sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Os dois lados da mídia e a consciência do povo
A saúde do Amapá
vive hoje seu pior momento. Calcada em mentiras e maquiada pela propaganda, a
situação que chega à população é bem diferente daquela vista no dia a dia, nas
filas de consultas ou para marcação de exames. Em um governo de mentiras, a
mídia é o mecanismo utilizado para enganar e distorcer os fatos. Foi assim na
Alemanha nazista de Adolf Hitler, que foi capaz de transforma tal regime
apoiado na violência, tortura e opressão, em algo que soou como a salvação do
país naquele momento da História. Tudo pela força da propaganda. Hitler só teve
que eliminar ou calar a oposição para que sua estratégia maquiada não fosse
denunciada e assim o fez. Todos os elementos contrários foram mortos ou tiveram
que fugir. O que sobrou foi apenas a mídia simpática ao nazismo. Em certa
proporção vivemos hoje a mesma situação. Um governador com ideias autoritárias
adestra um lado da mídia e marginaliza o outro. Quem o elogia é profissional,
quem o critica é bandido. Esquece que boa parte das ditaduras do mundo caíram
pelas mãos da imprensa marginalizada, que na verdade só se opõe. E é graças a
esta oposição que a população pode ver os desmandos e é instigada a pensar para
subverter a ordem. Como o povo teria acesso à informação de crianças morrendo
na maternidade ou do odor de esgoto que exala pelos corredores da maternidade
se não fosse a oposição. Isso poderia ser estampado em manchete da imprensa
chapa branca do governo? Poderia ser falado nos programas de rádio pagos pelo
governador ou nos programas de simpáticos à atual gestão em troca de valores? A
falta de médicos, as pessoas mortas no setor de oncologia por falta de
medicação e tratamento, a demora para conseguir uma passagem aérea sair daqui
correndo atrás de mais alguns anos de vida. Tudo isso é escondido, maquiado,
colocado atrás dos tapumes inaugurados quase todos os dias pela atual gestão
que sonha com mais quatro anos tentando ludibriar o raciocínio do eleitor. Os
intelectualóides da pseudo esquerda ainda pensam que o povo é ingênuo e bobo.
Esquecem que este mesmo povo aprendeu a ler, mas ele não só lê. Além de ler,
ele pensa. Ele não só assiste tv, ele absorve. Ele não só ouve o rádio, ele
participa e opina. É um povo que está sendo alertado a querer olhar por cima do
tapume, querer mais do que promessas e ignorar risos amarelos. Principalmente
amarelos.
Garras do Felino
Nas garras do felino
Intragável
O presidente do Conselho Regional
de Enfermagem-COREN, Aureliano Pires, não se fez de rogado quando perguntado no
programa Tribuna Amapaense no Rádio da 102,9 FM sobre as condições do Hospital
da Mulher Mãe Luzia. “Está fendendo a cocô!” Égua “Camilovisk”! Teu governo tá
literalmente uma merda. Conclusão de um ouvinte: o governo amarelo tem cheiro e
seu odor retrata fielmente o que fazem. Muita, mas muita mereeeerrrrrrcadoria.
Gaulês
O afuaense Capi, autor do livro
biográfico Exílio na Floresta, está defendendo o acordo “dragoniano” de Lula e Sarkozy
que entre outras aberrações fere a soberania nacional e pisoteia na
Constituição do meu País. Esse senador cassado por corrupção eleitoral parece
que é parente do Di Rã. O gaulês. Lembram do grande Hélio Penafort, ele quem
contava bem a história do Di Rã. E a do Capi também.
Negado
O pedido de preventiva do
Ministério Público contra os deputados Edinho Duarte (PMDB) e Moisés Souza
(PSC). O relator, desembargador corregedor do Tjap, Constantino Brahuna disse
não ver razão para isso, mas manteve os dois afastados da função de presidente
e 1º secretário, respectivamente.
Suja na praça
Se houvesse um SPE político a
deputada Sandra Hoana estaria com nome no Serviço de Proteção ao Eleitor. Após
a matéria publicada neste periódico o que recebemos de denúncia contra esta senhora
foi uma festa. Uma foi do seu ex-motorista particular. Após 14 anos de serviço
prestado levou um pé no traseiro, detalhe: sem receber a indenização. Ele está
com ela às voltas na Justiça do Trabalho.
