Zoneamento Ecológico/Econômico
da Amazônia
Resultados
são apresentados no Amapá
A EMBRAPA, o Ministério do
Meio Ambiente e o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá
(IEPA) apresentaram na quinta-feira (2), os resultados do Projeto Uniformização
do Zoneamento Ecológico-Econômico da Amazônia Legal (UZEE) aos gestores públicos,
técnicos, acadêmicos e demais interessados no tema. O projeto aponta quais as
áreas aptas para o plantio de espécies produtoras de energia em todos os
Estados da Amazônia Legal e implementa um sistema integrado de informações
sobre a região. A apresentação será realizada das 8h30 às 12h, no auditório do
Museu Sacaca, localizado no Bairro do Trem, em Macapá (AP).
Os dados do projeto UZEE
Amazônia Legal são resultados da compatibilização de legendas e mapas,
cruzamento e análise de informações obtidas nos zoneamentos dos nove estados da
região: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins
e parte do Maranhão. Como a produção de energia renovável e sustentável é um
desafio global, o UZEE Amazônia Legal está indicando as espécies
agroenergéticas mais adaptadas à região e as áreas aptas para o cultivo. Entre
as espécies florestais identificadas está o tachi-branco, cujo sistema de
produção já foi desenvolvido pela instituição de pesquisa. A intenção não é
restringir as potencialidades da região, nem impor outras atividades
produtivas, mas sim racionalizar o uso do território e organizá-lo em torno de
premissas ambientais, econômicas e sociais que respeitem e valorizem a vocação
da região.
Território
Dos 5.217.423 km² que
integram a Amazônia Legal, um total de 1.740.608,4 km² foi observado pelo
projeto UZEE-AML. Essa área é um recorte das áreas alteradas pela ocupação
humana na região e mais o entorno, em um raio de 5km. Ela é constituída por
áreas desflorestadas e áreas com cobertura florestal que têm um maior grau de
vulnerabilidade. No Amapá, a área antropizada é cerca de 34 mil km², o que
corresponde a aproximadamente 2% do total da área observada pelo projeto nos
nove Estados. Nela estão concentradas as principais atividades produtivas do
Estado.
Um dos resultados
importantes do projeto é a proposta de criação de alguns corredores ecológicos
dentro da área observada, visando a conexão de florestas remanescentes e áreas
de vegetação secundária para a conservação da biodiversidade nesses locais.
"A ideia é diminuir a pressão sobre as florestas primárias e em
regeneração e aproveitar melhor as áreas já antropizadas utilizando sistemas de
produção mais intensivos, com elevada produtividade", completa Adriano Venturieri,
coordenador do projeto e chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental (Pará).
"Com o Projeto UZEE
Amazônia Legal, é possível articular todos os zoneamentos feitos para os
estados da região e potencializar o uso de áreas antropizadas - já modificadas
pelo homem - para a agricultura, pecuária e floresta, numa perspectiva
macrorregional", explica Venturieri. Os resultados orientam Estados,
municípios e até o governo federal, sobre a formulação de políticas públicas
para a região.
O Zoneamento
Ecológico-Econômico (ZEE) é uma ferramenta de gestão, que por meio da análise
de mapas de aptidão agrícola, solos, clima e outros, indica os potenciais
produtivos de regiões, estados e municípios, valorizando as caraterísticas de
cada área, suas vocações e a população local. Todos os Estados da Amazônia
Legal possuem zoneamentos e o trabalho do grupo foi uniformizar legendas,
mapas, classes de uso e cobertura da terra, entre outros atributos, nessas
ferramentas, organizá-las em torno de um sistema interativo.
Sistema
O Sistema Interativo de Análise Geoespacial da
Amazônia Legal - SIAGEO - é um dos resultados do UZEE Amazônia Legal. Trata-se
de uma base de informações territoriais integradas que permite um maior
conhecimento do território amazônico. De acordo com o pesquisador João Vila, da
EMBRAPA Informática Agropecuária, o sistema reúne dados geoespaciais produzidos
nas diversas iniciativas de ZEEs da região, como mapas de gestão, solos,
geologia, cobertura vegetal e uso da terra, áreas protegidas, áreas indígenas,
entre outros. "Além disso, possibilita a visualização, a composição e o
download de mapas georreferenciados e de informações, de acordo com o interesse
e a necessidade do usuário", explica o pesquisador. As informações
contidas no SIAGEO serão validadas junto ao poder público local para posterior
lançamento à sociedade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário