quinta-feira, 31 de outubro de 2013

capa da edicção 382


Editorial

Editorial


Governando de costas

Mais uma vez o governo demonstra seu despreparo no trato com interesses de classes profissionais. A comissão criada para representar os servidores públicos que lutam para passar aos quadros da União declaram que o apoio do Estado, dado para à "batalha" pela aprovação da PEC 111 tem sido mínmo. Isto, mesmo com a comprovação de que a economia com a folha de pagamento em um curto período, significaria nada mais nada menos que R$ 1 bilhão. Ao ignorar este dado, o governo age como se administrasse um Estado rico e que tais impactos não significassem nada. Enquanto isso, servidores esperam ansiosos pelo desfecho da aprovação definitiva da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que defende interesses de quem trabalhava no serviço público do ex-território na época em que este passou a ser Estado. A primeira vitória já foi conseguida, a aprovação da PEC 111 em primeiro turno na Câmara Federal. É certo que ainda falta um longo caminho a ser percorrido até a definição final. Esperam por isso, também, Estados como Rondônia, criado na mesma época, pela Constituição Federal de 1988. Mas lá é diferente, os servidores têm apoio de seu governo. Já aqui, o descaso toma conta, talvez pela falta de prática na lida de governar um Estado e ouvir os anseios de suas classes profissionais. Testemunhamos a falta de competência e habilidade até mesmo para o diálogo que este governo tem, quando aplicou um golpe nos professores integrando a regência de classe ao salário. Tudo aprovado em questão de horas em uma tramitação recorde. Para chamar atenção sobre a importância desta PEC, a comissão de servidores decidiu por "fazer barulho". Afinal, é o que faz quem quer ser notado. Quem sabe, sendo otimista, o governador que se diz socialista finalmente acorde de seu torpor e passe a querer ouvir o povo. Quem sabe, troque o conforto de seu gabinete refrigerado onde assiste a suas propagandas mirabolantes de uma Macapá de primei ro mundo e vá até o Centro de Convenções na Avenida FAB procurar saber o que seus servidores têm a lhe dizer. 

Uma maluquice só!


Pensando bem, no passado os malucos eram contados na ponta dos dedos. Dois eram mais conhecidos. O Maluco Beleza e o Menino Maluquinho, do Raul Seixas e Ziraldo, respectivamente.
Eram inofensivos, limitavam-se a ser malucos sempre fazendo o bem. Já nos dias atuais, o que se vê são malucos por todos os lados. Inconsequentes, praticam o mal, saqueiam, desafiam as pessoas de bem, estupram, praticam chacinas, ameaçam os pais, e até assassinam. Xingam os professores, brigam no trânsito por qualquer coisa, batem em mulheres e cometem os mais variados desatinos.
É claro, já passamos dos sete bilhões de habitantes no planeta, e em nosso país estamos chegando aos 200 milhões. Seria impossível achar que tantos malucos, de todos os tipos e classes, não passassem a desfilar desenvoltos em todos os espaços.
Desde as manifestações que aconteceram em junho, quando a população foi às ruas por todo país reivindicando melhorias nos serviços públicos, surgiram manifestantes dos mais variados tipos. Tudo estava longe de ser uma novidade no Brasil, mas, pela primeira vez, começou a ganhar protagonismo inédito e o vandalismo ganhou destaque em todas as manifestações públicas.
De repente, centenas de milhares de brasileiros se deram conta de que podiam, de alguma forma, usar as ruas para expressar sua insatisfação a respeito da política brasileira. Em um desses raros momentos da história nacional, o cidadão comum percebeu que a política não é propriedade privada dos políticos, e se deu conta de que ela se faz no dia a dia, na rua, em vários lugares. De vez em quando, até no Congresso.  
Aqui é preciso abrir um pequeno parêntese para falar do Rio de Janeiro e agora São Paulo, lugares em que os protestos de fato continuam com força depois de junho, inclusive causando estragos, e em toda e qualquer manifestação, as atenções são concentradas nos mascarados,  ou seja, nos "black blocs".
Como a imprensa brasileira não usava o termo "black blocs", na cobertura dos protestos no país, a população demorou a identificar estes manifestantes, mas eles já eram bem conhecidos da mídia internacional, principalmente da europeia e da norte-americana. Ganharam ainda mais projeções durante as manifestações contra a reunião do G8 realizada em Gênova, na Itália, em julho de 2001.
Esta manifestação se deu por ocasião do Dia da Ação Global, em 20 de julho de 2001. Foi a maior mobilização do gênero até então e nesse dia as ruas de Gênova foram tomadas por mais de 300 mil pessoas, entre as quais marchou o maior "blak bloc" organizado até então. Gênova marcou um divisor de águas para a tática "black bloc" e para o chamado "movimento antiglobalização" como um todo.
Assim como acontece hoje no Brasil, o debate sobre o uso da violência nas manifestações - mesmo que apenas contra a propriedade privada como bancos, lojas e outros - tem criado uma  divisão entres os ativistas "violentos" e "pacíficos" que contribuiu para desmobilização do movimento como um todo. Mas será que o simples ataque a agências bancárias e concessionárias de carros de luxo faz sentido em uma mobilização que não passam de algumas centenas de pessoas sem uma bandeira clara? A população tende a repudiar esse tipo de ação. Para que serve essa ação?
Isto é o reflexo das organizações tradicionais da esquerda, como os partidos políticos e sindicatos, simplesmente não estão conseguindo se sintonizar com as pessoas que saíram às ruas em junho, justamente por estarem sintonizados apenas em suas agendas, olhando com desconfiança para qualquer um que não seja filiado a uma organização formal.
Ao fazerem isso, reproduzem no nível da rua a mesma lógica de quem está no poder: a ideia de que a política é um assunto para iniciados e especialistas, da qual só podem participar aqueles devidamente credenciados por organizações estabelecidas, sejam elas partidos, sindicatos ou movimentos sociais.
Os gritos de junho foram, acima de tudo, um grito contra o abismo que existe entre a política institucional e o cidadão comum, criado por políticos profissionais (de todos os partidos) que colocam o jogo da politicagem acima da defesa de bandeiras concretas de interesses da população, e não o que os "black blocs" estão praticando.
Em breve, ser maluco vai ser mais regra do que exceção. Aí, então, vai ser uma maluquice só. E você, é regra ou exceção?

CONJUNTO ATURIÁ
Obra emPACada só deve ser concluída no fim de 2014




Para que o Estado ou município tenham acesso aos recursos financiados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e ao Fundo Nacional de Habitação e Interesse Social (FNHIS), é necessário que haja um Conselho Estadual de Habitação, Plano Estadual de Habitação e um Conselho Gestor. Essa foi a justificativa dada pelo coordenador de habitação da Seinf, Lúcio Lobato, pelo atraso, mais uma vez, nos pagamentos da construtora do Conjunto Habitacional Aturiá.  