Sem murro
Até hoje o vereador Rocha do
Sucatão (PT) não deu o prometido murro na mesa. O mandato segue insípido,
inodoro e sem cor. Na Câmara o 1380+1 não passa de uma sucata jogada no canto e
desarrumado, quem come Tamatá não pode arrotar Salmão... Como ninguém cobra, o
parlamentar vai se acostumando as mordomias do poder... E entulhando o mandato
de requerimentos.
Artimanha
Se investigar os documentos que o
ex-motorista da deputada Sandra Hoanna (PP) anda mostrando nas redações. Pímba!
La tá tipificado o crime de improbidade administrativa. O cara era motorista
particular da parlamentar e recebia pela Assembléia... E o dinheiro sai do
bolso do coitado do contribuinte.
Mordaça
Sem mordaça. Essa vai ser a linha
editorial do Tribuna no Rádio e na TV então...Hummmmm. Que tu diz Nezinho?
Quem são os verdadeiros animais?
Não
existem números oficiais de gatos e cães sem dono que perambulam pelas vias
públicas das cidades do País, e em Macapá não é diferente. Entretanto, os
especialistas e as entidades protetoras dos animais estimam que eles
representam 10% do total daqueles que
vivem em residências.
O
abandono dos animais, em especial os animais domésticos como cães e gatos, é um
problema que afeta cada vez mais as cidades, não somente aqui em nosso País
como em todo mundo. Além de ser uma grave violação ao direito dos animais, gera
inúmeros problemas de segurança de saúde pública nos grandes núcleos urbanos.
Como
estes animais são tratados pelo poder público?
Posse,
propriedade, compra e venda. Expressões cotidianamente aplicadas aos nossos
bens, como casa e automóvel, são também utilizadas para se referir a seres
vivos que, geralmente por escolha nossa e não deles, estão sob nossa
responsabilidade. Não é de agora que os animais são descritos como outro bem
qualquer. No próprio Velho Testamento, encontramos passagens em que o povo
recebe orientações divinas sobre como indenizar, por exemplo, quando um animal
de um vizinho se fere ou morre em terras de outra pessoa.
Já
com relação a legislação brasileira, são vários os dispositivos que
regulamentam a compra e venda, tratam da saúde do animal como forma de prevenir
doenças, possui um sentido bem mais comercial e político-social do que a
preocupação com a saúde e o bem estar dos animais.
Para
o promotor de justiça Eron Cordoli, professor de Direito Ambiental da
Universidade Federal da Bahia e membro do Ministério Público Estadual, lamenta
o tratamento que é dado aos animais no mundo jurídico atual, "Não é um
privilégio só do Brasil. O mundo jurídico ainda vê os animais como um objeto, como
uma coisa. Como um carro, como uma casa, destituídos totalmente de valor
jurídico e, em boa parte, também de valor moral. Sempre que há o interesse do
ser humano em relação aos animais, prevalece o interesse dos seres humanos. É
uma postura muito discriminatória. Isso é injusto e isso fez com que vários
pesquisadores de variadas universidades ao redor do mundo, e vários ativistas
sociais também, formem hoje um movimento que luta pelo reconhecimento dos
direitos dos animais."
Mesmo
nas cidades em que o poder público tem atuado para proteger esses animais, o
papel das organizações não governamentais é fundamental para auxiliar nesse
trabalho. Quando a política voltada para os animais não se preocupa com o seu
bem estar, limitando-se apenas ao controle de zoonoses, as ONGs passam a ser a
única esperança de vida para milhares de bichos abandonados pelas ruas.
A
Sociedade Mundial de Proteção Animal, conhecida pela sigla em inglês WSPA, é
uma federação que reúne milhares de ONGs em todo o mundo. No Brasil, a entidade
é sediada no Rio de Janeiro e conta com 103 ONGs filiadas. A WSPA atua através
de suas filiadas ou diretamente, promovendo campanhas educativas. A presença das ONGs na defesa dos animais
se dá por ineficiência e absoluta
omissão do poder público.
