sábado, 30 de junho de 2012

Deu bode no Ciosp do Renascer I

Local destinado a construção de uma unidade policial, hoje os únicos presos do local são os animais criados pelos moradores das proximidades


por Dalton John                                                                                 

Rua Socialismo, bairro Renascer I, na Zona Norte da cidade, um dos mais violentos de Macapá é o local onde se abrigam os simpáticos animais, que lá são alimentados pelos donos. Os bodes aproveitam a estrutura que já foi construída no Governo passado, e nos fins de tarde são vistos no segundo andar observando o pôr-do-sol. Tudo muito bem, se lá fosse um recanto de caprinos na área urbana de Macapá, mas ainda não é, oficialmente. Os animais estão alojados no local que foi destinado a construção de um Centro Integrado de Operações Policiais (Ciosp), há mais de 10 anos, mas foi abandonado e ainda não foi aproveitado pela atual gestão.

A nossa reportagem procurou alguns órgãos que seriam responsáveis pelo local, mas não obtivemos uma resposta concreta, tanto da Secretaria de Infraestrutura (SEINF), do Instituto de Mapeamento e Ordenamento Territorial (IMAP) e do dono dos bodes. Não nos confirmaram se realmente vai ser construída uma unidade policial, que só viria a contribuir para a segurança pública da Zona Norte, já que os Centros do Pacoval, Novo Horizonte e Congós estão sempre movimentados de cidadãos que estão à margem da lei.   
 
Sem Segurança
Enquanto moradores do Bairro Renascer convivem diariamente com roubos, assaltos, estupros e todo tipo de violência, um prédio onde deveria estar funcionado o Centro Integrado de Operações Policiais (Ciosp) ou também o Centro de Polícia Interativa, encontra-se abandonado pelo Governo do Estado, dentro do bairro, desde o final de 2003, e se torna refúgio de marginais e consumidores de drogas, que na verdade eram para estar realmente lá, só que com o prédio construído e não inacabado.

Os animais naquele local podem tanto ser para a criação, com o intuito de obter os insumos que os caprinos oferecem, quanto de chamar a atenção das autoridades para o local, já que no populacho a expressão “ficar de bode” expressa a raiva ou revolta de alguém. Nesse caso pode ser a revolta da comunidade inteira do bairro, já que uma área considerável de poder público não é aproveitada, com tantos conjuntos e tantas escolas sendo construídas o bairro está esquecido.

Existe a necessidade de uma Creche e de um Posto Médico, assim como de um órgão policial, podendo ser da Policia Civil quanto da Militar, pois o Renascer e Pantanal são locais recuados, ficando isolado e tem dificuldade de acessar rapidamente os órgãos públicos. Isso vem deixando cada vez mais a população “de bode”.


     






   

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Meio Ambiente: Exemplo de conservação ambiental da cidade


Por Fabiana Figueiredo


Em cenário nacional, a Conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável (UNCSD), a Rio + 20, está tentando validar propostas que possam recuperar a natureza mundial já devastada e preservar a que corre riscos de se extinguirem com a modernização. De qualquer forma, não é necessário que esperemos as propostas serem decididas, mas já podemos fazer pequenas atividades que conservem o ambiente do nosso meio.

Temos um exemplo de preservação na cidade de Macapá, um cidadão exemplar, católico e devoto da padroeira do seu bairro, que leva o nome da santa, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Ele ainda faz essas ações benéficas, pois acredita que podemos mudar a realidade de nosso país e de nosso Estado começando, apenas, a partir das ruas de nossas casas. Vestindo um blusão velho, calça desbotada, um par de botas galocha - aquelas de plástico - e luvas, ele muda um pouco do cenário do seu bairro e dos bairros Cidade Nova I e II.

Todo sábado já é de se esperar que tenha mutirão de limpeza pela própria população nesses bairros os quais fizeram uma parceria com o cidadão exemplar, que não se esquece de cuidar do espaço público.

Seu nome é Antônio de Deus Nunes dos Santos, mais conhecido como o Vereador Antônio Grilo. Isso mesmo, Vereador da Cidade de Macapá, eleito pelo povo, exorbitadamente por grande parte da população do bairro Perpétuo Socorro. Antes de tudo, ele é um cidadão, que está preocupado com o futuro do local onde mora e com as gerações futuras. 

Ele conta: "As coisas não andavam, o bairro era muito sujo e tínhamos uma dificuldade enorme de viabilizar limpezas nos bairros. Como fui eleito com o intuito de ajudar a comunidade, em setembro de 2006 resolvi fazer um mutirão, convidei uns amigos, meus assessores e o presidente do bairro do perpétuo socorro, Jorge Pacheco, para iniciarmos uma limpeza aqui perto da minha casa."

Mesmo com as dificuldades, alguns instrumentos novos foram comprados, como 10 pás, 10 vassouras grandes, 10 enxadas e mais uns carrinhos de mão. "Alguns diziam que eu era doido, porque isso era trabalho da prefeitura. Outros me apoiavam, dizendo que era a primeira vez que viam alguém trabalhando assim pela comunidade. Isso foi me encorajando", lembra o vereador orgulhoso da ação que faz. "Já é uma questão de honra fazer esse mutirão."

Antônio Grilo fez parceria com os presidentes de bairros do Perpétuo Socorro e Cidade Nova I, onde fazem os mutirões alternadamente nos sábados. Jorge Pacheco, presidente do bairro Perpétuo Socorro, afirma que os mutirões já são uma necessidade da comunidade. "Fazemos a limpeza, conscientizamos a população através de panfletos. Pode chover, ventar, fazer sol e, todo sábado, nós estamos na rua fazendo esse tipo de ação, que é fazer a limpeza do bairro", diz Jorge.

Edinaldo Guedes, presidente do bairro Cidade Nova I, parabeniza o vereador pela iniciativa e concorda que a comunidade acolhe muito bem os ajudantes. "É um trabalho feito dentro das vias, onde a gente tira todo e qualquer lixo que tiver, recolhe e capina. Têm pessoas que ajudam nos serviços, outros que fazem a feijoada. Esse trabalho do Vereador Grilo tem ajudado bastante a comunidade", ele afirma.

"Eu me sinto muito realizado com esse trabalho e toda a comunidade sabe disso. Eles chegam oito horas, tomam café da manhã comigo e vamos trabalhar sem hora para acabar. No verão, nós até pintamos o meio fio e os postes", conta o vereador Grilo, lembrando da importância do mutirão. "Eu faço isso exatamente para mostrar que eles são tão importantes como qualquer outro cidadão. Que eles têm papel fundamental na preservação ambiental, porque se todos fizermos um pouquinho, a cidade melhora.  Nós temos a responsabilidade de limpar pelo menos a frente de nossa casa, se fosse assim, nossa cidade não seria suja. Por isso, nós podemos, sim, contribuir com a nossa cidade."

