FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS TEM NOVA CHANCE
A Federação das Indústrias do Estado do Amapá
continua no seu inferno astral, agora com o afastamento da presidente Josi
Rocha e a volta ao comando da entidade de uma comissão provisória presidida
pelo presidente do Sindicato das Indústrias da Madeira, Joferson Costa de
Araújo e Silva, conselheiro do Conselho de Representantes desde a fundação em
dezembro de 1990.
Pela importância que tem no cenário industrial
do Amapá, a Federação das Indústrias é uma instituição sindical de grau
superior, que cuja administração deveria comandar o Departamento Regional do
Serviço Social da Indústria no Amapá (SESI-DR/AP) e o Departamento Regional do
Serviço de Aprendizagem Industrial no Amapá (SENAI-DR/AP).
Tanto o SESI como o SENAI são organizações
mantidas pela indústria local, com apoio e orientação dos respectivos
departamentos nacionais. O SESI com a responsabilidade primária de atender, nas
áreas social, cultural, educacional e médica, os trabalhadores do setor
industrial do Amapá; e o SENAI para atender a preparação da mão de obra para a
indústria local.
As dificuldades gerenciais enfrentadas pela
Federação das Indústrias do Estado do Amapá refletem nas administrações
técnicas que devem ser executadas no SENAI e no SESI, com atendimento
prioritário ao trabalhador da indústria e seus familiares, mas com a necessária
integração com a comunidade.
O crescimento da importância da Federação
despertou interesses de políticos – o que já havia acontecido em outros Estados
– e a direção da entidade passou a fazer parte do plano de poder daqueles que
conseguiam um mandato eletivo.
Fátima Pelaes, primeiramente; Vinícius
Gurgel, logo em seguida e Josi Rocha foram atraídos para a presidência da FIEAP
sem que houvesse o preparo necessário para exercer uma das mais complicadas
administrações do país. Mista na prática, pública na realidade e com a
fiscalização de cada um dos setores da indústria ativa do Estado.
O primeiro pecado foi a “invenção” de
sindicatos que não são representativos e a eleição de presidentes
descomprometidos com o setor industrial e comprometidos com o setor político
partidário.
Esse cenário levou a Federação a sucessivas
crises com as intervenções no SESI e no SENAI, além da desfiliação da Federação
Amapaense dos quadros da Confederação Nacional da Indústria – CNI.
A crise instalou-se quando houve a
banalização de cargos tanto no SESI como no SENAI, preenchidos para atender
acordos não confessáveis entre conselheiros e dirigentes, em uma busca de
vantagens, sem levar em consideração que o dinheiro das instituições era do
trabalhador.
Os resultados foram catastróficos.
Recentemente a Federação das Indústrias do
Amapá ficou sem pagar os funcionários, como ainda permanece, por seis meses
seguidos, estando, nesse momento, além de cinco meses de atraso de salários,
sem cumprir o cronograma de férias e o pagamento do 13.º salário, uma vez que
foi cessada o auxilio financeiro aportado pela Confederação das Indústrias e
essa se tornara a única fonte de renda da Federação.
Ainda conta a ‘federação’ com um braço
educacional e de apoio que e o do Instituo Euvaldo Lodi, com atribuição,
inclusive, de colocar mão de obra para estágio o que seria a sua principal
fonte de renda.
Sem qualquer plano, segue a Federação com
frentes de lutas na Justiça do Trabalho (com relação ao pagamento dos
funcionários dispensados), no Ministério do Trabalho (na luta por
reconhecimento ou não de sindicatos) e com a Confederação, para a readmissão plena
da FIEAP nos quadros sociais da entidade nacional.
Os sindicatos patronais da indústria no Amapá
têm, agora, mais uma oportunidade para corrigir todas essas falhas e seguir em
frente com a missão que tem a Federação de capitanear o desenvolvimento da indústria
local.
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