Aqui
em Macapá isto é perceptível, não enxergamos nenhuma ação por parte da
Prefeitura visando recolher das ruas os animais doentes, os que foram
atropelados, os mutilados e os abandonados. Os doentes para serem
diagnosticados e tratados e os abandonados para serem adotados. Também não
temos tido notícia por aqui de nenhuma ONG fazendo este atendimento.
A
constatação destes animais abandonados em Macapá é mais visível quando
percorremos os bairros mais afastados do centro da cidade. Eles costumam frequentar
e se adaptar melhor às periferias, já que a menor circulação de carros e a
precária coleta do lixo domiciliar, feita no máximo três vezes por semana,
favorece a permanência deles nestas áreas.
Em
décadas passadas, víamos em Macapá a tal chamada “carrocinha”, com os seus
exímios laçadores, fazendo o
recolhimento dos animais que perambulavam pelas vias públicas. Ao longo dos
últimos anos, os prefeitos falavam rapidamente que iriam ativar o serviço do
canil municipal, porém, nada era feito efetivamente, e até hoje nenhuma ação
foi posta em prática.
Diante,
desta omissão do poder publico municipal, o Ministério Público bem que poderia
propor medidas legais para controle populacional de animais abandonados na
ruas. Trata-se de um caso de saúde pública e de meio ambiente que a população
de Macapá está exposta no dia a dia.
O
que ainda se enxerga por aqui é uma campanha capenga de vacinação, sem saber
qual o universo de animais vacinados que vão atingir, pois, como já afirmamos,
não existem estatísticas oficiais disponíveis. Só esta ação é muito pouco para
um problema que expõe os habitantes de uma capital com uma população estimada
em 415 mil habitantes.
Adrimauro
Gemaque (adrimaurosg@gmail.com)
PMM
PMM
Reinaldo Coelho
Da Reportagem
Da Reportagem
“Os servidores públicos do município de
Macapá, não terão perda de nenhum de seus direitos conquistados e não
permitirei que isso aconteça”. Essa foi a fala do prefeito Clécio Luiz quando
determinou que fosse suspensa a decisão do oficio emitido na quinta-feira (22) e
que qualquer negociação e alteração na folha serão feitas mediante diálogo
aberto na Mesa de Valorização do Servidor.
O prefeito esclareceu que, desde os
primeiros dias de seu governo vem trabalhando com base no diálogo, respeito e
valorização do direito dos servidores municipais. Mesmo com todas as
dificuldades financeiras da Prefeitura, ainda no primeiro semestre da gestão
foram implantadas importantes medidas em favor do servidor.
Tanto, que baseado nessa política,
convidou na quarta 28, o Sindicato dos Servidores Municipais de Macapá (SSMM)
para discutir a pauta de reivindicações da categoria, que protestava em frente à
sede da administração municipal.
O prefeito acolheu a pauta da categoria
e assumiu o compromisso de analisar as reivindicações, comprometendo-se a indicar
os possíveis encaminhamentos para as demandas. “A Mesa de Valorização do
Servidor foi uma sinalização minha, pois quero restituir o papel do servidor
municipal. Todos sabem da minha história e reafirmo meu compromisso com o povo
e a cidade de Macapá”, afirmou Clécio Luís.
Mesa de negociação
Segundo Maikon Magalhães, coordenador
da Mesa, a prefeitura não vai retirar nenhum benefício dos servidores. Ele
desmentiu qualquer notícia contrária a respeito do assunto."Recebemos a
pauta de reivindicações, algumas causas já são históricas e vêm de outras
administrações. Vamos atender o máximo de solicitações possíveis, dentro das condições
da prefeitura que, no momento, atravessa uma grande crise financeira",
afirmou Magalhães.
Reivindicações
Na pauta de reivindicações constam
inúmeros processos administrativos de Direito que nunca foram respondidos pela
gestão passada, entre elas as progressões que não foram pagas a quem é de
direito. Todas as categorias estão pelo menos com quatro progressões atrasadas.
Profissionais da educação, saúde e guarda municipal são algumas das categorias
prejudicadas.