Intercâmbio: Alunos do Conexão Aquarela podem estudar no exterior


Por Fabiana Figueiredo

Ontem (22), a Escola Conexão Aquarela recebeu e, hoje (23), continuará recebendo representantes da Universidade Americana Bluefield College. A visita tem o objetivo de encontrar alunos talentosos dentro da escola e, estes, poderão receber bolsas de estudo para cursarem sua graduação nos Estados Unidos.

No Estado de Virgínia, Estados Unidos, a Bluefield College conta, atualmente, com quatro acadêmicos brasileiros dentre os mais de 800 cursandos, divididos entre os 42 cursos da universidade americana.  

Entre os representantes presentes em Macapá, estão o vice-presidente da universidade, Trent Argo; o diretor esportivo, Peter Dryer; e a facilitadora e intérprete, Sandra Lima Argo, os quais apresentam as propostas da universidade aos alunos do 9º ano do ensino fundamental até os do 3º ano do ensino médio, e, também, à ex-alunos dos últimos dois anos da Escola Conexão Aquarela.

No primeiro contato, os alunos ficaram bastante entusiasmados com a oportunidade de cursar seu ensino superior no exterior, um sonho de muitos à ser realizado, que, por meio desta parceria, ficou bem mais próximo e acessível.

Para o vice-presidente da Universidade Americana Bluefield College, essa é uma grande oportunidade aos alunos do Conexão, principalmente pela circunstância de se profissionalizar fora do Brasil, conhecendo novas culturas e outras realidades. "Acreditamos que a educação de um jovem só é completa quando ele é exposto ao mundo", afirma Trent Argo.

A universidade reforça a importância do esporte na vida do educando através dos 14 times esportivos e 300 atletas que os compõem, competindo nacionalmente com mais de trezentas outras instituições dos Estados Unidos. "Acreditamos que os desempenhos esportivo e acadêmico se completam para o crescimento diário do futuro profissional", declarou Peter Dyer, diretor esportivo.

A escolha
Em visita ao Brasil, a Universidade selecionou oito instituições de ensino com perfis que chamassem a atenção da Bluefield - características intelectuais, esportivas e culturais em potencial. Através de Sandra Argo, que já foi diretora de várias escolas no Brasil, e do atual diretor da escola, Alberto Serra, o Conexão Aquarela foi escolhido pelo seu histórico de 20 anos de sucesso na educação amapaense.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Economia: Substituição Tributária

"O impacto sobre às micro e pequenas empresas é grande não somente no
 Estado do Amapá, mas em todo o Brasil", afirma presidente da FECOMERCIO

Por Gabriel Fagundes


Recentemente, houve rumores na mídia local de que cerca de 67 micro e pequenos empreendedores amapaenses fecharam as portas de suas empresas por consequência do regime de substituição tributária. Mas, segundo dados da Junta Comercial do Estado do Amapá (JUCAP), esse número assustador não é corresponde com a realidade: no período de 01/01/2000 à 19/06/2012, somente três empresas declararam falência.

Ainda assim, o novo regime de tributação, de fato, tem gerado muita controvérsia no cenário nacional. Se por um lado a substituição tributária tem beneficiado os médios e grandes empresários, de outro, os micro e pequenos têm sofrido. O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amapá (FECOMERCIO/AP), Ladislao Pedroso Monte, declarou em entrevista ao Tribuna Amapaense que a substituição tributária, embora não seja um fato novo, suscita muitas discussões e que, indubitavelmente, os micro e pequenos empreendedores são, ainda, os que mais sofrem com a mudança. "A questão da substituição tributária é um fato que já tem pelo menos 20 anos de existência. A lei permitiu que os Estados fizessem convênio para que o responsável pela arrecadação do tributo criasse o contribuinte substituto, daí o nome substituição tributária. Esta é uma forma eficiente de arrecadação que os governos encontraram para que não haja evasão fiscal. Sobre o impacto às micro e pequenas empresas, sim, ele é grande e não ocorre somente no Estado do Amapá, mas em todo o Brasil. Em compensação, existe uma lei que foi aprovada em 2006, que é a lei complementar n° 123, que instituiu o 'Simples Nacional', concretizando o tratamento simplificado e favorecido que a Constituição Federal exige para as micro empresas e para as empresas de pequeno porte."

O presidente também afirmou que medidas estão sendo debatidas no Congresso Nacional para a resolução desse quadro de dificuldade que os micro e pequenos empreendedores estão passando, e que a substituição tributária tem pontos positivos. "Os Estados de todo o Brasil não querem abrir mão da grande receita obtida através do recolhimento de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos micro e pequenos empresários. Para as médias e grandes empresas é uma medida muito eficaz, porque ela deixa essas empresas num patamar de igualdade para competir no mercado. Esse é o grande ponto positivo da substituição tributária: ela deixa o mercado com poder de competitividade muito grande."



A voz do empreendedor
Domingos Vasconcelos
O empreendedor Domingos Vasconcelos Costa, dono do Comercial Vasconcelos, declarou sua indignação, e disse que a substituição tributária deveria ter sido mais discutida com os donos de micro e pequenas empresas. "O Governo devia ter chamado os micro e pequenos empresários para sentar e conversar mais, encontrar um consenso para melhor conduzir a situação. Os grandes e médios empresários têm várias forças que os ajudam a mantê-los no mercado, como bancos e fundos nacionais, diferentemente dos micro e pequenos, que na sua maioria ainda estão engatinhando, buscando o crescimento inicial."

Sobre o impacto da substituição tributária no rendimento da empresa, Domingos Vasconcelos afirmou: "Foi complicado. Não estávamos preparados para a mudança, que veio de repente e sem dúvida nos abalou. A reunião que tivemos com um representante do Governo não foi suficiente para chegar a um consenso. E, infelizmente, se o Governo não tomar as medidas necessárias para resolver essa questão vai chegar um momento em que o cerco irá apertar para o empreendedor de pequeno porte, que vai fechar as portas da própria empresa por conta da substituição".