A estrutura vai oferecer, além dos apartamentos, uma quadra coberta, creche com capacidade para 220 crianças, centro comunitário e áreas de lazer. "Com as pendências na regularização do Estado ao FNHIS, a construtora ficou impossibilitada de receber os recursos. A construção do conjunto habitacional custará R$ 24 milhões", disse o coordenador.
canteiro vazio

Mas, a justificativa não emplaca considerando que se o problema existe desde 2007, quando da adesão do Estado ao Programa Nacional e projetos terem sido aprovados e executados pelo governo de Camilo Capiberibe, esse problema já deveria ter sido identificado e sanado nos três anos de gestão do PSB no Amapá. O resultado, é que as obras do residencial que deveriam ser entregues no fim de dezembro desse ano, só devem mesmo ser entregues em dezembro de 2014, um ano de atraso. Só a partir daí, que as famílias que vivem com ajuda do aluguel social ou moram em situação de risco às margens do rio Amazonas devem receber as novas moradias. O titular de habitação da Seinf explicou que, "a partir de agora, o Estado vai recomeçar a receber recursos do fundo nacional e fazer os repasses devidos. Hoje, cerca de 20% do conjunto habitacional já foram concluídos. Lá, trabalham 48 funcionários diariamente nas construções, mas este número será triplicado".

Paralisação anterior
famílias aguardam o termino das obras

A paralisação das obras do residencial Aturiá começou em agosto, por decisão dos operários que trabalham na construção do Conjunto Habitacional e ficaram apenas cumprindo expediente no canteiro em protesto aos constantes atrasos no cumprimento do salário. O pagamento de agosto, segundo os operários, foi feito pela metade. Um deles informou que a justificativa da empresa responsável pela obra foi a falta de repasse do governo do Estado.

Dos 120 operários, apenas 38 continuam no canteiro de obras. Com a diminuição de trabalhadores, o conjunto habitacional lançado em 5 de agosto de 2011, tinha previsão de ser entregue no primeiro semestre de 2013. O empreendimento prevê 512 apartamentos, que beneficiarão moradores do bairro Araxá, prejudicados com a erosão causada pelo Rio Amazonas, na orla do mesmo bairro. O Governo do Amapá é o responsável pela obra.


Mentira


O governador Camilo Capiberibe não tem jeito. Na terça-feira (29) percorreu as emissoras de televisão e rádios aliadas e entre tantas inverdades disse que havia adquirido medicamentos para os hospitais públicos. O filho de um paciente que precisa de "abomina humana" quis invadir um estúdio de TV com uma receita nas mãos. A família espera pela medicação há mais de um mês. A assessora da SESA Mônica Cereja confirmou a falta do remédio. Outro paciente ligou  para a produção do Tribuna na TV e confirmou a falta de outro medicamento. É o Caos...milo!


Indiferença


Apesar do esforço do policiais civis em envolver o governador Camilo Capiberibe na luta pela aprovação da PEC 111 o resultado tem sido um fiasco. Camilo se mostra indiferente a luta dos servidores que se alcançada trará uma substancial economia para o Estados e os cinco municípios que compunham o Território Federa do Amapá até 88. (Calçoene, Mazagão, Amapá, Macapá e Oiapoque). Isso é que é compromisso.
As moscas
O comércio de Macapá o maior empregador desse estado vive as moscas. Os empresários contabilizam prejuízo em cima de prejuízo em função das fracas  vendas registradas. Não obstante a ausência de dinheiro na praça, o governador implantou a substituição tributária que levou mais de 600 micro e pequenos empresários a fecharem as portas. Ri e toca tua harpa Nero Tucuju, porque nosso estado agoniza nas chamas da tua incompetência.


É o fim


A desgraça e o mau agouro se abate sobre o Estado do Amapá. Naufrágio com vítimas, incêndio em embarcações, incêndio no bairro Perpétuo Socorro, acidente violento no trânsito o que mais virá meu Deus? Pergunta a Beata debulhando um terço em reza para Nossa Senhora dos Impossíveis. Responde um bêbado irresponsável: a reeleição do Camilo. A Beata desconjurou o pinguço e a igreja prontamente excomungou o ímpio.


“Azuzinha”


Camilo Capiberibe foi a farmácia comprar viagra. Aproximou do balcão e se dirigiu ao atendente. Moço! Me veja um viagra! O senhor tem receita médica? Não! Só vendemos com receita senhor! Mas eu sou o governador desse Estado rapaz. Piorou. Mole o já está ...o povo, imagina d.... Virou piada. Seria cômico se não fosse trágico amigo. Obrigado pela piada enviada.
Da toca para o pijama
O desembargador Dôglas Evangelista Ramos, um dos responsáveis pela instalação do Poder Judiciário no Amapá está na contagem regressiva para trocar a Toga pelo pijama. A solenidade de aposentadoria do nobre magistrado vai acontecer no dia 12 de novembro no Centro de Convenções Leonil Amanajás - CEAP. A história do dr. Dôglas se confunde com a história do judiciário amapaense. Parabéns pelos relevantes serviços prestados a magistratura amapaense e federal.


No mérito


A substituição do desembargador Dôglas Evangelista Ramos será pelo critério de mérito. O TJAP remoça aos poucos.



EM BUSCA DE APOIO

EM BUSCA DE APOIO

Servidores fazem movimento pela PEC 111


Da Redação

A sexta-feira promete ser movimentada se depender da comissão de servidores públicos que lutam em Brasília pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição nº 111. Eles anunciaram no começo da semana, um evento no Centro de Convenções Maracá, antes chamado de João Batista de Azevedo Picanço. O objetivo é chamar atenção das autoridades do Estado para que apoiem a causa. O evento começa às 9 e vai até às 12 horas.


A PEC 111, como ficou conhecida propõe que servidores municipais passem a integrar os quadros da União, desde que fique comprovada a atuação deles no serviço público, na época em que o ex-território passou a ser Estado com a Constituição Federal de 1988. E os estaduais, da administração pública direta e indireta contratados regularmente até outubro de 1993.  
Dep. Fed. Dalva Figueiredo (PT/AP)

A proposta existe desde 2011 e teve como primeira signatária a deputada federal Dalva Figueiredo. Entre as várias categorias de servidores estão os policiais civis, que por várias vezes estiveram em Brasília e receberam apoio da bancada federal, que inclui deputados e senadores, na época em que o coordenador era o senador Gilvam Borges. Com a retomada do mandato por João Capiberibe, o apoio aos servidores passou a ser praticamente nulo, o que para a comissão é um absurdo. 