Prestação de contas
Na ocasião, o gestor municipal prestou conta dos oito meses à frente da Prefeitura de Macapá como pagamento de R$ 20 milhões de salários atrasados,redução de 30% dos cargos comissionados na PMM; Negociação do pagamento da dívida junto à Macapaprev, num total aproximado de R$ 87 milhões; Aumento linear de 6,59%, para 6 mil trabalhadores, além dos professores e auxiliares da educação que receberam aumento salarial de aproximadamente 16%, sendo 7,97%, de acordo com o piso nacional da classe, mais a efetivação do pagamento dos 8% prometido e não cumprido pelo ex-prefeito.
O presidente em exercício do Sindicato dos Servidores Municipais de Macapá, Pedro Buchinha, na ocasião reconheceu o esforço da atual gestão municipal e colocou o sindicato à disposição. “Sabemos e reconhecemos o esforço do prefeito Clécio Luís. Vamos colaborar para o bom andamento da gestão. Temos nossas reivindicações, mas também a consciência que as demandas levam um tempo para serem atendidas”, finalizou o sindicalista.
PRECARIEDADE
Enfermeiros e médicos denunciam caos no Hospital da Mulher
Conselho de Enfermagem fiscaliza maternidade e detecta situação
insustentável, que vai da falta de materiais básicos a profissionais
Hospital Maternidade Mãe Luzia |
José Marques Jardim
A falta de
estrutura e de gestores competentes tem sido o ponto alto da Secretaria de
Estado da Educação desde que o PSB assumiu o governo do Amapá em 2011. De lá
para cá, ao menos cinco nomes passaram pela pasta sem grandes realizações. Dois
deles, Lineu Facundes e Edilson Pereira saíram indiciados pela Polícia Civil e
vão responder a processo. O mesmo aconteceu com um grupo de servidores depois
de investigações feitas dentro da SESA.
Situação da HMML |
A secretaria
transformou-se em um barril de pólvora bem ao lado de um incêndio de problemas
que consome os hospitais Alberto Lima, da Mulher e da Criança. Todos passam
ultimamente por um dos piores momentos administrativos desde que começaram a
funcionar. Mais uma prova disso foi dada pelo Conselho Regional de Medicina,
que divulgou esta semana o resultado de uma fiscalização feita no Hospital da
Mulher após receber a denúncia de que 12 bebês haviam morrido. De acordo com o
presidente do Coren, Aureliano Pires, o número de mortes não foi confirmado.
Dos 12 óbitos informados, apenas 2 tiveram confirmação, o que não deixa de ser
problema.
A partir da ida ao
hospital, o Coren enumerou uma série de irregularidades colocadas em um
documento de 14 páginas que relata situações de precariedade que vão da
estrutura física à falta de pessoal, segundo explicou o presidente.
Doutor Aureliano Pires, presidente COREN/AP |
A primeira
observação feita foi a dificuldade para o tráfego de macas para transportar
pacientes em estado grave para uma média de atendimentos que chega de 70 a 80
pacientes e tem ainda um setor de observação com espaço reduzido. Outra
gravidade é a falta de pessoal nos diversos setores. De acordo com o relatório
do Coren, na Observação não existe ninguém, enquanto o número ideal seria de
quatro profissionais. No Alto Risco trabalham dois enfermeiros, enquanto o
ideal seriam 15. No Setor de Parto Normal, existem dois, enquanto ideal seriam
12. No Pós Operatório a situação é ainda pior. Dois enfermeiros atuam em uma
realidade que exige 20 profissionais. O problema continua se agravando. Na UTI
Neo Natal, são seis enfermeiros, mas o hospital precisaria de 33 a 39. Ainda de
acordo com o Coren, a supervisão e avaliação das atividades não são r ealizadas
de forma contínua, com os registros de enfermagem não sendo feitos nos horários
padrão e nem assinados pelo profissional.
O Conselho de
Enfermagem vai enviar relatório à Secretária de Estado da Saúde Olinda
Consuelo, tratando da situação encontrada na maternidade. No prazo de 30 dias
será feita outra visita para verificar se alguma providência foi tomada.
