faz perguntas.
5 a 7 anos
Vocabulário similar ao adulto. Produz corretamente todos os sons da língua.
Compreende situações abstratas.
Apresenta trocas na fala. Forma frases agramaticais “João gosta de maça comer.”
Mais de 7 anos
Competências de fala e escrita adequadas.
Compreensão oral e de leitura adequadas.
Troca sons na fala. Não reconhece letras.

Atentos à tabela, fica fácil saber quando procurar um especialista, ou seja, sempre que percebermos um SINAL DE ALERTA! Sim! Ainda antes de 1 ano pode ser que seja necessário buscar avaliação e orientação especializadas.
Tudo bem, devemos respeitar o tempo de cada criança, algumas vão demorar um pouco mais para falar. Alguns profissionais sugerem que essa espera não exceda 4 ou 6 meses, baseados nos marcos do desenvolvimento. Eu, particularmente não aconselho a espera, ou podemos perder tempo precioso de intervenção, o período crítico de aquisição da linguagem (já falamos sobre ele por aqui, em edições anteriores!).
Então é isso, pessoal! Se restaram dúvidas, enviem no meu e-mail lufarago@hotmail.com, responderei com satisfação!
O Fala Fono!! vai ficando por aqui! Nos encontramos na próxima semana!
Fala Fono!!




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