Os servidores explicam que com a aprovação da PEC e a passagem deles para os quadros federais, a economia obtida pelo Estado chega à casa de R$ 1 bi na folha de pagamento durante quatro anos. "É uma economia significante para o Estado, que hoje desembolsa muito de seu recurso com o pagamento dos servidores. Esta responsabilidade passaria a ser da União", declarou Roberto Parintins, que integra a comissão de servidores. Durante toda a semana, eles estiveram em vários veículos de comunicação falando sobre os benefícios da aprovação da PEC. 
deputado federal Evandro Milhomem (PC do B)

A proposta tem um longo histórico de tramitação no meio político. Em dezembro de 2011, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou o parecer do deputado federal Evandro Milhomen, a favor da PEC. Este ano, uma comissão especial foi instalada e aprovou requerimentos, um deles de autoria da deputada federal Dalva Figueiredo sobre um debate no Amapá para discutir a proposta. O mesmo teor foi proposto em Roraima, onde os servidores estão na mesma luta pela aprovação da PEC. Lá o autor do requerimento foi o deputado Francisco Araújo. 

A comissão especial também recebeu duas Emendas; uma do deputado Jhonatan de Jesus, que propõe a inclusão na PEC de antigos funcionários do Banco de Roraima e a outra, da deputada Fátima Pelaes, que inclui no texto, os servidores policiais, que mesmo aprovados em concurso público em 1993, só tomaram posse nos anos seguintes. 

 deputado Luciano Castro
De acordo com o relator do processo, o deputado Luciano Castro, um ponto precisa ser esclarecido e diz respeito à data-termo ser outubro de 1993, considerando que os territórios passaram a ser Estados na data de sua criação. Para ele, o esclarecimento daria transparência ao andamento da PEC. 

Apesar das ressalvas, o relator, ao concluir seu parecer reconhece o mérito da proposta e a necessidade de ajustes votando pela aprovação da PEC 111 considerando o substitutivo e rejeitando as Emendas 1 e 2, mas votando pela admissibilidade de ambas. O voto foi dado em 2012. 

O parecer foi comemorado pela comissão de servidores, que agora aguarda o apoio do Estado e a aprovação definitiva para a transferência deles para os quadros da União.  



Fraude em licitação de remédios

É um dos índices investigados pela policia e MP



Com base na denúncia  ao Ministério Público sobre a  existência de dois caminhões num deposito na Coordenadoria de Assistência Farmacêutica (CAF) em Macapá, a Promotoria de Defesa da Saúde do Ministério Público do Amapá, a erealizar a investigação encontrou uma quantidade não estimada de medicamentos vencidos que estavam em dois caminhões medindo 15 metros, cada um. Os referidos caminhões armazenavam há mais de quatro anos, os medicamentos com validade para os anos de 2009 e 2010. No local, havia antibióticos, anti-inflamatórios, remédios para uso controlado, soros antiofídicos e também grande quantidade de itens como agulhas, soros fisiológicos e conservantes térmicos.


A ocorrência e constatação aconteceram no dia 11 de outubro e segundo o promotor André Araújo alguns apresentavam vencimento para 2012 e 2013. " Os remédios estavam acondicionados no pátio da CAF, na carroceria de 2 caminhões. Havia medicamentos também em um depósito na coordenadoria".
Após essa comprovação foi instalado um inquérito e iniciou-se uma investigação conjunta da Policia Civil e do Ministério Publico do Estado com a suspeita de compra excessiva ou fraude em licitação para justificar a quantidade de medicamentos desperdiçados. O processo foi aberto para apurar o crime de improbidade administrativa. "O indício de crime é claro. Ou os medicamentos foram adquiridos em uma quantidade muito superior à demanda necessária, ou não foram distribuídos para os postos de saúde", entende o promotor. 
Promotor André Araújo


Investigação conjunta
A Delegacia de Crimes Contra a Fazenda Pública, responsável pelo inquérito criminal, está fazendo a contagem da quantidade de medicamentos encontrada. "Estamos verificando quando esses itens entraram na CAF, através da data de validade nas caixas, e estamos apurando junto com a Secretaria do Estado da Saúde (Sesa) os processos de compra para ver se não há nenhuma irregularidade. Esse é o processo mais demorado", detalhou o delegado César Ávila.


Outro ponto destacado pelo delegado é a variabilidade de prazos de validade, entre os anos de 2009 e 2013, o que descaracteriza a responsabilidade de apenas uma gestão da administração da CAF.
O responsável pela Promotoria de Defesa da Saúde André Araújo afirmou que entre os itens encontrados estão medicamentos para tratamento de câncer, malária e latas de leite para nutrição de crianças alérgicas à lactose. Entre o material desperdiçado, há 16 mil cartelas, com 10 pílulas, cada, do medicamento cloroquina, utilizado no tratamento de malária.
Na esfera cível os responsáveis podem responder por desperdício de dinheiro público. O Ministério Público aguarda posicionamento da investigação da Polícia Civil para ingressar com uma ação criminal.

A Sesa
O coordenador de Assistência Farmacêutica,  César Costa informou que não houve o descarte dos medicamentos por não ter uma empresa especializada para executar o serviço. "O correto é incinerar esses medicamentos vencidos que são em grande volume. Eles estão sendo armazenada desde 2003 e somente este ano uma empresa conseguiu a liberação ambiental para poder executar o serviço", explicou o coordenador.
Através da assessoria de comunicação, a Sesa informou o de sempre a culpa era da gestão anterior, pois foi pelos antecessores adquiridos e não distribuídos e afirma desconhecer a abertura de investigação policial.

