sexta-feira, 11 de julho de 2014

ESPECIAL

Eleições 2014

“O Amapá precisa de convergência política e não de divergência” - Bruno Mineiro Candidato ao governo do Estado do Amapá

Roberto Gato
Da Reportagem


Bruno Mineiro, deputado estadual de primeiro mandato, filiado ao PT do B, recebeu uma enorme incumbência de uma conjuntura política local que reuniu grandes lideranças e lhe deram a responsabilidade para conduzir uma candidatura ao governo do Estado. E ao que parece, está aos poucos comendo pela borda esse prato quente. Apesar de ter sido uma das últimas candidaturas anunciadas, seu nome começa a despontar nas pesquisas de intenção de voto.
Para quem optou pela vida privada, imaginar que uma convivência de quatro anos no legislativo foi o suficiente para fazê-lo mudar os planos de sua vida. Secundarizou a vida de empreendedor da Construção Civil e hoje concorre ao pleito para o cargo mais alto da política amapaense. Governador.

Bem! A estreia foi exitosa, conquistou um mandato no parlamento estadual e agora encara, talvez seu maior desafio juntamente com a jovem Aline Gurgel (PR), advogada e uma das mais brilhantes vereadoras do município de Macapá.
Na base de apoio dessa chapa, nove partidos deram sustentação a esse projeto político e, portanto, a Chapa encabeçada por Bruno Mineiro vai às urnas, disputando o Setentrião com respaldo de políticos experientes, respeitados e de sólido conhecimento sobre as problemáticas do Amapá. 

E é com seu ar conciliador que Bruno veio a redação do Tribuna Amapaense falar de suas propostas para o Amapá e da maneira como quer conduzir sua campanha. Vamos a entrevista:

*  Tribuna Amapaense (TA) - Bruno por que desse giro de 360° na sua carreira política. De estadual ao governo?
Bruno Mineiro: Bem, primeiro resistir em entrar para a política. Nasci em Belém, vim com sete meses para Tartarugalzinho, estudei em Macapá e fui para Minas fazer faculdade. Cursei engenharia e me preparei para atuar na minha área como empresário da Construção Civil, mas meu pai é político e sempre me assediou para que eu viesse a concorrer. Como bom filho não resistir por muito tempo. Em 2010 me elegi deputado e agora estava disposto a concorrer a uma cadeira na Câmara Federal, mas recebi essa missão e não sou de fugir dos desafios. Estamos na luta e vamos disputar a eleição ao governo.

n TA - Os analistas políticos preveem uma campanha marcada pelos ataques pessoais e a crítica desqualificadora das biografias dos candidatos. Como encara isso?
Bruno Mineiro - Não estou pensando e nem preocupado com isso. Minha visão e do grupo que me apoia é de que precisamos fazer uma campanha ética, propositiva, apresentando para a sociedade amapaense propostas, sólidas, palpáveis e exequíveis que possam mudar a realidade que o Amapá vive. Não queremos apresentar um programa de governo com propostas fantasiosas, irrealizáveis, mas algo que seja possível fazer para que o amapaense tenha uma melhora significativa na sua qualidade de vida.

n TA - Como o senhor pensa fazer isso?
Bruno Mineiro - Qualquer cidadão que imagine governar uma sociedade tem primeiramente que pensar no eixo básico de qualquer gestão. Saúde, educação, segurança, habitação, cultura, esporte e lazer. Nada do que foi iniciado pelos governos anteriores que tenha sido acertado, será descartado. Vamos aprimorar, incrementar e materializar. 

• Na saúde, evidentemente que vamos investir pesado na saúde. Não é possível que o povo continue sendo pessimamente atendido nos hospitais, de emergência, Alberto Lima e Pronto Atendimento Infantil (PAI). Uma das medidas para mudar essa realidade será apoiar os municípios na medicina preventiva, dando suporte para atendimento eficiente nas Unidades Básicas de Saúde. Se o serviço funcionar na base, os hospitais do Estado desafogam. Isso principalmente em Macapá e Santana. Com essa folga poderemos nos planejar melhor e adequadamente para resolvermos os problemas da alta complexidade. 

• A Segurança Pública no nosso governo receberá um incremento orçamentário. Têm-se ótimos policiais, mas é necessário darmos melhores condições de trabalho para os nossos esses homens e mulheres, aumentando os contingentes das duas polícias. Armamento, viatura, tecnologia, e um investimento nos espaços físicos, recuperando e construindo novas delegacias e quartéis. O interior será alvo de uma atenção mais acurada. Vejam bem! O crime chegou ao interior, então não podemos negligenciar essa realidade.