Resumindo o que viu na Maternidade Mãe Luzia, o presidente do Coren disse ter
sido surpreendido com algumas situações. A mais chocante delas, o mau cheiro
sentido logo na entrada do hospital. “Logo ao chegar nos deparamos com aquele
odor de fossa. Aquilo é um hospital. Como pode os pacientes e os funcionários
ficarem respirando aquele mau cheiro?”, questionou Pires. Segundo ele,
problemas graves podem surgir a partir desta situação. O caso ganhou repercussão
na mídia local para logo depois ser rebatido pela secretária de saúde. Segundo
ela, a morte das crianças é algo perfeitamente normal e previsto nas
estatísticas. A declaração
dada por ela aos veículos de comunicação repercutiu negativamente. Consuelo foi
mais além e também considerou normal o odor da fossa dentro da maternidade.
Recebeu mais críticas e se calou. Na contramão, o governo anunciou as obras da
Maternidade do Parto Normal sem sequer conseguir administrar a que já existe.
A precariedade também
foi denunciada por médicos neonatologistas. Um documento assinado por estes
profissionais dá conta da falta de equipamentos básicos e deficiência de
profissionais. O primeiro item denuncia a ausência de fisioterapeutas, técnicos
de enfermagem e pediatras. O segundo item é a falta de materiais essenciais e
em perfeito estado de funcionamento, entre eles, sensores para monitor,
aspiradores, CPAP nasal, berços, incubadoras, equipo para bombas de infusão,
umidificadores e prongas para assistência respiratória, pequenos aparelho que
evita o entubamento da criança. O documento também assinala falta de álcool,
papel toalha e até sabão para lavar as mãos.
Hoje,
segundo os médicos, a proporção de técnicos de enfermagem é de dois
profissionais para cuidar de 18 a 22 crianças. Um outro problema grave são os
casos de infecção. O hospital está com seis casos de infecção por Klebsiela e
três por Pseudomonas. Além destes, existiriam mais infecções causadas por
outros agentes infecciosos.
sO pROPAGANDA
Mutirões anunciados na saúde pelo governo não passam de fracasso
Reinaldo Coelho
Da Reportagem
Da Reportagem
A falta de
equipamentos básicos e medicamentos tem transformado a estratégia de propaganda
eleitoreira do governo com os mutirões da saúde em mais uma falha
administrativa. Na última ação anunciada, dos 70 procedimentos operatórios
previstos na área da ortopedia, apenas 25 puderam ser feitos devido à
deficiência enfrentada pelos médicos. Mas a deficiência está em todas as frentes
médicas por conta da falta de estrutura. Um dos exemplos é a oncologia, onde
faltam médicos e medicamentos. A radioterapia, um dos procedimentos do
tratamento, tem que ser feita fora do Estado. A espera dos pacientes chega a
mais de sessenta dias para autorização da viagem.
Indo para o
Hospital Maternidade Mãe Luzia (HMML), a situação também é precária e foi
denunciada esta semana pelo Presidente do Conselho Regional de Enfermagem
(Coren/AP), Aureliano Pires. “O fator que me chamou a atenção foi durante a
visita realizada, que ao entrar no hospital o primeiro impacto é um forte fedor
de esgoto que exala pelo hospital, e que segundo os funcionários, vem ocorrendo
há vários dias. O resultado pode ser uma infecção generalizada nos
recém-nascidos e pacientes”, relatou Aureliano.
E agora governador?
Com tudo isso
caindo no colo do governador Camilo Capiberibe (PSB), a equipe do “tem que se
remediar o irremediável”, montou uma estratégia para tapar a visão e a fala da
população. A primeira foi a ação “Governo Perto de Você”, onde a SESA acompanha
equipes do PPA aos municípios fazendo consultas oftalmológicas, de clínicos
gerais e pediatras, além do atendimento com dermatológicas, imunização e exames
clínicos de glicemia, colesterol, HIV e aferição da pressão arterial.