Entrelinhas





Eventuais abusos serão apurados


A agressão ao oficial da PM de São Paulo chocou muita gente. De fato, a agressão a um policial, a agressão a um servidor público no exercício da função, a agressão a um pai de família, a agressão a uma pessoa não deve ocorrer! Não se defende agressão, não é a forma como devemos nos comportar, não é o modo como as coisas devem ocorrer. Mas às vezes acontece assim.
A agressão do Estado, por exemplo, corre solta. É assim sempre que há manifestações por direitos sociais. É assim cotidianamente contra estudantes e trabalhadores das áreas pobres das metrópoles de nosso país. Nos últimos 5 anos a PM de São Paulo matou uma pessoa por dia, o equivalente ao de todas as polícias dos EUA juntas (e eles não são referência de cordialidade!). As PMs de outros estados possuem proporcionalmente índices parecidos com os de São Paulo e em todos os lugares, os mortos são sempre pobres, pretos e favelados. Aceitamos isso com extrema naturalidade e agimos como se estivesse tudo bem! Mas não está nada bem! Se começasse a morrer uma pessoa das classes A e B por dia, teríamos uma convulsão social no país. Portanto, precisamos atentar para o fato de que há algo errado!
A agressão não é aceitável! Mas a presidente aceita que todos sejamos agredidos. A mesma presidente que veio a público dizer que a agressão ao oficial da PM era inadmissível e que todos os recursos da união estavam à disposição do governador para que isso não mais acontecesse. Qual o significado dessa ação? A Chefe de Estado assegura que a PM pode bater, humilhar, cegar e matar que está tudo certo. As polícias podem bater em pobres, em estudantes secundaristas, em universitários, em professores, em bombeiros, em qualquer um. Mas na hora em que alguém perde a cabeça e há um revide contra o aparato do Estado... Não pode!
Curiosamente esse não é o maior problema. O fundo do poço está no fato de Dilma deixar claro que se disponibiliza a ajudar "com o que for preciso". O que é preciso na ótica de Dilma e do governador? É preciso mais aparato repressor. Disponibilizar o Exército cuja preparação não é para o enfrentamento da população do país em manifestação. Alocar a Guarda Nacional para mais repressão. Ofertar instrumentos para massacrar ainda mais a população como balas de borracha, bombas de gás, spray de pimenta, cassetetes (tonfas) e mais caveirões. É, talvez seja exatamente isso que Dilma quer, mais Amarildos e Douglas, mais caveiras sob seu governo.
Dilma, a oferta deveria ser a de recursos para que os governos estaduais levassem o Estado à população. Recursos para subir o valor do salário mínimo, das pensões e aposentadorias. Recursos para que os profissionais de educação, saúde e segurança (sim, estou falando dos PM, sim) sejam melhor remunerados. Recursos para que a PM tenha uma ação mais cordial com as pessoas que vão às ruas manifestar contra os desmandos do Estado e, principalmente, com aquelas que moram em áreas de pobreza e são tratados indistintamente como criminosos. Recursos para que sejam construídas creches, escolas, hospitais, unidades de saúde, praças e espaços para a cultura e a prática de esportes. Recursos para que estes lugares, depois de construídos, sejam mantidos de forma decente. Recursos para que funcionem todas as áreas de atuação do Estado. Afinal, a população quer saúde, educação, segurança, cultura, esporte e lazer, não apenas UPP (Polícia).
Então, Dilma, como presidente de todos desse país e não apenas dos que se locupletam da estrutura de dinheiro e poder, se proponha a defender a população e ofertar ao país, o que é necessário para que as pessoas não tenham que se espremer em ônibus e trens lotados, caros, quebrados, sufocantes no verão e gélidos no inverno. A população não merece mais viver com um salário mínimo miserável, muito abaixo daquele proposto pelo DIEESE (cerca de R$ 2.800,00) que o PT tanto defendeu antes de ser governo. Com uma educação que, apesar de todo o discurso oficial, segue com problemas seriíssimos. Com uma saúde onde é preciso marcar consulta antes de ficar doente, pois a demora é interminável (e isso não é só no SUS, não! Os planos de saúde pagos estão do mesmo jeito). Sem opção de diversão que não seja assistir a TV cujas concessões defendem um mesmo pacote ideológico para manter o povo assustado e achando que se manifestar é errado, coisa de baderneiro, quando a realidade é outra, bem outra. A manifestação de rua é a expressão de que as pessoas se engajaram em uma ideia, que conseguiram pensar para além do mundinho bitolado da TV e saíram a reivindicar seus direitos. Mas ao fazerem isso são massacrados, humilhados, mutilados e mortos pelo aparelho repressor do Estado. Mas para esses não há solidariedade nem defesa. Nesses pode bater, não é, Dilma?
Em tempo: Os envolvidos com a agressão ao oficial da PM informaram próximo do fechamento do jornal que "eventuais abusos serão apurados".

O superfaturamento de medicamentos e o engavetamento do sistema Bionexo

No último dia 23 de outubro, o Tribunal de Contas do Estado do Amapá - TCE aprovou uma Tomada de Contas Especial na Secretaria de Estado da Saúde - SESA e na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) para averiguar indícios de superfaturamento na compra de medicamentos para tratamento oncológico no Amapá.
Segundo a nota do TCE, divulgada no seu site no dia 23/10/2013, uma fiscalização daquele tribunal constatou, por exemplo, a compra do medicamento anastrazol pelo preço de R$ 15,93 quando este teria sido cotado no pregão da SESA a R$ 1,00. Já o oxaliplatina (100mg), também usado no tratamento do câncer, registrado a R$ 48,98 no pregão da SESA, foi adquirido por R$ 1.900,00.
Essa notícia me trouxe à lembrança as razões que me levaram a contratar o sistema "Solução Integrada para Gestão de Compras Públicas" da empresa Bionexo, ferramenta não utilizada após a minha exoneração da SESA, em que pese a renovação do contrato com a empresa.
Quando assumi a SESA em janeiro de 2011, aquela secretaria ainda vivia na "era da pedra lascada" (e continua assim), sem qualquer sistema informatizado que pudesse dar agilidade às compras de medicamentos e equipamentos hospitalares. Percebi que sem investimentos em tecnologia não teríamos como superar a constante e crônica falta de medicamentos nas farmácias dos hospitais e a dificuldade para instruirmos e concluirmos os processos licitatórios.
Nesse contexto, decidi procurar ferramentas tecnológicas que pudessem auxiliar na solução desses problemas. Foi quando encontrei a "Solução Integrada para Gestão de Compras Públicas" da empresa Bionexo, naquele momento histórico em fase de instalação nas Secretarias de Saúde de Mato Grosso e Maranhão, com posterior instalação em Goiás e Distrito Federal. Entretanto, o que mais chamou atenção é que todos os grandes e renomados hospitais privados do país (como Albert Einstein e Sírio Libanês, em São Paulo) e grandes redes de hospitais como a rede São Camilo - inclusive aqui no Amapá - e UNIMED já usavam essa solução eletrônica de gestão e compras da empresa Bionexo, o que, por si só, já demonstrava sua eficiência, uma vez que as empresas privadas não costumam jogar dinheiro no lixo.
Dentre as várias qualidades da "Solução Integrada para Gestão de Compras Públicas" da empresa Bionexo, algumas têm haver com a possibilidade de se evitar compras de medicamentos superfaturados.
O uso dessa solução eletrônica de gestão de compras hospitalares possibilitaria à SESA o acesso on-line a mais de 5.000 fornecedores especializados na área da saúde, gerando maior competitividade e resultando melhor possibilidade de redução de preços.
Outra vantagem dessa solução eletrônica de compras é que todas as transações ficam automaticamente registradas no sistema e a instituição pública pode a qualquer momento realizar consultas de preços, de produtos, quantidades cotadas e compradas, inclusive preparar o sistema para alertar o Secretário, o Governador e qualquer outro servidor público sobre preços cotados ou praticados em licitações da SESA acima da média do mercado.
Além disso, são disponibilizados também uma infinidade de relatórios gerenciais, auxiliando os profissionais envolvidos nos processos licitatórios a tomar a melhor decisão no momento da compra.
Em 2011, ao contratar a "Solução Integrada para Gestão de Compras Públicas" da empresa Bionexo tinha em mente tornar as licitações da SESA mais rápidas e competitivas, economizar recursos públicos na compra de medicamentos, ter a garantia de empresas idôneas e com toda a documentação exigida pela legislação na área da saúde e implantar total transparência nas compras da SESA, com a emissão de relatórios gerenciais de toda ordem e cujas informações poderiam ficar disponíveis na internet para consulta dos cidadãos.
Se a SESA estivesse utilizando essa ferramenta tecnológica desde 2011, talvez agora não estivesse sendo acusada de superfaturamento na compra de medicamentos.
Chico Xavier ensinava o seguinte: "embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora a fazer um novo fim." No caso da SESA, basta começar a usar o sistema Bionexo, que está engavetado, e executar o planejamento estratégico que deixei ao sair da secretaria.

