sexta-feira, 24 de maio de 2013






Antônio Rodrigues da Costa Junior  e Naci Nina da Costa
"Como mãe foi uma guardiã, como mulher é um exemplo de determinação e coragem. Ela é o espelho, uma cópia para ser seguida sem medo de errar". Os filhos - Antonio Manuel; Aroldo Mário;  Anioce Maria e Ayrton Mauro Nina da Costa.






As histórias pessoais são muito valorizadas hoje em  dia. Porém, elas muitas vezes têm maior valor apenas quando contadas pela mídia, que as transforma em história pública. Assim, histórias dignas, que revelam grandezas, em termos de superação e conquistas, se tornam aqui, no Jornal Tribuna Amapaense, um exemplo de vida e espelho as novas gerações de amapaenses. Cultivamos um sonho em que o individual será promovido quando o coletivo puder melhorar o dia-a-dia, e valorizarmos a história de cada um.
Cada pessoa monta sua história pessoal, com sonhos, anseios e desejos. Sabe que, pode fazer a receita para transformar o mundo, com amizade, cooperativismo, respeito às diferenças e a certeza de que haverá um futuro, onde os indivíduos serão respeitados pela história que escreveram.
Assim esta semana, a editoria do Pioneirismo começa uma série de homenagens a pessoas que já nos deixaram, porém escreveram sua história nos anais do Amapá, será feita uma por mês. A primeira dessa série é Nancy Nina da Costa, pequena na estrutura física e grande no caráter, uma educadora e mãe firme e amorosa, acompanhe a saga dessa grande mestra amapaense.
Nancy Nina da Costa nasceu na cidade de Alenquer (PA) em 30/08/1926 e faleceu em Macapá em 11/09/2007, filha de Manoel José Nina da Costa e Ildebrandina de Oliveira Nina. 
Os seus filhos Antonio Manoel Nina da Costa; Aroldo Mário Nina da Costa; Anioce Maria Nina da Costa e Ayrton Mauro Nina da Costa, que se reuniram para ajudar a montar a história da Professora Nancy. De acordo com eles a infância da nossa pioneira aconteceu em Alenquer como de qualquer outro amazônida e para iniciar seus primeiros estudos foi para Óbidos (PA) cursando o primário no Colégio São José, e em seguida  formou-se como Normalista no Colégio Interno Santa Clara em Santarém (PA). 
Depois de formada, e como tinha sido recém-criado o Território Federal do Amapá e aqui necessitava de professores, Nancy Nina veio para o Amapá. E o então governador a contratou designando para atuar no município de Oiapoque, e foi lá que conheceu seu futuro esposo o agente estatístico da Divisão de Geografia e Estatística hoje IBGE, Antônio Rodrigues da Costa Junior e se casaram em 13/06/1949. "Em Oiapoque nasceram Toninho, Eu e a Anioce e o caçula o Ayrton, nasceu em Belém", conta Aroldo.
Porém Nancy Nina da Costa não se esqueceu de estudar e procurou se aperfeiçoar para melhor exercer a profissão, como sua formação era para lecionar nas primeiras séries do antigo Ensino Primário, ela participou do Curso de Aperfeiçoamento para o Ensino Médio - C.A.D.E.S na área de  Geografia, onde poderia atuar nas quatro séries do Ginasial, aprimorou-se também no Ensino Rural,  em Psicologia e fez o Curso de Aperfeiçoamento para exercer o Ensino Primário e Ensino Médio