Mutirão ortopédico
O enfermeiro Regiclaudo Alencar diretor do HE |
A reportagem do
Tribuna Amapaense esteve no Hospital de Emergências e conversou com o diretor,
o enfermeiro Regiclaudo Alencar. Sobre o mutirão ortopédico ele respondeu que
“o governador pediu que fosse feito o mutirão, até que a ampliação da rede
física aconteça”. Segundo ele, foi a forma encontrada para amenizar a demanda
das vítimas de acidentes de trânsito, que vem aumentando a cada dia. O detalhe,
é que sem material não há como realizar os procedimentos. Cerca de 45 pessoas
estão internadas hoje no Hospital de Emergências aguardando por cirurgia. Foram
programadas no mutirão da semana passada, 70 procedimentos, mas apenas 25
puderam ser realizados.
secretária da SESA Olinda Consuelo |
Com relação à verba
para o mutirão, o diretor explicou que sempre dispôs de verba, e que o
procedimento para pagar os médicos funciona pelos plantões. Além da falta de
equipamentos, a ausência de profissionais contribuiu para o fracasso do mutirão
ortopédico. A Secretária de Estado da Saúde, Olinda Consuelo confirmou a
deficiência em entrevista na mídia local. Faltaram anestesiologista e ortopedista.
População amapaense deve chegar a 983.304 em 2030
Joel Lima da Silva
Supervisor de Disseminação de Informações do IBGE
A população amapaense ultrapassou
a marca de 700 mil habitantes em 2013 e, em 5 anos, terá superado os 800 mil
habitantes.
Esse é um dos destaques da
publicação “Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade para o Período
2000/2060 e Projeção da População das Unidades da Federação por Sexo e Idade
para o período 2000/2030”, que o IBGE disponibiliza hoje (29/8/2013) na
internet.
Além da projeção da população
para o país e das unidades da Federação, a publicação traz projeções da
fecundidade feminina por faixa etária, da mortalidade, da esperança de vida ao
nascer para o país e para as unidades da Federação e do saldo migratório (imigrantes
menos emigrantes) internacional e interno, entre outros indicadores.
Observa-se, por exemplo, que a taxa
de fecundidade total que, em 2000 era cerca de 3,88 filhos por mulher, em 2013
é 2,42 e, em 2030 será 1,70.
Fonte: IBGE/Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica. |
Projeção da população do
Brasil e Unidades da Federação por sexo e idade para o período 2000-2030
|
*
Taxa de crescimento em relação ao ano anterior
** Refere-se à migração interestadual
*** RAZÃO DE DEPENDÊNCIA:
TOTAL: POP 0-14 ANOS + POP 65 ANOS
OU MAIS / POP 15-64 ANOS
JOVENS: POP 0-14 ANOS / POP 15-64
ANOS
IDOSOS: POP 65 ANOS OU MAIS / POP
15-64 ANOS
**** ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO: POP 65 ANOS OU MAIS
/ POP 0-14 ANOS
Os dados acima indicam ainda,
que, a taxa bruta de natalidade, em números redondos, era 35‰ em 2000, é 22‰ em
2013 e será 15‰ em 2030.
Fonte:
IBGE, Fonte: IBGE/Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e
Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica.
(gráfico elaborado na Unidade Estadual
do Amapá)
Em 2030, a esperança de vida ao
nascer será 76,55 anos. Praticamente 3 anos e meio a mais do que em 2013 (73,09
anos).
O índice de envelhecimento, que é
o percentual de idosos sobre o total de crianças, será 3 vezes maior, em 2030
do que é em 2013. Passará dos atuais 9,05% para 29,34%.
A taxa de mortalidade infantil
será 20,50‰ em 2030. Em 2013, é 23,88‰. Serão 3 crianças que deixarão de morrer
antes de completar 1 ano de idade.
Regência
de Classe
Professores
protestam contra a incorporação
Thayana do
Espírito Santo
Da Reportagem
Quatro meses depois da
incorporação da regência de classe ao salário, professores reiteram que a
aprovação da Lei 1742 não passou de um golpe. Em entrevista dada esta semana o
presidente do Sindicato dos Servidores Públicos em Educação (Sinsepeap), Aroldo
Rabelo, disse mais uma vez que “o governador Camilo Capiberibe faz uso de uma manobra suja para burlar a Lei e continuar
incorporando a regência de classe ao salário base. Dessa forma quem paga o piso
é o trabalhador e não governo do Estado. Foi um ato covarde", disparou
Rabelo.