• Na educação a prioridade zero é recuperar a confiança do professor no governo. Não se pode pretender uma educação de qualidade, não valorizando o veículo do conhecimento. Não adianta termos escolas, material didático se não tivermos professor motivado para socializar conhecimento. Recuperar a rede física do Estado e estreitar a parceria com os municípios, para que o ensino fundamental, responsabilidade dos prefeitos, possa atender a expectativa da nossa criança. Não podemos governar de costas para os municípios.

• Na área da habitação vamos aproveitar os programas federais, como o Minha Casa Minha Vida e vamos atuar junto a nossa bancada federal para trazermos recursos e ampliarmos a participação do Amapá na construção de habitação popular, a fim de diminuirmos o déficit habitacional do Amapá, que chega hoje, segundo o IPEA, a 16.496 habitações.

• A cultura amapaense será valorizada no nosso governo. Temos belos e talentosos artistas no Amapá. Precisamos incentivar e apoiar as produções locais. Na música, na literatura, no teatro e nas manifestações folclóricas. Carnaval, Festa Junina e, principalmente, o Marabaixo, nossa maior manifestação cultural. Vamos desenvolver uma política de intercâmbio intermunicipal com nossos artistas. Essa troca é saudável e enriquecedora. Nos eventos que compõe nosso calendário, como a Expo-feira agropecuária. Iremos trazer atrações nacionais, mas nossos artistas serão priorizados.
Vamos atuar na recuperação dos nossos museus,      para disponibilizá-los a sociedade fazer as visitações. Iremos buscar em Brasília recursos para construir um Museu da Imagem e do Som, uma dívida do Estado para com os nossos grandes produtores culturais que ajudaram a pavimentar a estrada belíssima da cultura do Amapá.


• Esporte: A minha visão nesse setor é de total compromisso com o jovem. Vamos trabalhar em parceria com todas as federações.  Esporte amador, profissional e com as federações de atletismo. Vamos viabilizar a bolsa atleta para subsidiar nossos jovens que saem do Amapá para representar nosso estado em competições nacionais e internacionais. Minha política para o esporte não é priorizar apenas os atletas de alta performance, mas incentivar os jovens a canalizarem suas energias para prática do esporte, ao invés de estarem em situação de vulnerabilidade social, próximo do braço do crime.

• Lazer: Vamos também criar oportunidades de lazer para nossa juventude. Esse vai ser um trabalho da nossa secretaria da juventude, Traçar um programa que possa dar ao jovem a oportunidade de desfrutar de eventos sadios para que possam evoluir com saúde e uma cabeça arejada.

 TA - E a economia?
Bruno Mineiro - Minha visão é de empreendedor, como falei no início. Portanto quero dar ao setor produtivo do Estado condições de gerar riqueza e consequentemente emprego. Não podemos admitir que após 26 anos de criação do Estado, o Amapá ainda seja dependente, quase que exclusivamente, das transferências institucionais. Fundo de Participação do Estado e dos Municípios. Precisamos criar um ambiente de negócio no Amapá. Temos uma Área de Livre Comércio, estamos interligados ao Sistema Energético Nacional, com a chegada do Linhão de Tucuruí, a BR 156 precisa ser concluída no eixo Norte e no Sul. Para incrementar o setor primário vou concentrar esforços para o reconhecimento da posse, agilizar as licenças ambientais e atuar junto a bancada federal para regularizarmos as terras amapaenses e concluirmos esse processo de transferência. O Amapá não ode ser inquilino em sua própria terra.

Vejam bem, hoje o maior gargalo para o setor agrícola é a falta do título de propriedade da terra. Isso dificulta o aceso ao crédito. Superada essa dificuldade e com a prioridade que daremos ao setor, com certeza o Amapá em médio prazo deixará de importar tudo o que consome. Outra medida que tomaremos é agilizar os licenciamentos ambientais e dar celeridade na documentação de implantação de empresas. Fazer o marco regulatório para a Zona Franca Verde. Incentivar e apoiar novos investimentos no estado do Amapá. A lei está aí e só falta o estado definir o regramento para que o Amapá definitivamente implante seu polo industrial. 
Vamos atacar a substituição tributária. Da forma como foi estendida há alguns itens, inclusive da gesta básica, só onera o custo de vida do trabalhador. Penalizou os micro e pequenos que possuem capital de giro curto e não suportaram antecipar o imposto e por esta razão fecharam as portas. A desoneração da produção. Há uma inversão de valores. O produtor é taxado. Paga imposto por produzir, parece que é um castigo para quem produz. Então o produto que vem de fora recebe isenção e o nosso é taxado. Vamos rever isso.