CAPA DO 2º CADERNO DA EDIÇÃO 382


Bairro Ipê
Recebe obras de infraestrutura


Um dos bairros mais periférico da Zona Norte de Macapá, o Ipê foi o primeiro a serem beneficiadas pelas ações da prefeitura do município em cumprimento as prioridades elencadas durante a realização Plano Plurianual Participativo (PPA) de Macapá.
O prefeito Clécio Luiz fez fez a entrega de duas patrulhas mecanizadas que atenderão as demandas da cidade para os serviços de infraestrutura urbana. " O primeiro bairro a ser contemplado é o Ipê, por onde os trabalhos já iniciaram com terraplenagem, drenagem superficial e agora a pavimentação das três principais avenidas que formam o corredor de ônibus que atende a população do bairro. As avenidas Aquariquara, Quilombo do Curiaú e Ipê somam três quilômetros de vias, que serão asfaltadas, num bairro que há mais de seis anos não recebia nenhum tipo de serviço do poder público municipal", declarou o prefeito.

Conjunto habitacional

Paralelamente o Residencial Mestre Oscar Santos, localizado no Ipê receberá pavimentação e o prefeito destacou a importância econômica para o bairro com a chegada de novos moradores que irão ocupar as 528 casas do conjunto habitacional. "Uma rua bem cuidada abre caminhos para a economia, e isso é importante para o crescimento econômico do bairro, bem como à chegada de novos vizinhos que darão uma aquecida nos estabelecimentos comerciais do Ipê. Faremos o que for preciso para dar dignidade a quem mora aqui", disse o prefeito Clécio.

Outros benefícios 
O prefeito também anunciou na ocasião que a implantação de projetos sociais, como construção de creche e de escola atenderão no residencial beneficiará toda a comunidade.
Devido à crise por falta de massa asfáltica que passa o país inteiro, os serviços de pavimentação executados no Ipê são em parceria com a Secretaria de Estado dos Transportes (Setrap), que cedeu o material para que a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura Urbana (Semob) concluísse as atividades. (R.C)

Transportes alternativos

Governador veta regulamentação


Reinaldo Coelho
dA REPORTAGEM

A mensagem do veto do poder executivo amapaense ao projeto de lei nº 0061/13-AL que regulamenta a atividade de transporte alternativo no estado do Amapá, de autoria do deputado Moisés Souza (PSC) antagonista político do atual gestor estadual, estava na pauta da Assembleia Legislativa. Porém de acordo com informações da Assessoria de Comunicação da ALAP, uma comissão dos transportadores alternativos foi recebida pela presidência da casa e que a mensagem com o veto do governamental está na Comissão de Trabalho para análise e deverá passar pela Comissão de Constituição e Justiça e depois submetido ao plenário da casa para a decisão de aceitar ou não o veto do governador.
Instituído em 1997 através da Lei 0326/97, de 06/01/97, pelo então governador João Alberto Capiberibe o serviço de transporte público alternativo do Estado do Amapá e que sua regulamentação deveria ser feita pelo poder público. Porém 16 anos após a publicação da lei o atual governador que por coincidência é filho do criador o transporte alternativo vetou o projeto de lei N.º 0061/13-AL  que regulamenta a atividade no estado, de autoria do deputado Moisés Souza (PSC) .

Ilegais
Sem a regulamentação e com a decisão de suspensão da Licença pelas secretarias estadual de Transporte (Setap) e Companhia de Transito de Macapá (CTMac) estão sendo prejudicados no exercícios de seu trabalho, os motoristas se reuniram em frente a Assembleia Legislativa do Amapá para tentar sensibilizar os deputados para que derrubem o veto governamental.
O presidente da Cooperativa dos Condutores Autônomos do Amapá (Transfronteira), Adriano Picanço disse que os trabalhadores atuam de forma ilegal e esperam sensibilizar os deputados em uma possível promulgação da Lei. "Somos mais de 132 transportadores e maioria está sendo parada na fiscalização da Policia Rodoviária Federal (PRF) pela falta de regularização no transporte alternativo".
Mesmo sem o licenciamento eles continuam a realizar suas atrividades. "Estamos vivendo em meio a uma manipulação arbitrária. Temos esperança de que a Assembleia Legislativa do Amapá possa 'sancionar' a lei que irá tranquilizar todos esses pais de família", declarou.
Para complicar a situação a CTMac também suspendeu a licença para fretamento e transporte de  carga entre os municípios estadual. "Todos estão trabalhando sem licença. Além de sermos obrigados a pagar multas indevidas", reclamou o presidente.
A CTMac informou que a licença aos trabalhadores foi suspensa porque muitos transportadores "agiram de má fé com a autorização", levando passageiros em viagens que deveriam ser destinadas apenas ao transporte de cargas. A companhia acrescenta que fará a emissão de licença para fretamento aos veículos que estiverem de acordo com as normas de capacidade e segurança de passageiros.

Infância e Adolescência  


Juizado da Infância e Comissariado do Menor realizam fiscalização em estabelecimentos de Macapá

O Juizado da Infância e da Juventude da Comarca de Macapá - Área de Políticas Públicas e Execução de Medidas Socioeducativas, por meio das atribuições do Comissariado da Infância e Juventude, realizou uma intensa fiscalização noturna em bares, boates e praças da Capital. 

A ação foi realizada com o apoio dos Conselhos Tutelares de Macapá, Polícia Militar e Guarda Municipal. Desde o início do ano, o Comissariado tem intensificado as ações, com o objetivo de coibir a exploração e o abuso sexual infanto-juvenil, o consumo de drogas e similares, que ameaçam e violam o direito da criança e do adolescente.

Durante a operação cinco adolescentes do sexo feminino entre 14 e 16 anos foram apreendidos em situação de prostituição, com o agravante de que duas adolescentes portavam armas brancas. Outros três adolescentes foram apreendidos em situação de risco  e suspeita de consumo de drogas. Todos os casos apresentados foram encaminhados aos Conselhos Tutelares para a adoção das atribuições de sua competência.
Outras 10 pessoas, supostamente maiores de idade, foram recolhidas. No momento da abordagem não portavam documento de identificação.
Segundo o coordenador do Comissariado, Virgilio Vieira Netto, o Judiciário não medirá esforços para promover a proteção integral dos direitos da criança e do adolescente em situação de risco pessoal e vulnerabilidade social.