A regência de classe
para o GEA é vista como vantagem concedida para professores em exercício pleno
de classe, já para os professores chega a ser uma ofensa. A execução da Lei
trouxe um impacto no pagamento dos professores, incluindo o décimo terceiro
salário. Passados 160 dias os protestos contra a incorporação continuam. O mais
recente ocorreu no começo da semana na Praça da Bandeira.
Na internet os
professores organizaram uma manifestação via Twitter que alcançou uma projeção rápida
com centenas de pessoas. Na sexta (30), os educadores aderiram
à paralisação nacional das centrais sindicais como forma de combater os ataques
do governador Camilo Capiberibe. Na esfera municipal os professores cobram a
falta de diálogo, o piso que não está sendo pago e o sucateamento das escolas.
“Precisamos de melhores condições de trabalho e que a verba educacional seja usada
corretamente,” disse a Diretora de Integração Municipal Maria Luiza Rocha.
DONA ANA MARIA EM SUA RESIDENCIA EM UMA RESSACA |
DESCASO COM A SAÚDE ALHEIA: “A GLOBALIZAÇÃO DA INDIFERENÇA”
Jamille Nascimento
Redação
A saúde dos amapaenses
está sofrendo com o descaso do poder público. E o maior prejudicado é o povo
carente, que não tem condições de frequentar consultórios particulares para um tratamento
digno, e acabam esperando em filas intermináveis no Hospital Alberto Lima, o único a atender as diversas
especialidades clinicas no Amapá.
Outro “gargalo” da
saúde Estadual é o tratamento de câncer, o Estado do Amapá não tem condições de
receber pacientes com esse diagnóstico, por falta de espaço físico e de
equipamentos. O Sistema Único de Saúde (SUS) está longe de conseguir suprir a
metade da demanda da população. Os poucos que conseguem de alguma forma serem
minimamente atendidos, as desculpas para a não realização de tratamento são várias:
precariedade de médicos e de profissionais da saúde,
demora nas autorizações para consultas com especialistas, falta de medicamentos
na farmácia do Estado e uma série de outros problemas que poderiam ser
resolvidos se os gestores responsáveis por este setor tivessem mais compromisso
com a população.
Denúncia
PADRE PAULO ROBERTO FEZ A DENUNCIA |
Um exemplo
do descaso com a saúde do povo é o da doméstica Ana Maria Ramos
da Silva, 53 anos, domiciliada em Macapá, portadora de câncer de mama. A doença
foi diagnosticada em 2011 e desde então ela aguarda tratamento na rede pública para
dar início ao procedimento de quimioterapia e radioterapia. “Fiz a cirurgia
para a retirada de um nódulo na mama em abril de 2013 e aguardo o resultado de
uma segunda biópsia para iniciar as sessões. Não faço nenhum tratamento, nem
acompanhamento médico desde então. Tomo só remédios para dor” disse a paciente.
Suspeita-se que o câncer generalizou para a coluna.
Drama
Em novembro de 2012 Ana
Maria foi encaminhada para o HCAL (Hospital de Clínicas Alberto Lima) onde foram
solicitados exames especializados, ao qual o Estado não tinha como realizar
levando a doente a contar com solidariedade de amigos e familiares para custear
esses exames na rede particular. Ao retornar ao Hospital Alberto Lima já com os
exames em mãos encontrou o consultório vazio,
e foi informada que a médica Leda Farias, estava viajando por motivo
particulares.
Ana Maria aguardou
alguns meses, retornou ao consultório e foi surpreendida novamente, desta vez
com um diagnóstico um pouco confuso. “A médica me disse que o resultado da
minha biópsia tinha dado negativo, que eu não tinha nada com que me preocupar”
relata Maria.