Temos muitas outras questões para dar ao setor produtivo uma dinâmica maior afim de que nosso estado quebre esse paradigma estabelecido na economia amapaense. Trabalhar junto com a bancada federal a questão do Porto de Macapá, incentivar o agronegócio e a agricultura familiar.

 TA - Macapá cresceu é a mobilidade urbana está cada vez pior. O eu pretende fazer para amenizar ou resolver essa questão?   
Bruno Mineiro - Um problema crucial, mas que não está afeto ao estado diretamente. Transporte Coletivo Urbano. É preciso aumentar frota, renovar, pois hoje esse serviço é precaríssimo. Por outro lado não podemos esquecer que a situação da malha viária das cidades, Macapá e Santana, as suas maiores do Estado estão destruídas. O asfalto já esgotou sua vida útil. Remendar e fazer o famoso tapa buraco, não resolve. Precisamos, destaco mais uma vez, fazer parceria com os municípios para mudar essa realidade cruel para os donos de veículos automotores e os pedestres de um modo em geral.
Só para que se tenha uma ideia o IBGE neste ano divulgou que apenas 33,9% das ruas de Macapá possuem calçamento. Precisamos diminuir esse déficit. Outro problema é com relação ao saneamento básico. Foi autorizada a verticalização, que, aliás, apoiamos, porém não foi feito um estudo para estacionamento, água, esgoto e energia, que hoje oscila e desliga constantemente.
Na questão das estradas tivemos algumas dificuldades do ponto de vista operacional para deslancharmos com o asfaltamento das estradas. O Contrato para a pavimentação dos três lotes da BR 156, que ia de Calçoene ao Oiapoque foi rescindido pelo meu antecessor de forma unilateral. O período eu passei a frente do SETRAP não deu tempo de realizar nova licitação, mas no meu governo essas estradas 210 e 156 que estão a pelo menos 40 anos esperando conclusão, serão concluídas. Isso eu garanto.
Outra questão que quero iniciar e caminhar célere no meu governo é a duplicação da Duca Serra. Essa é a principal via de escoamento das mercadorias para Macapá. Com aumento de residências ao longo dessa estrada o fluxo de veículos se tornou intenso e a dificuldade de trafegabilidade tem provocado muitos acidentes e infelizmente muitos com vítimas fatais. Daí terem apelidado essa rodovia de "Rodovia da Morte".
Mas não é só a Duca Serra que precisa ser trabalhada. O trânsito na capital precisa urgentemente de uma repaginada na engenharia de trânsito. Frota de veículos aumentou em Macapá em 300%, elevando o número de veículos de 36 mil para 119 mil em dez anos. Se levarmos em consideração que Macapá possui uma área urbana de 170 quilômetros quadrados, Macapá possui uma taxa de veículos elevada na avaliação do tecnólogo Raul Tabajara do IBGE.

TA - Qual o recado que o senhor deixa para os cidadãos e cidadãs amapaenses?
Bruno Mineiro - Primeiramente quero pedir a todos os eleitores do meu estado que me deem a oportunidade de governar o Amapá. Tenho doze anos de experiência como engenheiro civilr e hoje sinto-me preparado para governar este estado e colocar, com compromisso, responsabilidade, todo o nosso conhecimento para dar ao Amapá um governo vocacionado a defender o interesse do coletivo.
Sei que não é fácil a caminhada, mas as dificuldades nunca foram razão para desvanecer das grandes batalhas que travei com a vida, pelo contrário, na realidade é o combustível para que possamos continuar firme no propósito de servir a esta sociedade que acolheu minha família de forma tão hospitaleira e generosa. Obrigado e vamos ao longo dessa campanha dialogando para que suas ideias, sugestões e propostas sejam inseridas no nosso plano de governo, que na realidade tem e dever ser uma construção coletiva, fruto dos anseios e aspirações desse povo generoso e acolhedor que é o amapaense.

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