quinta-feira, 30 de julho de 2015

ARTIGO



Viajando por aí

Gabriel Fagundes

Queridos leitores...
O peregrino, que agora vos escreve, decidiu uma vez mais compartilhar a experiência de viajar pelo Brasil e as impressões que tive e terei ao longo dessa jornada. O nosso país tem muitas coisas a oferecer, pessoas a conhecer, lugares para se visitar. Interiores, áreas urbanas, cidades pequenas, grandes, matos, matas, praias, praças, enfim... vivemos num país de dimensões continentais, belo e diverso. A minha esperança é que, através dos meus textos, vocês possam ter contato, mesmo que um singelo contato imaginário, com os cantos e encantos de nossa pátria.

Pirateando em Recife
Minha primeira parada é Recife, Pernambuco. Posso afirmar com veemência que não poderia ter escolhido melhor lugar. Aqui, escolhi ficar num hostel/albergue chamado “Piratas da Praia”. Outra escolha certeira. Uma coisa liga a outra.
Recife me recebeu de braços abertos e com um beijo no rosto, embora estivesse levemente triste, com céu nublado. As pessoas, na rodoviária, falavam com gentileza e um sotaque cativante. A primeira impressão que tive foi a melhor. E tudo só se confirmou quando cheguei ao hostel.
Qual a bandeira de Pernambuco, tal o interior do ‘Piratas da Praia’. Um lugar colorido e acolhedor desde o primeiro instante. O caminho até a recepção é curto, embora faça-se longo porque tudo é chamativo. Quadros, fotos, mensagens, esculturas... tudo parece ter sido cuidadosamente colocado, numa estratégia criativa que impressiona. Ao chegar na recepção, a já citada gentileza recifense faz-se presente.
Basta alguns minutos mais para se perceber outro ponto que prende a atenção e atiça a curiosidade: a pluralidade cultural presente no hostel Piratas. Brasileiros aqui são minoria, diga-se de passagem. E isso torna o lugar ainda mais interessante. A troca de ideias e a conversação são fáceis, e o ambiente ajuda muito nisso. Descontraído, aconchegante, jovem, alternativo, animado. São tantos adjetivos possíveis de se aplicar.
Nos bastidores, a mente criadora que deu forma ao hostel é um cinquentão bem-humorado e carismático. Pude conversar com Roberto de Mello, o fundador do Piratas da Praia, e da conversa absorvi experiências e aventuras e pude, pelo menos um pouco, entender o porquê do Piratas da Praia ser um lugar tão especial pra quem quer conhecer Recife e ir além.
Fiquei curioso quanto ao surgimento da filosofia e da aura que paira sobre todo o hostel e sobre as pessoas que nele ficam e perguntei a Roberto. “Para além da ética, dos padrões de transparência e honestidade, sustentabilidade, educação, o respeito mútuo – nós queremos que as pessoas se livrem do bullying interno e mostrem o melhor de si”. E o ambiente se faz totalmente propício a essa “mostragem”.
Goste você de rock, reggae, samba, axé, funk, sertanejo. Goste você mais de preto no branco, ou branco no preto ou colorido. Não importa. No Piratas da Praia você vai achar alguma parte de você, alguma coisa, alguma minúscula partícula que agrega e se identifica com você. Da mesma forma, você vai deixar algo que se juntará a outra pessoa. “Cada vez que dou um passo, meu mundo sai do lugar”, diria Roberto.
Mais do que um simples lugar para passar a noite, um hostel precisa oferecer uma experiência para a vida. E o Piratas da Praia tem disso, e tem muito mais. Te dá amigos, te dá novos destinos, te apresenta universos que você, antes de chegar, não imaginava que existissem. Um pouco de Recife e do mundo está aqui.
Pessoal, meu próximo destino é Bahia... ou São Paulo. Ainda não sei. O tempo vai dizer. Espero que tenham gostado. Saudações e bom carma!


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