A visão do economista

Economista Charles Chelala apontou
soluções para as atuais controvérsias da
substituição tributária
Na opinião do economista e professor universitário Charles Chelala, o regime de substituição tributária, apesar de ampliar e tornar mais eficaz a arrecadação dos Estados, reduz o capital de giro dos micro e pequenos empreendedores, distorce a planilha de Margem de Valor Agregado (MVA) e trata de forma igual empresas de porte diferente. "A redução do capital de giro ocorre porque o contribuinte se vê obrigado a lançar mão de seu caixa para antecipar o pagamento do imposto, bem antes da venda do produto." O economista continua, e aponta uma solução. "Para solucionar esta questão, seria interessante conceder um prazo diferenciado (de acordo com o porte das empresas, por exemplo) para o pagamento do tributo relativo à mercadoria submetida ao regime. Atualmente o contribuinte amapaense tem que recolher até o dia 10 do mês subsequente. Em vários Estados, como São Paulo, o prazo é de 60 dias após o mês em que a mercadoria ingressou na Unidade da Federal. Já o Estado do Pará isenta todas as empresas que fazem parte do Simples Nacional, de realizarem o pagamento antecipado do tributo. Vale ressaltar que a falta de capital de giro tem sido um dos fatores que mais ocasionam a 'mortalidade precoce' de micro e pequenas empresas (MPEs)". Sobre a MVA, Chelala diz: "Há também controvérsias em torno da margem de valor agregado, que é o percentual adicionado ao valor da compra da mercadoria junto ao fornecedor, presumindo-se que seria o adicional de venda no comércio varejista. É sobre o MVA que se calcula o ICMS final do produto. Como se trata de uma planilha média, baseada em experiência de outros Estados, é comum que haja distorções (para mais ou para menos) neste cálculo, tanto entre os produtos quanto entre as empresas, pois as margens de comercialização dependem de diversos fatores que não podem ser captados por uma planilha estática." Acerca da última dificuldade mencionada, Charles Chelala finaliza: "Na Lei Complementar que instituiu o 'Simples Nacional' estão incluídos regimes diferenciados para diversos tributos de competência federal (como imposto de renda, PIS, Cofins), o ISS municipal e também o ICMS estadual, o qual deveria ser cobrado em alíquotas entre 1,35% a 3,95%, conforme a receita bruta da empresa. Ocorre que a própria lei do 'Simples' exclui desta cobrança diferenciada as mercadorias sujeitas ao regime de substituição tributária, ou seja, submete as MPEs à mesma norma de cobrança das grandes empresas."

Atleta de Ponta: Rafael Pena e Santos - Capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança

 
 Por Fabiana Figueiredo
  
Um instrumento importante da resistência cultural e física dos escravos, hoje cria ótimas oportunidades para jovens e crianças de diversas partes do mundo. Mesmo que essa prática ainda seja censurada em muitos olhos. A capoeira está dando chances de uma vida melhor para Rafael Santos, o atleta de ponta desta semana.

"Tudo me chama atenção na capoeira. Pois envolve esporte, música, instrumental, canto, condicionamento físico, arte marcial e cultura popular." Assim Rafael define seu esporte favorito. Ele teve o primeiro contato com o esporte no ano de 2000, em que começou a praticá-lo na Escola Estadual Mário Andreazza, bem perto de sua casa no bairro do Perpétuo Socorro, em Macapá. Apenas dois meses depois, sua escolinha de capoeira, que passava por problemas, foi desativada e ele deixou o esporte.

Rafael conta que: "Eu fiquei dois anos sem praticar capoeira, foi muito ruim. Em 2002, quando eu tinha 14 anos, o trabalho do professor Michel começou aqui no bairro, na associação dos moradores, então eu voltei para a capoeira, e me desenvolvi até hoje. Não parei mais."

De lá para cá muitas coisas mudaram. Hoje, com 23 anos, Rafael é aluno formado no esporte e um dos melhores alunos do seu grupo. Ele teve a oportunidade de fazer parte do grupo União Internacional de Capoeira Regional Mestre Zambi (UNICAR), que é a junção de vários grupos do Estado da Bahia e de Angola. Contando com cerca de 40 alunos de várias idades, o estilo do grupo é regional, que foi uma adaptação da capoeira original, pelo Mestre Bimba.

Ele já participou de vários batizados, que na linguagem capoeirista significa passar de nível, amadurecer, avançar graduação, é um momento honroso, onde o aluno recebe uma nova corda. Assim como em algumas outras artes, a capoeira também diferencia os atletas pela cor da corda. A corda de Rafael Pena é vermelha, representa que ele tem conhecimento e a sabedoria para transmitir aos outros capoeiristas.

Apenas em 1930 a luta foi considerada um esporte nacional brasileiro, assumindo as discriminações e preconceitos já existentes. Como que uma herança, esse esporte não tem apoio do Governo do Estado, nem por meio da União dos Capoeiristas do Amapá, mas Rafael ainda acredita que um dia a capoeira terá ajuda e se disseminará.

Com medalhas de bronze e prata, conquistadas em uma competição escolar, Rafael agradece pelo incentivo da família e deseja "poder chegar onde meu professor-mestre está: participando de vários eventos dentro e fora do país, viajando pelo mundo todo e ensinando a várias pessoas a capoeira e os benefícios que ela traz", afirma Rafael.

Atleta do Passado - Ubiratã Espírito Santo, o Bira


Campeão Brasileiro, vice-campeão 
da Liberadores, além campeão de Mineiro, Gaúcho e Paraense. Bira até hoje é considerado por muitos o maior jogador do futebol amapaense

Por Dalton John

Quem passa pela Praça Nossa Senhora da Conceição, no bairro do Trem, e vê aquele campo em que hoje os peladeiros de divertem nos fins de tarde e que em alguns meses do ano é palco da Copa do Mundo Marcílio Dias, nem de longe imagina que lá foi o maior celeiro dos craques que já fizeram história no nosso futebol. 
 
Naquele campo todo cercado e pouco maltratado, já deu lugar a lama, a areia, ao capim e as traves de madeira, e também felicidade, pois era com esse espírito que nas décadas de 60, 70 e 80, os garotos da paróquia jogavam e se tornavam craques. 
 
Quantas e quantas vezes nesta editoria você leu que um craque começou no futebol nesta praça? Foram muitos, e nesta semana temos mais um deles, nacionalmente o maior deles, Ubiratã Espírito Santo, o Bira. Um centroavante clássico, matador, finalizador, que apenas como seu futebol conquistou o Brasil em 1979, jogando pelo Internacional de Porto Alegre. Mas até chegar lá muitos marcadores foram driblados. 
 
Na Praça da Conceição, com 12 anos, o jogador foi para o amador do E.C. Macapá, e por lá ficou até os 18 anos, mas deixou a sua marca. Ajudou o clube a conquistar o primeiro Copão da Amazônia em 1975, em Rondônia. Bira marcou no jogo do título, o terceiro gol da vitória do clube por 3x0 sobre o Ferroviário, time da casa.

Temporada Paraense
Ao atingir a maior idade, partiu para Belém, para jogar no Paysandu. "Durante uma partida, eu, Albano e Aloizio jogamos muito bem e fomos convidados para fazer um teste no Papão. E mostramos nosso futebol logo no primeiro jogo: marquei um gol, o Aloizio segurou tudo lá atrás e o Albano foi o nome do jogo, imediatamente fomos contratados para integrar um time que tinha Bacuri, Marciano e Reginaldo", conta Bira.

