sexta-feira, 21 de novembro de 2014

EDITORIAL



A prostituta que virou noiva

Muitos vultos da esquerda de “ontem” devem estar se revirando em seus túmulos ao verem ações de políticos como Randolfe Rodrigues e Clécio Luís, ditos “socialistas” defensores dos interesses populares. A relação não para por aí. Segue como Camilo e João Capiberibe, este último se achando o “pai da moralidade”, mas na verdade cassado por compra de votos e ainda acusado de comprar uma casa paga com dinheiro público.
Mas o choque é ainda mais forte para os comunistas e socialistas desencarnados e porque não dizer para os que estão em matéria. Mas falamos de uma esquerda de verdade, não de arremedos. Os que seguem a ideologia que muitos dizem ser utópica, e que se for mesmo analisada, é. Mas que mesmo assim acreditam, se aterrorizariam com o que estes senhores pensam e fazem no Amapá.
Aqui mesmo, neste Estado separado do Brasil pelas matas densas e rios da Amazônia. Para muita gente, “a terra que o mundo esqueceu”. Pois é, aqui, ultimamente, jacarés e pirarucus estão voando lado a lado com búfalos. Tudo por conta do poder político que pensam ter estes ditos “socialistas”.
A teoria do socialismo utópico não deixa de nos ser reforçada por eles, que contrariam tudo que um dia foi pensado por Marx, Engels e metaforizado por Kafka em seu clássico “Metamorfose”. E já que é utópico, para que ser respeitado?
Ora, em que lugar do mundo um partido socialista dissidente de outro com ideias também socialistas, se aliaria a uma sigla de extrema direita. Se houve dissidência, é óbvio que existiu a discordância.
Nobre leitor, não estamos em nenhum “Acidente em Antares”. Isto aconteceu aqui, em Macapá, capital do Amapá. PSOL juntou-se ao direitista extremo DEM e ao PTB e também ao PSDB. Foram ao mesmo palanque, compartilharam das mesmas ideias... enredo de dar inveja em Dias Gomes, Ariano Suassuna, Graciliano Ramos e porque não ao trágico Edgar Alan Poe.
O primeiro capítulo foi ao ar em 2012. O segundo, agora recentemente nas eleições para o governo. E o eleitor então pergunta: Mas e o partido, o que acha disso? A resposta é clara e lúcida: Um absurdo. Não se pode aceitar tal comportamento que chega a ser vergonhoso.
Já para os protagonistas, tudo é normal e quem está errado é o partido por ser tão radical e rancoroso. A aliança foi feita para vencer oligarquias e corrupção. Interessante uma esquerda que se intitula moralista, aliar-se à direita tão duramente criticada por esta mesma esquerda que se aliou. Complicado né? Eles são assim mesmo, e ainda por cima, atrapalhados. Seria mais ou menos como pegar a prostitua na esquina, dar nela um “banho de loja” e apresentar à família como noiva, casando logo depois cumprindo uma exigência para não perder a herança.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...