O Preço das tragédias urbanas: o caso do Perpetuo Socorro


A tragédia ocorrida na cidade de Macapá no Bairro do Perpetuo Socorro é um episódio para ser pensadas e refletidas amplamente, tragédias deste tipo, tem causa certa, a desestruturação do espaço urbano. O incêndio registrado nesta área trouxe inúmeras lembranças de outra área que convive no limite, a cidade de Laranjal do Jari. Nos últimos quarenta anos, Laranjal do Jari na área de várzea se caracterizou, assim como no Perpetuo Socorro como uma área aglomerada, as casas estão agregadas em filas extensas, sem o afastamento lateral ou dos fundos, dando a sensação de um ambiente único. Neste tipo de casas aglomeradas, os riscos são múltiplos, qualquer situação de adversidade, como um foco de incêndio localizado rapidamente atinge um número grande de edificações.
Ao longo de décadas tem sido cômodo para os governos em todas as esferas agirem de forma pontual e menos estrutural. Nesta última década, concentrou-se os investimentos basicamente na construção de casas através dos programas Minha Casa Minha Vida e do PAC, pouco ou quase nada foi aplicado na revitalização ou reestruturação de áreas ocupadas principalmente as proximidades de áreas centrais ou com características ribeirinhas, bem típico da região amazônica. Este pensamento pragmático de pensar o desenvolvimento urbano das cidades no Brasil tem provocado profundos danos, não somente de natureza material, mas psicológica e principalmente na alteração dos níveis mínimos de qualidade de vida urbana.
Áreas aglutinadas ou agregadas como do Perpetuo Socorro podem passar anos sem ter nenhum tipo de adversidade, porém, basta um acontecimento trágico para as consequências serem devastadoras. Um dos principais fundamentos neste tipo de episodio é a assistência dos setores públicos e da população em geral em prestar o apoio necessário a todos que perderam praticamente tudo, porém, é preocupante quando tais tragédias  se trata o efeito e não a causa. O problema das pessoas que foram vitimas desta tragédia, não é somente da falta de casa, mas do direito ao entorno. 
O planejamento tem sido tão secundário no Brasil, ao longo das últimas duas décadas, quem condicionou a atuação dos governantes foram os órgãos de imprensa, a mídia em geral passou quase que cotidianamente a divulgar os problemas urbanos que tinham os protestos da população com a imediata ressonância dos efeitos midiáticos. Os setores técnicos de planejamento tornaram-se algo secundária e em segundo plano, basta perceber as estatísticas de setores governamentais, todos estão relacionados aos aspectos quantitativos. Quanto disso? Quanto daquilo? E as informações qualitativas? Quem foram os beneficiados? Quais as metas atingidas? Os alcances? Níveis de geração de emprego e renda? 
Os programas do governo federal através das fontes previstas pelo Ministério das Cidades abrem um leque de perspectivas para investimentos em infraestrutura, vital para que os municípios estejam organizados com planos diretores elaborados, projetos setoriais definidos e com a definição de metas claras e com continuidade. Um dos maiores entraves do planejamento urbano no Brasil tem sido a falta de continuidade na elaboração e execução de políticas públicas urbanas. 
 Como pesquisador na área de Planejamento Urbano, trabalhando vários anos no segmento, percebo de forma generalizada, que o tratamento dado para as tragédias é a ação paliativa e temporária, quando, na prática, o certo é também fazer o planejamento e a prevenção de situações deste tipo. Para as famílias atingidas, o prejuízo não é apenas material, mas também da relação de identidade, pois com o deslocamento para outras áreas da cidade, as perdas e os laços são imensos. O episódio do Perpetuo Socorro também mostrou, o quanto lugares com baixas condições de salubridade apresentam múltiplos riscos de saúde, um volume grande de casas destruídas tinham na base das edificações caroços de açaí, facilitando o aparecimento e o aquecimento para todos os tipos de animais peçonhentos.
Quando assistimos na televisão episódios de tragédias urbanas, as causas de tais tragédias estão na ocupação de margens de rios, morros, serras, áreas frágeis e construções com baixo padrão de qualidade, tudo isso proibido por lei, mas na prática, e com jeitinho tudo é permitido. O resultado são os elevados índices de desabrigados. Segundo a Folha de São Paulo, o descaso é enorme no Brasil. Dos recursos previstos no orçamento da União anualmente para ações de prevenção de desastres, apenas uma parte são utilizados. 
Segundo diversos artigos científicos produzidos sobre áreas degradadas, a crueldade é parte do cenário da pobreza urbana. É preciso mais que um plano estratégico. É importante avaliar a ampla necessidade de repensar o espaço urbano e sua ocupação desenfreada sem nenhum controle, definir recursos com proposições concretas e ações duradouras evita a improvisão e protege todos os cidadãos de situações adversas.
Tragédias urbanas como ocorridas no Bairro do Perpetuo Socorro na cidade de Macapá têm sido inevitáveis, pouco se tem investido em planejamento urbano e prevenção. Boa parte dos recursos gastos para a reconstrução das cidades atingidas se resumem na construção de casas, entretanto, pouco se aplica  nos investimentos de prevenção, evitando que os danos sejam mais acentuados, seria o grande momento para os gestores em conjunto com os cidadãos repensarem a aplicabilidade prevista no Plano Diretor e construir uma agenda de projetos de revitalização da cidade. Portanto, qual o preço das tragédias urbanas?

DEFESA CIVIL

DEFESA CIVIL DE MACAPÁ

Pluviômetro, prevenção para o período invernoso  


Reinaldo Coelho
Da Reportagem


Aproxima-se o período invernoso da região amazônica e os órgãos de Defesa Civil estadual e do município de Macapá, já estão se mobilizando para um trabalho de prevenção de enchentes e alagamentos na capital amapaense.

Para ajudar na prevenção o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Cemaden/MCTI),  fez a entrega de pluviômetros semi-automáticos para alertas de chuvas e prevenção a desastres causados pelas precipitações, os  aparelhos foram entregues para 360 municípios.

E Macapá foi um dos beneficiados, pois fica localizada em  uma altitude de 14 metros acima do nível do mar sendo cercada e entrecortada pelas chamadas "áreas de ressaca", que são áreas alagadas e de lagoas, onde parte do dia está coberta pelas águas e outras é um terreno lamacento. Por essa posição geográfica e pelo abuso no aterramento de seus igarapés e ressacas está hoje em uma situação onde qualquer área baixa, onde uma chuva de 2 a 3 milímetros pode colocar em risco a moradia e a mobilidade de uma família é caracterizada como ponto de alagamento.