Jogando pelo Remo, em 1979,  Bira conquistou o posto de
maior artilheiro em uma única edição do Campeonato Paranse
No ano seguinte partiu para o Remo, onde ele mesmo afirma que foi onde teve as maiores glórias de sua vida, e foi o clube que fez Bira conseguir visibilidade nacional e ser pretendido por grandes clubes do futebol brasileiro. No Leão conquistou o tricampeonato paraense em 1977, 1978 e 1979, sendo que nos dois últimos foi artilheiro da competição. Até hoje é o maior goleador da história em uma única edição do paraense, em 1979 fez 32 gols. No campeonato brasileiro, Bira é o terceiro maior artilheiro do Remo, com 27 gols, e é um dos poucos jogadores que em toda história da competição, marcou cinco gols em uma só partida, o fato aconteceu em 28 de maio de 1978, na vitória de 5x1 sobre o Guarani (SP).  
 
Do Trem para o Beira-Rio
Em 1979, entre algumas propostas de fora do norte, inclusive do Flamengo de Zico, Júnior, Tita e Adílio, ele recusou e ficou conhecido nacionalmente na época como Bira Burro, mas a alcunha não vingou e ele partiu para o Internacional, que na época contava com um elenco estelar: Benitez, João Carlos, Mauro Pastor, Mauro Galvão, Cláudio Mineiro, Batista, Jair, Falcão, Valdomiro e Mário Sérgio, era comandado por Ênio Andrade. 

No título invícto de 79, o Colorado somou 16 vitórias e 7 empates
 O amapaense se encaixou perfeitamente no esquema tático do colorado, tanto que no mesmo ano o Internacional se consagrou campeão brasileiro invicto, feito que até hoje não foi alcançado por nenhuma outra equipe, em uma campanha com 16 vitórias e 7 empates. Na decisão com Bira em campo, o colorado derrotou o Vasco dentro do Maracanã por 2x1, somado a vitória no segundo jogo por 2x0, o título era indiscutível.  
 
No clube gaúcho, Bira ainda foi bicampeão estadual, e vice-campeão da libertadores em 1980. De lá partiu para o exterior, jogou uma temporada no Universidad de Guadalajara no México, onde conquistou o vice-campeonato nacional. Voltando ao Brasil, ainda jogou mais um ano e meio no Internacional até ser negociado com Atlético-MG. No Galo foi tricampeão estadual, onde jogou junto com Toninho Cerezo, Reinaldo, Zinho e Éder, craques que posteriormente defenderam a seleção.
 
Depois de fazer carreira no futebol nacional, retornou a sua terra de origem, e por aqui encontrou um futebol competitivo, mas que nem de longe lembrava os bons tempos das décadas de ouro do Glicério e do Zerão. Hoje o campeonato local vive de poucos investimentos e importações absurdas de jogadores de outros Estados, diferentemente das saudosas peladas na Praça Nossa Senhora da Conceição. 

Esportes - UFC 147 e Paralimpíadas Escolares


John Macapá enfrenta
Hugo Wolverine no UFC 147 

Por Dalton John

Mesmo fora da final do reality show The Ultimate Fighter, o lutador amapaense estreia na edição 147 do UFC, o maior torneio de lutas do mundo. Seu adversário, Hugo Wolverine também participou do programa, ambos foram eliminados nas quartas de final. O confronto será hoje, no ginásio Mineirinho em Belo Horizonte. A luta será pela categoria peso-pena, e na preparação do amapaense para o combate estão em BH os amapaenses Orlando Júnior (técnico) e Ricardinho Dias (Professor de Boxe).

Nos últimos dias, informações relatavam que John Macapá estava em busca de patrocínio e, por não ter conseguido inicialmente no Estado, uma empresa paraense estava disposta a patrocinar o amapaense, o que faria com que o atleta retirasse o “Macapá” de seu nome artístico, o que movimentou as redes sociais. Porém, John dará prioridade para os patrocínios locais, uma clara manifestação de que não deseja se vincular a outro Estado.

Procurado sobre o assunto, o Secretário do Desporto e Lazer, Luiz Pingarilho afirmou que estudará uma maneira de dar apoio ao amapaense. "É necessário um apoio para o John, porém um atleta do porte dele, lutando no UFC, tem um padrão muito alto de manutenção. Vamos fazer uma proposta que esteja de acordo com os cofres da Secretaria. Sem dúvida nenhuma, queremos ver o John representando o Estado. Não podemos ignorar que o MMA é uma febre no Brasil inteiro, e não podemos ficar alheios a isso, tanto que na edição do Jungle Fight, realizado na última semana, exigimos que fossem dadas oportunidades para os atletas locais", declarou.  


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Estado do Amapá foi o primeiro a confirmar
inscrição nas Paralimpíadas Escolares

A competição é apontada como a principal base para a escolha de atletas, de acordo com o Planejamento Estratégico do Comitê Paralimpíco Brasileiro, com o objetivo de formar a equipe que representará o país nos jogos Paralímpicos no Rio de Janeiro em 2016. A competição tem a chancela do Ministério do Esporte, e também é o único evento que qualifica os alunos/atletas com deficiência para o programa Bolsa Atleta na categoria escolar.
 O Amapá já confirmou sua participação na edição deste ano, que será realizada na cidade de São Paulo, entre os dias 15 e 20 de outubro. A competição é destinada aos alunos com deficiência física, intelectual e visual, na faixa etária de 12 a 19 anos e que estejam regularmente matriculados no ensino fundamental e médio. Serão dez modalidades esportivas reconhecidas pelo Comitê Paralímpico Internacional: atletismo, bocha, futebol de cinco, futebol de sete, goalball, judô, natação, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas e vôlei sentado. A expectativa de participação é de 2mil pessoas entre atletas, técnicos e dirigentes das 27 Unidades da Federação.

Artigo do Gato - Cadê o Amapá dessa turma?

Olha! Não vou escalar esse time do Santa Cruz. Nem vou dar a data da foto. Citarei apenas dois atletas. Pereira e Frutuoso. Dos que estão em pé, Pereira é o terceiro e Frutuoso o último da direita. Falo dos dois. Um porque é meu pai e o outro, pai do meu amigo Nivaldo, o Pitico. Mas a idéia é mostrar que foram esses homens que construíram este Estado e, com certeza, a intenção não era ver o Amapá trilhar o caminho que trilha. O caminho de uma guerra fratricida.

Vivemos um clima do quanto pior, melhor. Ninguém sabe aonde isso vai parar. A certeza é que para a sociedade amapaense é péssimo. Uma troca de acusações constantes e absurdos jurídicos sendo fabricados ao sabor de quem manda.

Ando meio cabisbaixo nesse Amapá dos dias atuais. Não vou falar de confusão. Chega! Isso enche o saco de qualquer um. Fico na realidade triste de ver que o Estado que foi construído com tanto sacrifício por estes homens e tantos outros, virou uma bagunça.

