sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Pioneirismo








         Eu sou aquela mulher que formou uma família através da força do amor,
eu sou aquela mulher que gerou filhos lindos através do milagre da vida.
Eu sou principalmente aquela valente mulher que viveu o plano mais lindo que Deus tem para cada ser humano, graças a minha coragem de renuncia...
e os planos de Deus nunca falha!


Maria Augusta Ventura Costa, educadora e administradora pública. 10 anos de falecimento

 Reinaldo Coelho


Uma pioneira, uma guerreira: A força da mulher nas quatro  frentes de trabalho: Esposa, mãe, dono de casa e profissional. Apesar de a situação ter mudado muito nos últimos anos, o ramo de administração pública ainda possui uma mão de obra predominantemente masculina, uma das raras exceções é a educação, onde a mulher tem seu destaque.
Esta semana estaremos contando a trajetória de uma educadora e administradora pública municipal, Maria Augusta Ventura Costa, que dedicou sua vida ao município de Macapá.

As dificuldades no ambiente de trabalho foram superadas pela garra e paixão ao serviço público. Natural de Belém, capital do Pará, Maria Augusta chegou até Macapá na década de cinquenta acompanhando a irmã mais velha, a pioneira na medicina do Amapá, Emília Martins Ventura Picanço que veio a convite exercer a medicina no então Território Federal do Amapá. A jovem médica Emília Ventura, trouxe os pais Eduardo Ventura Costa e na Dona Clemencia Martins Ventura, de origem portuguesa e Augusta então com 21 anos de idade e caçula da família, enquanto se mantinha em Belém a médica pediatra Clara Augusta Ventura e fazendo residência no Rio de Janeiro a médica Alice Augusta Ventura. Além da Isaura do Vale e Adelaide Menezes.

Trabalho
Uma exigência da família era que os seus membros tinham de trabalhar e estudar, para manter a mente ocupada e foi isso que Maria Augusta fez, logo começou a atuar na Prefeitura de Macapá, na gestão do professor Heitor de Azevedo Picanço lecionando na Escola do Elesbão  em seguida foi atuar na Escola Paroquial Padre Dário, administrada pelo Padre Antônio Cocco, no Bairro do Trem (1959/1960) em seguida em 1961 na administração do Doutor Ronaldo Souto Maior, atuou na Escola Heitor Picanço.

Retorno a Belém
Com a indicação de Heitor de Azevedo Picanço para representar o ex-Território Federal do Amapá, junto a SUDAM foi posta a disposição daquele órgão  na função de Secretária do Planejador (61/63).  Em 1964 Maria Augusta teve de acompanhar sua mãe com problemas de saúde.
Família Ventura

Durante esse período Maria Augusta, em 21 de abril de 1964 contrai matrimônio com Manoel Santana dos Santos Costa. Retorna a Macapá em 1968, trazendo no colo sua primogênita Rita Florença Ventura e assume a direção da Escola Rondônia, na administração de Augusto Pôrto Carrero. Em 1969 atuou na Campanha Nacional de Alimentação Escolar (CNAE)

Implantação da Câmara Municipal de Macapá

A nossa pioneira Maria Augusta Ventura Costa, foi uma das primeiras servidoras do município de Macapá, a servir na recém-estruturada Câmara Municipal de Macapá, assumindo a Secretária de Administração e Finanças na gestão dos vereadores Stephan Houat e Walter Banhos de Araújo (1969/1975).  Através da CMM participou de diversos cursos, estagiando na Câmara Municipal de Belém (PA), do Curso de Funcionamentos das Câmaras Municipais em Brasília e estagiou na Biblioteca do Serphan (DF)

Combate ao analfabetismo

Retomou suas atividades de educadora ao assumir a Assessoria de Relações Públicas da Prefeitura de Macapá e a Presidência do MOBRAL/Comum/Macapá, na administração do gestor Cleiton Figueiredo de Azevedo e de Domício Campos de Magalhães (1977/1979). O Movimento Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL foi criado para combater o analfabetismo dos adultos no Brasil. Mas logo após a queda do regime militar o MOBRAL foi substituído pela Fundação EDUCAR extinta em 1990, pelo então governo Collor.

Família                                           

Mãe, esposa, profissional, dona de casa, estudante... Assumir todos esses papéis diariamente não é algo fácil. Mas em meio a todas as tarefas, a mulher vem se destacando e demonstrando sua força para vencer cada jornada. Na década de 70, era papel fundamental para uma mulher ser casada, mãe e dona de casa, porém a sociedade foi evoluindo e a mulher foi ocupando espaços dentro do mercado de trabalho e brigando pelo respeito que lhe é merecido. Ainda falta muito, porém um bom caminho já foi percorrido. Maria Augusta Ventura Costa, foi um dos exemplos desta briga, pois mesmo casada teve de criar seus filhos sozinha, logico com o apoio de sua família, mais a responsabilidade ficou sendo sua, pois o esposo Manoel Santana dos Santos Costa, foi estudar a faculdade de Direito em Belém (PA) e retornava a Macapá somente nas férias, visto a dificuldade de transporte e o custo financeiro de semanalmente aqui vir.
Para ajudar na economia domestica, Maria Augusta verificou que uma das defasagens na administração pública era bons datilógrafos, hoje digitador, e resolveu fundar uma Escola Profissional de Datilografia, que denominou “Santa Rita”, instalada em uma das salas de sua residência, localizada na Rua Eliezer Levy esquina com a Avenida Presidente Vargas, onde formou e consegui classificar nos primeiros lugares em todos os concursos realizados no Amapá.
Paralelo, atuava como uma mãe severa e carinhosa na criação dos filhos Rita Florença, Eduardo Augusto e Giovanni Paulo Ventura. Teve a felicidade ter a família se robustecido com as netas Irma Ventura e Geovanna Ventura. Ficou viúva em 1981de Manoel Santana dos Santos Costa, advogado.
 Após a aposentadoria em 1997, Maria Augusta retorna a Belém para acompanhar o termino da formação dos filhos e logo em seguida os encaminha para o Amapá, para exercerem suas atividades profissionais, demonstrando assim quando valorizava esse torrão Tucuju.

Para demonstrar a grandeza dessa pioneira e o amor dela pela família e pelo Amapá, veio em janeiro de 2005, fazer uma visita de férias e aqui ficou para sempre, Maria Augusta Ventura Costa deixou este plano no Dia Internacional da Mulher,  8 de março de 2005.
Uma homenagem dos filhos, familiares e amigos aos dez anos de falecimento dessa guerreira:
O dia oito de março de 2005 poderia ter sido um dia comum, mas não foi! Era o Dia Internacional da Mulher e a data de falecimento da nossa querida Maria Augusta Ventura Costa.
Podemos dizer aqui para todos vocês e com toda franqueza, que um pedaço de nós morreu. Morreu com a partida dela. A mulher que amávamos e que com toda certeza nós amava também, incondicionalmente.
Nada na vida acontece por acaso, podem ter certeza. Você veio aqui para se despedir. Mulher forte, valente, como poucos, que não existem mais. Generosa com todos. Confiava nas pessoas e continuava confiando mesmo quando se decepcionasse, a batalhar pelos meus objetivos e mesmo estando diante dos obstáculos da vida, lutar e não desistir nunca. Creio que este era seu lema.
                                             
                                     









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