São oito equipamentos que serão distribuídos na zona sul, norte e centro de Macapá, através do projeto "Pluviômetro nas Comunidades", do  Cemaden.

Para se familiarizar com a nova tecnologia, cerca de 50 guardas civis municipais participaram de uma capacitação com técnicos do Cemaden sobre a instalação do aparelho. Além da Guarda Municipal, representantes da Defesa Civil do Estado também foram convidados.

O Inspetor Maicon Kirley da Defesa Civil de Macapá disse que o trabalho com os aparelhos recebidos será em conjunto o Centro de Meteorologia do Iepa, e o próprio Cemaden em São Paulo. "São mais de 2.500 pessoas nos locais mapeados, com os pluviômetros recebidos teremos dados mais preciso, podendo antecipar algumas situações de alagamento. Os pluviômetros nos darão condições de montarmos os dados estatísticos da quantidade de chuva caída em determinado local da cidade em milímetros e esses dados serão repassados ao Cemaden que nos devolverão em formato de mapas e dados estatísticos". 

Pontos de alagamento

Segundo explicou Maicon Kirley, na área urbana de Macapá, foram pontuados 620 pontos de risco. O inspetor destacou seis pontos como críticos, localizados nos bairros Jardim Marco Zero, Congós, Zerão, Cuba de Asfalto, Santa Rita e Muca. "Um projeto que amenizaria as enchentes seria a ampliação das áreas de drenagem", ressalta o inspetor.

Para o inspetor a parceria com a defesa civil estadual vem ajudar em muito o trabalho do órgão municipal. "Necessitamos de um maior aparelhamento logístico no município. Porém a nossa parceria com a defesa estadual que já possui equipamentos mais aprimorados, vem a contribuir". 





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Pluviômetros
Cada aparelho vem com um tripé e um visor digital, que emite o que o pluviômetro coleta de chuva. Hoje, a medição é feita manualmente e caberá aos profissionais capacitados anotarem a quantidade de chuva que cai no aparelho. Com essa tecnologia, não será mais necessário ir até o pluviômetro, na chuva, para verificar a medição. O pluviômetro semi-automático registra a quantidade de chuva a cada hora e a exibe no visor. Ele armazena os dados de até 96 horas. Caberá aos guardas municipais anotarem e transmitirem a informação para a Defesa Civil.

Resposta a Desastres Naturais 
Com o lançamento do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais, em 2012, aumentaram os investimentos em ações específicas, visando ampliar a estrutura de monitoramento nas cidades classificadas como prioritárias, com base na recorrência de desastres e número de óbitos.
Atualmente, o Cemaden monitora e analisa risco de desastres em 274 municípios, além de contar com uma plataforma de base de dados para monitoramento de risco de desastres naturais.

DIREITO DO CONSUMIDOR

DIREITO DO CONSUMIDOR


Garantia estendida, vantagens e desvantagens

Jamille Nascimento
Da Reportagem


Uma nova modalidade de seguro pouco conhecida no comércio Brasileiro, é a garantia estendida. Nunca ouviu falar. A equipe do Tribuna Amapaense foi em busca das informações necessárias e  dos detalhes que o consumidor precisa saber para ficar atento.
Quando compramos um eletrodoméstico ou um eletroeletrônico nossa maior preocupação é quanto tempo ele vai durar em perfeito estado? E se a fábrica nos oferece uma garantia! Geralmente sim, e essa garantia tem uma prazo de um ou dois anos, se o consumidortiver exigido nota fiscal. É de fundamental importância a leitura do manual de instrução do produto adquirido para ficar atento aos prazos de garantias estabelecidos pela fabrica.
De forma legal todo e qualquer produto novo tem uma garantia mínima de 3 meses do que se refere ao código do consumidor (CDC) ele assegura que o consumidor tem uma garantia de 30 dias com relação a bens duráveis, o fabricante  tem obrigação de oferecer um prazo um ano.

Aí entra a questão da "garantia estendida", os empresário vendo a necessidade do consumidor lançou essa modalidade de seguro, o consumidor compra um produto, ganha a garantia de fabrica e nesse momento lhe é oferecido uma garantia a mais pela loja, mas o cliente precisa pagar um adicional por essa "gentileza". 
Essa oferta é opcional e oferecida no momento da compra. Vale a pena ressaltar que o consumidor precisa estar atento as todas informações a respeito da garantia estendida, principalmente se você comprar algum produto que não usará frequentemente,  se apresentar algum defeito mesmo com pouco uso, poderá já estar fora do prazo de reclamação.


Se um produto recém-comprado não funcionar, você pode exigir a troca por um produto igual, sem custo algum, dentro do prazo de dois meses, se o produto apresentar defeito depois de já ter feito o uso do mesmo, poderá pedir a reparação do dano se estiver dentro do prazo da garantia do fabricante, ou da contratada.
A maioria dos contratos de garantia estendida tem no máximo um prazo de 36 meses.

Ministério Publico fiscaliza

De olho nessa nova pratica o ministério Publico Federal começou a fiscalizar as lojas de moveis e eletrodomésticos. A regulamentação da venda da garantia estendida em lojas proposta pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) terá a manifestação conclusiva do Grupo de Trabalho (GT) Sistema Financeiro Nacional, da 3ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal (MPF) dentro de dois meses. 

Atualmente, a venda da garantia estendida ao consumidor é uma forma do vendedor negociar o valor do produto para ter direito a uma parte em comissão. O problema é que o consumidor não recebe as informações adequadas sobre o seguro que está adquirindo, tais como o tipo de cobertura e as vantagens, e não é informado que pode adquirir a garantia estendida a qualquer momento a partir da compra. Além disso, o comprador nunca sabe a quem recorrer quando precisa da garantia estendida.
De acordo com a Susep (superintendência de seguros privados), o seguro é muito mais caro do que seria se fosse vendido por uma corretora de Seguros e, por isso, não existe interesse por parte dos corretores, que teriam direito a uma comissão baixa. Cerca de 2,5 milhões de lojas comercializam a garantia estendida atualmente e existem 45 mil corretores para todos os tipos de seguro, o que não seria suficiente para atender a demanda. 

Governo Federal veta 

O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) que é formado por representantes dos Ministérios da Fazenda, da Justiça e da Superintendência de Seguros Privados (Susep), entre outros, definiu que o comércio varejista não pode mais vincular um desconto no produto à aquisição da garantia estendida. As multas variam de R$ 10 mil a R$ 500 mil a partir do momento da publicação da nova regra - o que, segundo a Susep, deve acontecer na próxima semana.
Segundo a advogada e especialista na causa consumerista
advogada Albanize Colares
Albanize Colares, o consumidor precisa está atento no momento da compra, no que se refere principalmente as informações acerca da apólice que está sendo vendida, "é comum o consumidor comprar o produto e desconhecer que está fazendo aquisição de um seguro, sendo que o Código do Consumidor no art. 30 diz que: Toda informação ou publicidade suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação, com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado. Portanto, o consumidor deve ficar alerta e exigir a cópia da apólice de seguro, além do termo de garantia preenchido pelo vendedor".