O que está de errado por aqui? Tudo? Não conseguimos avançar naquilo que interessa, de verdade, à população. Nossos ganhos são poucos. A saúde, por exemplo, está caindo pelas tabelas, e a culpa não é só do governo atual. Imaginem os senhores que o Hospital Geral de Macapá, que hoje mudou de nome é Alberto Lima, foi construído pelo Janary. Que, além do São Camilo, só temos este no Estado. A maternidade é da mesma forma. Assim como o Pronto Socorro, entre outros.

Ficamos sempre procurando culpados para tudo. Se a economia não avança, a culpa é do fulano que não fez isso, não fez aquilo. Se a educação vai mal, a culpa é do beltrano que faz aquilo, do sicrano que não fez assado. Porra! Vamos parar com essa brigalhada besta! Vamos dar as mãos em prol deste Estado!  Vamos resolver o problema do Amapá, digo, do povo do Amapá.

Não queremos viver a fantasia de que tudo está bem, mas, com certeza, não é essa política do entreguismo que vai mudar a realidade do Amapá. Quem não tem pegado que atire a primeira pedra? O telhado vai ficar intacto. Todo mundo erra.

Na realidade, me sinto num "Big Brother". Todo mundo falando com desconfiança. Não fale no celular que você pode estar sendo gravado. Quem está do seu lado pode ser alcaguete. Cuidado!

Que clima desagradável! Há quem aja com boa intenção, e há quem aja com o fulcro de destruir adversários e se perpetuar no poder. Estamos num Estado policialesco, meu Deus. 

Estamos, mesmo, ficando com medo de tudo. Ninguém mais tem segurança jurídica. Quem se preparou para fazer justiça, diz que não acredita mais nela. Então sobra o quê?

Vou dizer uma coisa: esse, com certeza, não é o Amapá que eu queria para meus filhos e muito menos para meus netos.

Funarte realiza em junho, oficina de fotografia no Amapá




Por Aracyara Macedo

De 25 a 29 de junho, a Fundação Nacional de Artes (Funarte) realiza no Amapá, em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) a oficina "Fotografia contemporânea: entre o local e o global", com a fotógrafa Shirley Penaforte. Com duração de uma semana, o curso tem como proposta desenvolver ações lúdicas a fim de despertar a sensibilização do olhar e propor discussões sobre a produção fotográfica na contemporaneidade. A oficina será realizada no Museu da Imagem e do Som (MIS), localizado no Teatro das Bacabeiras.

A programação inclui o aprendizado de técnicas fotográficas e confecção de brinquedos que ajudam na percepção de cores, texturas, luz e sombra. Haverá também duas saídas fotográficas. A intenção é levar os alunos ao Curiaú, onde residem remanescestes de quilombolas, e à orla da cidade. Ao final do curso, será realizada uma exposição com as imagens produzidas. Para participar da oficina, é recomendável possuir câmera fotográfica digital ou um aparelho telefone celular com câmera fotográfica.

Sobre as oficinas do programa Desafios Contemporâneos As oficinas de artes visuais do programa "Desafios Contemporâneos" visam contribuir para a redução das desigualdades regionais, bem como colaborar com a criação de ferramentas e mecanismos para a desconcentração de infraestrutura e dos meios de acesso cultural. Além disso, pretende criar fluxos de produção e de formação de profissionais de artes visuais e de público com a valorização da diversidade. 

Ao todo, este ano, 27 oficinas práticas/teóricas estão previstas para ocorrerem no Pará, Amapá, Tocantins, Goiás, Roraima, Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí, Acre, Rio Grande do Sul, Sergipe, Pernambuco, Bahia, Amazonas, Alagoas, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

Sobre Shirley Penaforte
Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade da Amazônia (Unama), é mestranda em Comunicação Linguagens e Cultura pela mesma universidade. Como fotógrafa participou dos salões Arte Pará; Victor Meireles; Rumos visuais do Itaú Cultural; Fotonorte II; e Fotografia Anos 80 e 90. Em 2010, foi contemplada pela Bolsa Funarte de Fotografia Marc Ferrez. Recebeu, entre outras premiações, o Prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo - categoria especial (mídia impressa), em 2008; o Prêmio Esso de jornalismo - categoria regional, em 2002; e o primeiro lugar na categoria fotojornalismo na Croácia, em 1998. Desde 2000, trabalha nos jornais "Amazônia Hoje" e "O Liberal".

Serviço
Desafios Contemporâneos 2012
Oficina "Fotografia contemporânea: entre o local e o global", com a fotógrafa Shirley Penaforte
De 25 a 29 de junho de 2012

Carga horária: 40 horas
Local: Museu da Imagem e do Som
Teatro das Bacabeiras
rua Cândido Mendes, s/n° - Centro - Macapá - AP
Informações sobre as inscrições 
Secretaria de Estado da Cultura
3225-0126 (Katya Lacerda)


Semeando o conceito de Arte Pública


Em treze anos de atividade continuada no extremo Norte do Brasil, a Cia. Ói Nóiz Akí vem se consolidando como uma das mais importantes companhias de arte de nosso estado. Afinal de contas, são treze anos de uma pesquisa contínua em busca dtranspasse a barreira ator/ espectador, e sirva de espaço para a fruição do conhecimento e da cidadania. Tal comprometimento com a produção, difusão e consumo artístico-cultural de nosso povo, nos colocou no hall dos grupos teatrais amapaenses, mais premiados nacionalmente, a exemplo do Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz, Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna, Prêmio Funarte de Arte na Rua, dentre outros.vinculado às principais redes de articulação do fazer teatral no Brasil como: Rede Brasileira de Teatro de Rua - RBTR, Rede Nacional de Teatro Infantil - RENATINe Palco Fora do Eixo - PFE, ampliando as formas de fazer e pensar teatro, e protagonizando as discussões acerca da arte enquanto direito cidadão de todo e qualquer brasileiro. Assim, afim de exercitar o que acreditamos ser arte publica, colocamos nossa produção a disposição de quem dela precisar, ou se interessar. Apartir do mês de junho, quinzenalmente estaremos apresentando espetáculos, Sketch, performances e experimentos cênicos de nosso repertório e de grupos e companhias parceiras, gratuitamente em bairros privados da vida cultura da cidade. A primeira ação se deu no dia 17 de junho do corrente ano, no bairro do Perpétuo Socorro, na área conhecida como CAESINHA às 17:00 horas. Na ocasião apresentamos: Bonequinha de Pano (Musical Infantil), Ator. Poesia (Performance Adulta) e Rimancete (Comédia Livre). Participaram conosco desta primeira ação os grupos: Arte Encena com seus experimentos cênicos, Cia. Êta Nós... com A Formiga contra o Mosquito da Dengue, Trupe do Pato com Pato e Laranjinha, Grupo Eureca com João Cheroso e João do Céu Vendendo Cordel, Cia. Supernova e Grupo Teatral Hemisfério com pinturafacial e brincadeiras diversas.

