Marcos do Desenvolvimento da
Linguagem : O que é normal e até quando esperar?
Olá leitores! Sejam bem-vindos a mais um Fala Fono!!
Sempre recebo muitas dúvidas em relação ao desenvolvimento da
linguagem, “o que é normal nos primeiros anos de vida?”, “até quando esperar
que a criança fale?”, “quando procurar a Fono?”.
Hoje falaremos sobre o que é típico no desenvolvimento da
linguagem, o que é um desvio da normalidade, até quando seria “seguro” esperar pela
fala/linguagem e quando procurar ajuda!
Antes de começarmos é importante conceituar o que é Linguagem
e o que é Fala. A Linguagem é uma capacidade estritamente humana
de se expressar. Essa expressão pode ser verbal (através da fala) ou não verbal
(linguagem corporal, troca de figuras, libras, gestos). A Fala é
a manifestação verbal da linguagem. Portanto, é possível que a pessoa tenha
linguagem, mas não fale (deficiente auditivo não oralizado, por exemplo), ou
fale e tenha uma desordem na linguagem (por exemplo, afasia pós AVC). A título
de curiosidade, um exemplo bem concreto de fala sem linguagem, seria a fala do
papagaio.
A tabela abaixo mostra o que é típico em cada período e os principais
sinais de alerta.
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Expressão
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Compreensão
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Sinais de alerta!
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0 a 6
meses
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Choros diferentes
para diferentes necessidades. Vocaliza vogais prolongadas. Mais tarde
balbucios (bababa, dadada)
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Reage a estímulos
sonoros. Procura de onde vem o som. Reage a seu nome.
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Não reage a sons. Não sorri. Não estabelece contato
visual.
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6 a 12
meses
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Usa maior
variedade de sons no balbucio. Diz as primeiras palavras. Imita os sons dos
animais.
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Olha para os
familiares quando nomeados. Compreende expressões faciais e ordens simples.
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Não produz sons. Não reage a sons. Não reage ao seu
nome. Não interage.
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12 a 18
meses
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Vocabulário de 3 a
20 palavras. Repete palavras.
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Compreende de 50 a
75 palavras. Identifica objetos comuns e partes do corpo.
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Não reage a estímulos. Não usa palavras isoladas.
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18 a 24
meses
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Vocabulário com
cerca de 50 palavras. Forma frases com 2 palavras. Fala o próprio nome. Fala
ininteligível, na maior parte do tempo.
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Compreende cerca
de 300 palavras. Compreende perguntas simples (“Quer comer?”). Compreende
ordens com 2 comandos (“Vá a cozinha e pegue o copo”).
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Não compreende ordens simples. Tem vocabulário
reduzido (4 a 6 palavras).
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2 a 3
anos
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Vocabulário com
mais ou menos 500 palavras. Começa a usar o “passado”. Usa frases simples.
Pode apresentar períodos de “gagueira”.
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Compreende cerca
de 900 palavras. Compreende perguntas do tipo “quem?”, “qual?”, “onde?”.
Compreende os conceitos “dentro”, “em cima”.
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Vocabulário reduzido. Não compreende comandos
simples. Não elabora frases simples.
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3 a 4
anos
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Vocabulário com
mais ou menos 800 palavras. Inicia conversações. Faz muitas perguntas. Usa
plural. Pode produzir incorretamente os sons do “s”, “z”, “j” e “ch”.
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Compreende cerca
de 1200 palavras. Compreende “manhã”, “tarde” e “noite”. Compreende conceitos
espaciais “frente”, “atrás”, “por cima”, “por baixo”.
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Utiliza discurso que ninguém compreende. Usa mais
gestos do que palavras.
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4 a 5
anos
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Vocabulário com
cerca de 1700 palavras. Inventa histórias. Descreve acontecimentos passados.
Utiliza frases complexas. Usa pronomes. Usa verbos e plurais de forma
incorreta.
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Compreende cerca
de 2700 palavras. Conhece opostos. Dá atenção e ouve histórias, conversações
e filmes.
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Não descreve acontecimentos, troca alguns sons. Não
faz perguntas.
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5 a 7
anos
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Vocabulário similar ao adulto. Produz
corretamente todos os sons da língua.
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Compreende situações abstratas.
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Apresenta
trocas na fala. Forma frases agramaticais “João gosta de maça comer.”
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Mais de
7 anos
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Competências de fala e escrita adequadas.
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Compreensão oral e de leitura adequadas.
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Troca sons
na fala. Não reconhece letras.
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Atentos à tabela, fica fácil saber quando procurar um
especialista, ou seja, sempre que percebermos um SINAL DE ALERTA! Sim!
Ainda antes de 1 ano pode ser que seja necessário buscar avaliação e orientação
especializadas.
Tudo bem, devemos respeitar o tempo de cada criança, algumas
vão demorar um pouco mais para falar. Alguns profissionais sugerem que essa
espera não exceda 4 ou 6 meses, baseados nos marcos do desenvolvimento. Eu,
particularmente não aconselho a espera, ou podemos perder tempo precioso de
intervenção, o período crítico de aquisição da linguagem (já falamos sobre ele
por aqui, em edições anteriores!).
Então é isso, pessoal! Se restaram dúvidas, enviem no meu
e-mail lufarago@hotmail.com,
responderei com satisfação!
O Fala Fono!! vai ficando por aqui! Nos encontramos na
próxima semana!
Fala Fono!!
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