Mas as dores
continuavam e Ana Maria resolveu refazer a biópsia. Em abril de 2013 a paciente
voltou ao Hospital de Clínicas do Estado e procurou a Drª. Leda que vendo o seu
estado resolveu submetê-la a um procedimento cirúrgico onde na ocasião foi retirada
uma mama. “Diante da gravidade do meu caso ela resolveu me operar, já se
passaram quatro meses e ainda não houve contato para realização de nenhum
procedimento, pelo o que eu sinto a doença já se espalhou, ela retirou meu seio
e nunca me passou um remédio, a Dr. Leda Farias afirma que meu tratamento não
foi iniciado por que ainda tenho que fazer mais duas biópsias. Tenho lutado
contra tudo, pois acredito que ainda tenho cura” diz Maria.
Procurada pela
reportagem a médica Leda Farias, não foi encontrado na UNACON/HCAL, localizamos
seu consultório particular na PróVida e lá fomos informados de que ela se encontrava
enferma, mas nos atendeu via celular e disse que conhecia o caso e a paciente,
porém que a denúncia não correspondia à verdade. “Os exames apresentado foram
realizados por Laboratório Particular e de acordo com eles era negativo o
resultado. Comunicamos à paciente que retornou se queixando do crescimento da
mama e foram realizados outros exames, no Laboratório Albuquerque, foi quando
optamos pela cirurgia. Acompanhamos o pós-cirúrgico e pedimos novos exames para
podermos utilizar a quimioterapia ou radioterapia e a paciente não retornou.
Quero salientar que não entrei de férias e nem viajei, se prestaram essas
informações foi incorreta. Estamos aguardando o retorno de Dona Ana Maria Ramos
da Silva com os resultados dos exames e daremos prosseguimento ao seu
tratamento” disse a médica.
Negligência
Os relatos são
dramáticos e infindáveis, todos os dias crescem o número de casos de câncer no
Amapá, o descaso e a incompetência por parte do poder público estão no mesmo ritmo.
A maioria das vezes os pacientes buscam ajuda no vizinho estado do Pará, já que
o Amapá não faz o seu dever de casa.
Obrigatoriedade
de atendimento
A
lei 12.732 (que obriga o SUS a oferecer tratamento a pessoas com câncer em um
prazo máximo de 60 dias) é uma lei carregada de boas intenções. Mas o mesmo
Parlamento que aprovou essa lei é aquele que nega ao SUS recursos para que ela
seja cumprida. Dezenas de doentes já se enquadram na nova Lei, porém, o drama
continua o mesmo. O que se vê, é o Governo ignorando todas as sentenças
emanadas da Justiça. Para todos os cidadãos do Amapá, a Justiça só resolve
casos de compra de “dipirona”. Para que todos os pacientes diagnosticados com
câncer tenham o seu tratamento iniciado imediatamente, seria preciso dobrar ou
triplicar a capacidade instalada, o número de leitos e centros de tratamento.
IJOMA
DONA ANA AMARIA FOI RECEBIDA PELO IJOMA |
Padre Paulo
Roberto da Conceição Matias de Souza, Presidente e Fundador do IJOMA, afirma:
“Depois de tudo o que passamos, ao ouvir uma notícia de alguém com diagnóstico
de câncer, sempre me recordo da nossa história. Falar que o SUS é ineficiente e
cruel, é mais que comum e alivia a consciência dos gestores estaduais. Aliás,
não apenas falar, mas qualquer um que fizer uma visita a uma emergência de
hospital público, pode constatar esse fato. No mínimo, com o máximo de boa
vontade, irá se deparar com uma longa espera para o pronto atendimento.
Sei que existem exceções, mas no geral, é o quadro que se vê. Vivo isso e ouço
vários relatos que colaboram com essa agonia do SUS” relatou Paulo.
Ele conclui com os
olhos cheios de lágrimas: “O momento é sobre tudo de lembrança e de cobrança. E
as promessas de campanha sobre a saúde? É preciso denunciar, cobrando, fazendo
pressão e desconfiando todo o tempo para não deixar que nada passe sem memória.
Mantendo viva a lembrança de cada promessa não cumprida, com toda atenção e
vigilância para não deixar que o encanto do marketing político nos cegue
eleição após eleição. Não podemos esquecer. Muitos estão morrendo” conclui
Padre Paulo.
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