Todos os grupos e companhias participantes desta ação são filiados ao Coletivo de Artístas, Produtores e Técnicos em Teatro do Estado do Amapá - CAPTTA, um coletivo que exercita a execução de projetos em regime de produção colaborativa e que no decorrer dos seus 04 (anos) de existência provou que é possível produzir arte à margem do paternalismo do poder publico. A receita é bem simples, para que isso se evidencie de fato, é preciso que pseudo artístas abdiquem de suas condições de iluminados, renunde conforto, arregacem as mangas e partam para ação. Arte não é luxo, é necessidade vital para o engrandecimento intelectual do homem, por isso, é preciso socializa - la!!!

Conheça um pouco mais de nossos projetos e ações em: 
http://www.ciaoinoizaki.blogspot.com.br

Cultura Viva - Forte eu?

Em um grupo de dez pessoas pelo menos 02 nos dizem diariamente que somos fortes, somos? Vejamos, nascemos por meio da dor de nossas mães, grande parte de nós convive desde cedo com conflitos familiares, brigas, violência e aprendemos a nos defender antes de aprender a namorar.

Na adolescência convivemos com os conflitos da idade e dos hormônios, somos depressivas e nunca, nunca mesmo, somos capazes de nos olhar no espelho e nos sentir bonitas, encontramos espinhas, os cheiros da pele ficam diferentes, os pelos escurecem e crescem demais, ou seja, nos sentimos monstrinhos, fora do contexto da vida.

Na nossa fase de adultas convivemos com as incertezas da escolha da carreira a seguir, os namoros sérios e platônicos. Somos capazes de estudar, trabalhar, ajudar a família e administrar conflitos com amigos, namorados, namoridos e amantes.

Chega um dia em que decidimos dividir nossas vidas com alguém que achamos, na grande maioria das vezes, muito especial. Casadas vamos nos multiplicar para atender a casa, o marido, os filhos, as cunhadas, os cunhados, cachorro, gato, periquito, papagaio e por ai vai. Administramos a casa, a carreira do marido, os estudos dos filhos e nossas carreiras, conseguimos arranjar tempo para freqüentar academias, aulas de dança, salões de beleza e manicures, afinal temos que permanecer belas e maravilhosas porque nossos maridos querem mulheres com cara de atrizes de cinema.

Fazer tudo o que falei acima cansa, cansa tanto que hoje eu tenho coragem de dizer pra todos vocês meus queridos leitores, não sou forte, sou frágil e quero colo. Tenho carências, acho que todas nós temos, quero um homem que me proteja, abra a porta do carro pra mim, puxe a cadeira no restaurante, pague a conta em vez de dividi-la.

As feministas que me perdoem, mas não sou feminista, sou feminina, quero rosas de presente, quero que a data do meu aniversário seja transformada em uma data especial, que o primeiro beijo seja relembrado. Quero um homem que adivinhe meus pensamentos, que me transforme em deusa, que faça com que eu me sinta a pessoa mais especial do mundo.

Forte sou na hora de defender quem amo, mas quero alguém que me defenda, que parta pra briga cada vez que alguém me olha de atravessado, que caminhe na minha frente para que o meu caminho não seja tão árduo, que me acorde e me faça dormir com beijos e que me preencha por completo. Sei que confessando tudo isso entro em conflito com o que as mulheres defenderam a via inteira, vou gerar uma guerra, mas também tenho consciência que devem existir milhares de mulheres que pensam exatamente como eu penso.

Não quero ser igual aos homens, fui criada de maneira diferente, meu corpo é suave e cheio de curvas, minha pele é macia, não tenho barba ou bigode, minha voz tem outro timbre, se sou diferente na aparência sou diferente também na maneira de pensar e agir e se fomos criadas com suavidade porque lutar para nos equiparar aos homens e perder essa suavidade que nos faz diferentes?

Somos intuitivas, agimos com o coração, estamos sempre nos doando, somos seres plenos de riquezas, mistérios e belezas. A cultura patriarcal fez de tudo para conter a nossa energia, uma energia que assustava, assustava porque não era entendida, se não era entendida tinha que ser domada, mas não conseguiram porque, como diz Chico Buarque não temos medida e nunca teremos.

Tentaram nos dobrar, amassar, rasgar a nossa alma feminina, para fazê-la caber no baú de uma cultura inconsciente, para tornar o Feminino se não aceitável ao menos tolerável, não conseguiram porque foram suplantados pela nossa suavidade, homem não vive sem o nosso eu feminino. Eu quero continuar suave como uma pluma e feroz como um leão para defender quem amo.

Antenados - Carta anônima


Cheguei em casa estourado, cansado, cansado de tanto pensar, tentar ser um cara legal. Cansado de o pessoal pisar em todo mundo no escritório, e mais ainda cansado de forçar otimismo e acreditar que tudo vai melhorar, para mim e para os outros capachos lá do serviço. 

A caminho de casa, gritei, xinguei, urrei. Voltei assim caminhando feito um cão atropelado, sangrando, já nas últimas. Humilhado pelo assistente do subchefe, o que me resta? Isto significava não ter qualquer chance de crescer um milímetro sequer. Nunca.

Desiludi-me com a vida, de modo geral. Aquela desilusão que alguma hora nos abate. Entrei logo batendo a porta, tirei a gravata como se escapulisse da forca, joguei-me na poltrona surrada da sala. Pensei seriamente em pedir demissão, quebrar a cabeça na parede, eu sei lá. Pensei em fugir de casa, ir morar dentro do meu carro quebrado, e sobreviver da renda que daria se eu vendesse minha coleção de HQs.

"Um homem de trinta anos não pode continuar fazendo coisas de garoto"... E, é claro, eu deixaria minha esposa.

Um derrotado. Um fracasso total. Um homem sem perspectivas, sem riqueza, sem encanto.
Eu estava decidindo a melhor forma de me vingar do sistema, ou de morrer, quando ela apareceu na sala e grunhiu: 

 "Chegou uma carta aí pra você".

Jogou alguma coisa no meu colo, e quando abri os olhos já evaporara outra vez.

Contas! Contas a pagar!

Espera... Não.

"Hum...".

Fiquei curioso. Uma carta mesmo? O que poderia...?

No verso do envelope, no campo "destinatário", estava escrito: "Ao seu jeito manso".

O meu... O quê? Meu "jeito manso"?! Seria um código? Refrão de pagode? Engano?

Abri. Ninguém se identificava como remetente. Eu sabia, pelo menos, que não viera pelo correio. Alguém não muito longe de mim. Dediquei-me à boba alegria, de repente descoberta, de decifrar a missiva secreta.