Todo cuidado é pouco

 Antes de fechar o negócio, porém, é bom prestar muita atenção nas cláusulas do contrato, para saber se realmente vale a pena.
O vendedor pode citar as vantagens da garantia estendida, mas não pode forçar a venda da garantia com o produto para o consumidor. 
A garantia estendida é um seguro, como o de um carro. Pode ter regras diferentes, que o consumidor precisa conhecer para não enfrentar problemas, caso o produto apresente defeito.


MMA - 'Inka Fight'

MMA - 'Inka Fight'
Jacundá conquista cinturão

Reinaldo Coelho
Da Reportagem
Jacundá conquista cinturão

Os atletas amapaenses vão com todo ímpeto a procura de títulos nos eventos nacionais e internacionais. As engrenagens do desporto amapaense mesmo precariamente e sem apoio oficial vêm funcionando a contendo. As academias e federações amadoras estão sempre colocando o mínimo de atletas de alta competividade para representar o Amapá é os resultados são excelentes.

"Tiago Trator"

Na última semana tivemos dois resultados positivos no octógono do MMA. Um deles foi  o do lutador Tiago dos Santos e Silva, de 26 anos, mais conhecido como "Tiago Trator", que retornou a Macapá, após ganhar o cinturão da categoria leve, até 70 kg, da 59ª edição do Jungle Fight, que ocorreu no Rio de Janeiro, no último dia 12.
A outra foi do  atleta Bruno Jacundá, que disputou o cinturão da categoria leve, até 61 quilos, no Inka Fight, evento de MMA mais importante do Peru e uma das maiores competições sulamericanas do esporte.

E o resultado foi a vitoria contra o adversário Humberto Bandenay, peruano ele é o segundo brasileiro a consegui essa façanha, o  primeiro vencedor foi o lutador Alexandre Nogueira, do Rio de Janeiro, no início de 2013. "Ele é jovem e tem uma carreira promissora pela frente. Com certeza estará no estrelato do UFC", afirmou o treinador do atleta, Warllen Ramon.

Mais um vitorioso
O pugilista Juscelino Pantoja

O pugilista Juscelino Pantoja, de 20 anos, conquistou a medalha de prata na categoria leve, até 56 quilos, no Campeonato de Boxe realizado no interior de São Paulo, nos dias 17 a 26 de outubro, em São José dos Campos. A competição reuniu mais de 100 atletas vindos do interior paulista. O amapaense disputou pelo clube do município que sediou o evento. O ouro esteve muito perto, mas o atleta conterrâneo Jackson Santos levou a melhor.
Pantoja que foi revelado no programa social da Academia Nelson dos Anjos já está em Macapá e deverá ser mais um atleta amapaense a se mudar de malas e luvas para outra unidade da federação pela falta de apoio. 
"No Amapá já não tinha condições de alcança vôo altos pois o setor publico e privado não previlegiam os grandes atletas locais. Estava no aquecimento e um dirigente do clube de São José dos Campos me viu treinando me convidou para treinar. Futuramente terei que decidir se vou para lá definitivamente ou treino aqui e viajo para São Paulo só para competir".

ATLETA DE PONTA




Eliel Oliveira - Natação



Reinaldo Coelho
Da Reportagem

Os grandes nomes da natação local treinam na única piscina olímpica amapaense, algumas dessas promessas já estamparam a editoria "Atletas de Ponta", que é destinada a apontar as revelações do esporte amapaense, Joylton Ferreira, Lorrana Mourão, João Gabriel, Everton Messias entre outros já participaram, e, nesta semana, outro nadador estará no Tribuna  Eliel Oliveira.
"Vinte e nove anos de idade, vinte e três deles dedicados a natação, que para mim além de ser uma ferramenta para a saúde física e uma maneira que utilizo para extravasar o stress diário e um método de conquistar e superar obstáculos". É assim que Eliel Oliveira define o seu esporte preferido, a Natação competitiva.

"Comecei a nadar com seis anos de idade, na piscina do Centro Didático "Chico Noé", no bairro do Laguinho". Ele justifica sua iniciação pelo esporte aquático devido ser o esporte mais indicado para pessoas com problemas de saúde, principalmente os portadores de asma. "Os médicos sempre aconselhavam a natação. A minha mãe me colocou para eu começar praticar um esporte".
Existe na Educação Física escolar, quando voltada para a prática de natação as etapas que devem ser cumpridas, um deles é a inciação, pois prioriza a aquisição de amplo repertorio motor, além dos domínios dos gestos natatórios Já o segundo visa o incremento da preparação física do nadador com rigor técnico visto que uma melhor condição física é pré-requisito para a competição, objetivos de muitos que chegam a esse nível. "Quando completei nove anos e tinha passado por todos os métodos básicos da natação, o meu professor Hernando Modesto e ele perceberam que eu estava a níveis a frente de meus colegas então decidiram que já tinha potencial para treinar e competir. Desde dessa idade passei a competir".

Isso dá ao Eliel Oliveira o titulo de um dos nadadores com mais tempo continuo na natação esportiva. "Hoje na ativa eu sou mais velho, tem outros colegas com mais tempo do que eu mais que não estão competindo mais".
Para Eliel a natação além de proporcionar para o ser humano que é a saúde, "pois sem saúde você não consegue usufruir nada de bom na vida e a disciplina". Hoje ele treina no Centro Didático Capitão Euclides Rodrigues, a Piscina Olímpica. "O meu atual técnico é o professor Silvio Guilhermino, que há 28 anos ensina a arte do desporte e treino na Piscina Olímpica, voltado para as competições regionais e nacionais".

Conquistas

As conquistas de Eliel Oliveira nesses vinte e três anos como nadador amapaense lhe trouxe incontáveis medalhas, porém o amor a natação o impediu, como a maioria dos seus colegas, de abandonar o esporte aquático. "Lembro que quando iniciei a procura era grande para  a pratica de natação, havia seleção e muitos garotos saiam chorando por não terem conseguido vagas. Tínhamos de esperar para poder praticar. Hoje o descaso com o esporte é tão grande que não tem cloro para limpeza básica das piscinas. E as piscinas estão abandonadas. Se tivermos trinta alunos treinando estamos com a piscina lotada"

Títulos

Nas competições estaduais foi inúmeras, ele relembra que a nível regional competiu em um dez eventos, uns dos últimos foi o Troféu Leônidas Marques em Belém (PA). "Fiquei em quarto lugar. Na Norte Nordeste, competi cinco vezes, tive quatro medalhas de bronze. Já tivemos grandes nomes da natação amapaense Arielberto que a dois anos  foi campeão brasileiro e que teve de parar por falta de apoio".

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...