Família
Antonio Manuel; Aroldo Mário;  Anioce Maria 

Por ser professora, que na época era valorizado, era o sustentáculo da família. "Com muita dificuldade fomos criados dentro de uma formação de caráter, honestidade e responsabilidade, com rigidez característica das famílias daquela época. Depois de ter feito especialização pela CADES, teve melhora salarial, e ela passou anos a dar melhores condições de estudos", narra Aroldo.
Retornando para Macapá, a família Nina da Costa fixou residência na Avenida Mendonça Furtado, atrás de Cemitério N. S. da Conceição.  Nesse período os filhos de Nancy já estavam na pré-adolescência e adolescência e ai o controle era maior. A educadora não se prendia somente a sala de aula, ela gostava das atividades lúdicas e da cultura, tanto que criou um grupo folclórico no Bairro Central denominado "Canarinho", que na época junina iam de casa em casa tocando. "Tinha seu Amilar que tocava o banjo e cavaquinho", relembram os filhos.
O lazer da família era o cinema, nessa época Cine João XXIII. Para as festinhas tinham que "fugir", pois o controle era rígido. "Porém, isso foi muito bom, pois nos formou com uma personalidade de cidadão de honestidade". 
Dos quatros filhos foram gerados 12 netos e duas bisnetas, que estão dando continuidade a saga dessa brava mulher guerreira.

Tudo pela educação
Professora Nancy Nina da Costa era uma educadora voltada pela melhoria do ensino no Amapá. Tanto que ao ser nomeada Chefe do Ensino Primário da Divisão de Educação e Cultura do Amapá, não se prendia ao gabinete, ela acompanhava in loco a situação das escolas e dos professores nos municípios interioranos, e olha que na década de 60 as estradas amapaenses eram linhas de terras e lamaçais, precisava de carro com tração nas quatro rodas para enfrentar os atoleiros, que começavam na saída de Macapá. "Os motoristas daquela época, como o saudoso Osmar Melo, Wilson Senna, entre outros a apanhavam em casa e ela viajava enfrentando os dissabores da falta de condições. Porém o idealismo falava mais alto. Na sua especialidade que era a Geografia, ela sempre foi premiada como uma das melhores professoras de Geografia, junto com a Professora Ibéria. Na época minha mãe formou um círculo de amizade, que no aniversário de cada um era feita uma festa. Participavam as Professoras Risalva Freitas do Amaral, Silvia Del'Castillo,  Maria Alves de Sá, Ana Alves de Oliveira, Maria das Dores Corrêa, Raimunda Virgolina, entre outras contemporâneas".
A dedicação e o amor à educação levou Nancy Nina a ultrapassar em dez anos a mais, o limite de sua aposentadoria. "Em paralelo ela dedicou-se a prática empreendedora, foi representante da empresa de cosméticos internacional AVON. Fazia reuniões com os revendedores da marca e a revenda dos produtos". 
A aposentadoria obrigatória tirou muito do ânimo e a vitalidade daquela educadora. Sua filha Anioce relata que parecia que em um mês ela envelheceu dez anos. "Ela se aposentou pela obrigatoriedade. Infelizmente a sua morte foi proveniente de um câncer no estômago, foi rápido entre o diagnóstico e o óbito. Ela foi internada no dia 1º e no dia 11/09/2007 ela faleceu com 81 anos".

O exemplo que ficou
Questionados sobre o papel de Nancy Nina da Costa em suas vidas, Antonio Costa declara que "Ela foi a pessoa mais importante em minha vida, porque eu seguia os conselhos dela à risca, pois fui educado nesse sentido. Pai e Mãe não querem seu mal e sim o bem. Tanto que na época eu era um atleta famoso. E ela me disse: 'Acabou, acaba com esse negócio de futebol que não vai te levar a lugar nenhum'. E eu parei e me dei bem. E hoje sou, um professor graduado e pós-graduado graças a ela".
Para a única filha mulher  Anioce Maria Nina da Costa, Engenheira Agrônoma. "Como mãe foi uma guardiã, como mulher é um exemplo de determinação e coragem. Ela é o espelho, uma cópia para ser seguida sem medo de errar".
O filho Aroldo Nina da Costa corrobora com os irmãos.

Carreira 

Foi Educadora nos antigos Grupos Escolares: Barão do Rio Branco (1965), onde também exerceu a direção, na Diretoria de Ensino Primário da Divisão de Educação do ex-Território Federal do Amapá (1965), Secretária do Grupo escolar anexo a Escola Normal (1964). Vice - diretora do Colégio Amapaense, o colégio padrão (1974), Diretora da Escola de Primeiro Grau Coaracy Nunes (1976).

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