Meu remetente anônimo começou:

"Nem tente. Não tente descobrir quem escreve a você. Será impossível, esforço inútil. Ademais, não importa. É só para dizer que você tem aí um tesouro para o qual talvez ainda nem tenha atentado, mas aí está... É esse seu jeito manso que me faz pensar que tudo ficará perfeitamente bem. Como você faz para convencer a todos de que as coisas podem realmente dar certo? Acredito que, se um dia você perder essa sua tranquilidade, o mundo também perderá de vez o próprio eixo.

Não quero que você pense que quem aqui escreve é alguma espécie de tresloucada. É apenas uma alma abatida, que um dia descobriu conforto no jeito manso de um broto tranquilo, de modos calmos e fala agradável. Esse sujeito era você. Agora sempre penso que tudo vai dar certo, porque as suas palavras naquele dia me convenceram de que seria assim. A minha vida (talvez eu esteja exagerando, mas pode ser verdade) mudou desde quando você, sem esforço nenhum, me fez entender que as coisas nunca estão muito ruins, mesmo quando assim parecem.

Agora esclareço: Eu devia isso a você. Devia esta carta em gratidão, porque até mesmo a mais singela gentileza entre desconhecidos pode gerar uma cadeia de bons acontecimentos que devem ser devidamente retribuídos. Assim eu retribuo. Pedindo a você que nunca deixe de ser a pessoa maravilhosa que você expõe, ainda que eu só tenha tido a chance de percebê-lo durante aquela curta interação no metrô... Espere! Estou falando demais. Você provavelmente não lembra. Lembra-se de quando me respondeu que horas eram, e sorriu? Não, acho que não. Mas se sim, saiba que acaba de ajuntar ainda muito mais pontos do que antes.

Enfim, meu caro desconhecido... Consegui descobrir o suficiente para chegar até aqui, ao seu endereço. E não prossigo, exceto para reforçar: Não deixe nunca de ser você. Não perca esse seu jeito manso, a voz segura e calma que falou comigo no metrô. Você parecia felicíssimo, mesmo que, conforme me disse, seu carro tivesse quebrado logo naquela manhã, tão importante. Não deixe de ser a pessoa divina que me pareceu, de coração tão leve e bom-humor imbatível, e que ainda me fez ter a irrepreensível vontade de possuir em mim essa mesma alma, esse mesmo espírito e a mesma mansidão que há em você. Não me puna por amá-lo secretamente, querido estranho, desde aquele dia... Você é um daqueles pequenos milagres...".

E era tudo. Terminava aí. Abrupta e infinitamente bela. Uma letra idosa. Talvez cansada. Mas bela. Quem seria?... Eu não conseguia lembrar. Havia sido tão traumático aquele dia em que o carro quebrou e eu pegara o metrô, porque a promoção tão esperada não veio! Tudo desde então parecia vir desabando... E agora, esta carta... Esta carta escrita por... Eu não conseguia lembrar-me de jeito nenhum! Uma vaga e imprecisa ideia de que tivesse dito as horas a uma senhora grisalha e tristonha no metrô, mas não tive certeza. 

Eu apenas... Apenas sorri. E o mundo voltou a ser o mesmo, o mesmo belo mundo que era belo demais para que eu pensasse em desistir. Ah! A delícia de se descobrir especial...

Crônica originalmente publicada no blog da colunista (acessaessa.blogspot.com), em 14 de março de 2012. Para ler mais textos dela, confira a página.

De Tudo um Pouco - Estatuto do Idoso - 3 A violência contra o idoso


Neste mês,  quando a sociedade manifesta seu descontentamento, sua decepção, sua angústia e outros tantos adjetivos mais, esforçando-se em despertar nessa mesma sociedade, só que do lado opressor, os melhores conceitos sobre os DIREITOS DA PESSOA IDOSA, em cumprimento a regência contida no seu Estatuto federal e alguns Estaduais, finda-se em comprovar seu descumprimento pelo poder econômico, principalmente o bancário, em razão de que esses estabelecimentos não cumprem as determinações constitucionais e estatutárias ( do Estatuto do Idoso ). 

As manifestações de entidades, as mais diversas possíveis, buscam meios alternativos de divulgar o Estatuto; realizam encontros com idosos no intuito de orientá-los  quanto a exigência de seus direitos, principalmente os que dizem respeito a TRATAMENTO PRIORITÁRIO OU PREFERENCIAL. É nesse aspecto que a "onça bebe água" ( desculpem a frase ).

Dias atrás, mais precisamente quinta, sexta, segunda e hoje (terça, 19),  precisei dos  serviços  bancários e, nessas andanças de um para outro, verifiquei que não há diferença no  chamado TRATAMENTO PRIORITÁRIO OU PREFERENCIAL.

O fato é que esse tratamento ou melhor, esse direito do idoso, não está sendo cumprido pelos Bancos. O horário é regulado pelo Banco Central e deve iniciar, precisamente, as 11:00 h. Se alguém quiser constatar, sem precisar dos serviços bancários, é só ficar de plantão em frente a esses estabelecimentos, e constatará a aglomeração de pessoas ou seja, clientes, que no mínimo chegam as 9:00 h, formando filas para receber SENHA de atendimento. Os idosos também fazem fila.

Este fato aconteceu, hoje, na Agência do banco do Brasil, com sede na Av. Coriolano Jucá. Cheguei ao Banco as 10:00 h e já havia quatro pessoas na fila. As 11:00 h, em ponto, chegou o funcionário que atende os clientes para entrega de SENHA. Bem apessoado e alinhado, abre as gavetas da mesa e retira papéis usados, rasga-os e joga na lixeira. Joga álcool sobre a mesa, passa a flanela e sorri. Em seguida liga o computador, aciona as teclas, sorri, e apático a choro de crianças, reclamação de idosos mais idosos, diz que o atendimento inicia somente as 11:00 h, Pasmem, leitores, ele não percebeu que já eram 11:20 h. Todos de posse de sua SENHA, alguns idosos encontravam dificuldade para subir as escadas que levam ao pavimento superior. Por que não um Caixa, só para idosos, no térreo? Fica a sugestão, senhor Gerente do BB da praça Barão. Bem, em relação ao tratamento PRIORITÁRIO OU DIFERENCIADO, continua só na Lei.  

Dois registros que nunca pensei em fazer: 1) Falecimento do PIP AUGUSTIN SOLIVA, ex-Presidente Internacional da Associação Internacional de LIONS Clubes, AL 1996/1997, adotando o slogan PONTES, com quem privei da amizade e companheirismo quando fui Governador do DL-26, cujo colegiado usou a frase identificatória AMIGOS PARA SEMPRE. 2) Igualmente o falecimento do amigo, compadre, colega de estudos no Colégio Amapaense e no vestibular de 1967,  piadista e gozador JOSÉ UBIRAJARA DA SILVA, o BIRA. Médico, filho de Dona América e esposo da Esmeralda. No MFC nossa amizade foi solidificada na participação da Equipe de Base PIO XII. Seus colegas José Jucá, Teles, Puruca e eu, pedimos que Voce, ao encontrar-se com o Francisco Oliveira, o Camarão, aí no andar de cima, possam interceder por nos outros que continuamos sentindo suas faltas. 
DESCANSEM EM PAZ, à direita do Grande Arquiteto do Universo.

