Depois da
tempestade
Definitivamente o Amapá passou por seus piores quatro anos
recentemente. Tentou-se de todas as formas implantar por aqui uma republiqueta
pseudo socialista bem aos moldes castristas e chavistas, claro que não deu
certo a não ser no pensamento tacanho do então gestor.
Assim como Fidel, ele tentou governar para o próprio umbigo e
esqueceu de um detalhe mais do que importante, o diálogo. E para que haja a
execução de tal palavra é necessário ouvir para depois falar e vice e versa. Ao
contrário, as coisas foram feitas em monólogo, de cima para baixo. Havia apenas
um pensamento correto e único, o dele e pronto.
Não precisa dizer que o fracasso foi completo. Um destes
setores a naufragar foi a segurança pública, que amargou o aumento desenfreado
da criminalidade e colocou o Amapá em relatórios nacionais e internacionais
como um dos Estados mais violentos.
Sem planejamento, o Amapá navegava à deriva tendo em seu
timão um marinheiro de primeira viagem vaidoso o suficiente para não admitir
que não sabia nada do que estava fazendo e cada vez se embrenhava ainda mais em
mar aberto rumo a águas tortuosas.
Por fim o navio foi de encontro à tempestade e acabou
naufragando com um rombo majestoso no casco. Antes, porém, todos os avisos
foram dados com relação à mudança de rota. Nenhum foi escutado.
A nova tripulação tem a dura missão de fazer emergir a
embarcação que foi a pique. E ainda remendar o enorme buraco do casco por onde
a água inundou tudo. O trabalho começou é certo e ainda há muito o que fazer. A
verdade é que o barco já começa a flutuar e agora tem rota definida e o
comandante consulta a tripulação e as cartas de navegação.
Dentro, estão os passageiros confiantes no porto seguro e
cansados de navegar à deriva. Agora, já em águas mais calmas já passam a
confiar em quem os tripula. O mar está calmo e já não lembra mais aqueles dias
de tempestade torrencial.
É, podemos sim ser comparados a este barco que passou quatro
anos sem saber onde ia, como se fosse uma nau pilotada por uma criança
impressionada com os botões da cabine de controle.
Um barco mal tratado que começa uma nova rota em uma nova
época em novos ares. Os olhares para este rumo novo estão cheios de esperança.
Uma esperança que nunca acabou, mesmo na época em que foi preciso afundar com o
navio na certeza de vê-lo ressurgir depois.
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