Boas Palavras - Compartilhando

Esta semana quero apresentar-lhes Paul Washer. Um pastor norte-americano, o qual se converteu enquanto estudava na Universidade do Texas, com 21 anos. É muito conhecido por uma pregação, dada numa Conferência em 2002, a qual foi intitulada de "Pregação Chocante". Esse título me despertou a curiosidade e resolvi carregá-lo no Youtube para assistir. Excelente! Atrever-me-ia a colocar dois temas a essa pregação: Voltemos ao Evangelho ou O Sentido Real do Cristianismo. Repassei este vídeo aos meus amigos, assisti com a minha família, e como poderia esquecer de vocês?! Parafraseei a pregação, infelizmente, não caberia o espaço se fosse colocar ela por inteiro, mas peço-lhes que quando tiverem oportunidade, assistam! Carreguem no Youtube e sejam edificados por essa pregação maravilhosa, que é fundamentada em Mateus: 7. Vamos lá...

"Quando olhamos para o cristianismo americano, percebemos o quanto ele é mais baseado em uma cultura sem Deus do que na Palavra de Deus. Tantos jovens e adultos enganados em crer que por terem feito uma oração uma vez em suas vidas eles irão para o céu. E então, quando eles olham ao redor e veem outros que confessam a Cristo e veem essas pessoas tão mundanas quanto o Mundo e comparam-se uns com os outros, nada perturba seus corações! Eles pensam 'Bem, eu sou igual à maioria do meu grupo de jovens. Eu vejo coisas que não deveria ver na TV e rio das coisas que Deus odeia. Eu uso roupas sensuais. Eu falo como o Mundo. Eu ando como o Mundo. Eu amo a música do Mundo. Eu amo tanto essas coisas do Mundo! Mas graças a Deus eu sou um cristão! Por que eu sou um cristão? Porque eu não pareço diferente da maioria das pessoas da minha igreja e houve uma vez na minha vida que eu fiz uma oração e pedi pra Jesus entrar no meu coração'.

A maior heresia da Igreja Evangélica Protestante Americana é que se você orar e pedir pra Jesus entrar no seu coração, Ele definitivamente entrará. Vocês não encontrarão isso em nenhum lugar das Escrituras. O que vocês precisam saber é que a salvação é pela fé, e fé somente em Jesus Cristo. A fé somente em Jesus Cristo é precedida e seguida de arrependimento. Um abandono do pecado, um ódio pelas coisas que Deus odeia e um amor pelas coisas que Deus ama. Um crescimento em Santidade e um desejo de não ser como a Britney Spears, não de ser como o Mundo, e não de ser como a maioria dos cristãos americanos, mas de ser como Jesus Cristo!

Olhe para as Escrituras como ela é, pare de se comparar aos outros que dizem que são cristãos. Compare a si mesmo com as Escrituras. Que superstições têm invadido a nossa denominação? Você sabe o que a Bíblia diz para os cristãos fazerem? 'Examine-se a si mesmo.' Teste a si mesmo à luz das Escrituras para saber se você está na fé. Teste a si mesmo para saber se você é um cristão.

Ouça a Palavra de Deus e comece a se fazer algumas perguntas! 'Entrai pela porta estreita...' Só há um Deus. Só há um Mediador entre Deus e os homens e o Seu nome é Jesus Cristo! Não é uma questão de múltipla escolha, não é como se todos os caminhos levassem a Roma! Como denominação, nós sempre ensinamos as pessoas o que Jesus ensinou às pessoas: 'Eu Sou o caminho, e a verdade, e a vida, e ninguém vem ao Pai senão por mim.' Então eu louvo a Deus por isso: Que a única forma que qualquer ser humano, nesta Terra, ser salvo é por meio de Jesus Cristo! E ponto final. 

Você precisa entender que a Bíblia diz: 'Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus'. Nascemos totalmente depravados, odiando a Deus, nós nunca buscaríamos a Deus, nunca iríamos a Deus, nós nos rebelamos contra Deus, quebramos toda a Lei. Não é só uma questão de que você já pecou. A questão é: você nunca faz nada além de pecar! A Bíblia diz nos profetas que 'até as nossas maiores obras são como trapos de imundícia perante Deus.' E por causa disso, você sabe o que merecemos? A ira de Deus! O ódio santo de Deus! E vocês dizem: 'Espere um pouco, Deus não pode odiar ninguém. Deus é amor!' Não, meu amigo. Você precisa entender uma coisa. Jesus Cristo ensinou, os profetas ensinaram, os apóstolos ensinaram que, a não ser a graça de Deus, revelada em Jesus Cristo nosso Senhor, a única coisa que resta para você é a ira, a violenta ira de Deus! Por causa de sua rebelião e de seus pecados. Deus tem de odiar, porque Ele é amor!

Se hoje você é salvo, não foi salvo porque os romanos e judeus rejeitaram a Jesus. Você não foi salvo porque eles colocaram uma coroa de espinhos na sua cabeça, nem foi salvo porque eles perfuraram o tórax de Jesus com uma lança. Você não foi salvo nem mesmo porque eles O pregaram na cruz. Você é salvo porque quando Jesus Cristo estava pendurado naquela cruz, ele levou seus pecados, o pecado do povo de Deus. E toda a violenta ira de Deus que deveria ter caído sobre você, caiu sobre Seu único Filho. [...]

Se você é genuinamente um cristão nascido de novo, um filho de Deus, você andará pelo caminho da justiça como um estilo de vida, e se você se desviar desse caminho de retidão, o Pai virá até você. Ele irá discipliná-lo, Ele o colocará de volta naquele caminho. Se você professa que entrou pela porta estreita, mas continua andando pelo caminho largo, assim como todos que são carnais e depravados, a Bíblia quer que você saiba que você deveria ficar terrivelmente amedrontado! Porque você não conhece a Deus. 

Agora, o que você é chamado para fazer? Você diz: 'Entrar pela porta estreita' Como você faz isso? Jesus disse 'O tempo é chegado, o Reino de Deus se aproxima'. O que você deve fazer?! Em Marcos, Ele nos diz: 'Arrependa-se! E creia no Evangelho!'[...]".

Tudo isso é só uma parte do que precisamos ouvir e lembrar todos os dias! Vejam-no por completo, garanto que não se arrependerão. Que sejamos dia a dia encorajados a servir o Senhor de TODO o coração, verdadeiramente, pois MUITO Ele fez e tem feito por nós. Boa semana a todos!

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...