sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Internet excessiva + jovens = Alienação

Jovens alienados ao computador têm prejuízos tão graves quanto aos que usam drogas



Abinoan Santiago
Da Reportagem/Estagiário
Lan house, Email, Orkut, Facebook, Myspace, Messenger, entre outras palavras relacionadas a redes socias nunca foram tão pronunciadas entre os jovens.  Isso se deve a ‘democratização’ da internet no mundo. Mas será se essas palavras são capazes de fazer efeitos na vida de um jovem? E que efeito poderá ser esse, bom ou ruim?
Escrever sobre as conseqüências da internet parece está fora de moda, mas enganam-se quem pensa isso, ainda mais quando estamos falando sobre o efeito que elas causam sobre os jovens, afinal, eles são os maiores usuários dessa tecnologia.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Portal Educacional, dos 10,5 mil jovens  de todo o país, na faixa etária de 13 a 17 anos, 99% possuem computadores em casa, sendo que metade possuem dentro do próprio quarto, e 55% usam computador todos os dias, sendo que 40% usam internet de 2 a 4 horas por dia durante a semana, e 15% ficam conectados por mais de 8 horas.
Apesar de a pesquisa ter sido realizada em todos os estados, não podemos generalizá-la e dizer que essa é a realidade de todos os jovens, mas com base nela devemos ficar em alerta sobre o uso da internet entre os jovens. Ainda mais quando esse uso se torna um vício e conseqüentemente trás malefícios ao jovem.
Vícios
Sexo, álcool e drogas deixaram de ser as únicas dependências entre os jovens. Hoje existem outras como o computador, dependência causadora de Sono irregular, mau desempenho na escola, isolamento e obesidade, esses são apenas alguns dos efeitos que muitos adolescentes possuem quando passam boa parte de seu tempo na frente da telinha do computador
Na escola
Segundo uma pesquisa realizada pela University College of London, na Grã-Bretanha, em vários países, incluindo o Brasil, os estudantes já não são capazes de ler e escrever textos longos porque a internet faz com que a mente deles funcione de maneira diferente do cérebro das gerações anteriores. 55% dos mais de 10 mil jovens disseram que não conseguem se concentrar ao ler livros, pois os mesmos podem ‘saber’ do título na internet.
A pesquisa ainda apontou que o Brasil é o país da América Latina que mais possui usuários da internet e mais da metade desses são os jovens. Quando os jovens brasileiros foram questionados sobre o uso da internet, notou-se que o lazer, diversão e busca de um amor ainda é o principal atrativo deles nas redes. O uso para o conhecimento está longe de ser o motivo para procurá-la.
Muitos alunos de escolas públicas e particulares fazem os seus trabalhos escolares usando o meio ‘Crtl+C/Ctrl+V’, (Copiar e Colar). A maioria não se preocupa em usar as fontes apenas para poder interpretá-las fazer as suas atividades.
Tem casos de estudantes que entregam o trabalho escolar errado, pois não o leu, apenas copiou e colou. Lembro-me muito bem quando estava no Ensino Médio e uma companheira de classe entregou o seu trabalho de Geografia errado. A professora pediu para que ela pesquisasse sobre o estado do Amazonas, mas a aluna acostumada com a internet e não com os livros entregou a professora a sua atividade sobre o Rio Amazonas e não sobre o estado do mesmo nome. E como você deve ter imaginado, a nota da mesma foi zero.
Esse é apenas um exemplo de como a internet usada de maneira irregular pode afetar os jovens na escola. Conversando com alguns professores, notamos que o melhor rendimento entre os alunos são daqueles que não possuem computador ou daqueles que os pais acompanham o uso da internet.
Sonos irregulares
Algumas pessoas de idade mais avançada já chegaram muitas vezes atrasados na escola pelo fato de ter acordado tarde, mas naquela época eles passavam as madrugadas estudando e porque não dizer que ficavam ‘comendo’ os livros. Porém os jovens de hoje chegam tarde ao colégio e dormem nas aulas por causa da madrugada no Orkut, Facebook e MSN.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) indica que a maior parte dos jovens do país usa computadores à noite e que esse hábito está causando problemas de sono e no rendimento escolar.
A pesquisa entrevistou 160 adolescentes entre 15 e 18 anos, concluiu que 65% dos jovens usam computador à noite e, desse total, cerca de 80% utilizam o PC entre 18h e 6h. Enquanto isso, 90,4% utilizam nos fins de semana das 17hs às 3 horas da madrugada.

O trabalho da Unicamp mostrou que os adolescentes estão de fato abusando do uso do computador à noite. Os usuários apresentam elementos de distúrbios do sono e têm mais dificuldade para adormecer e para acompanhar as tarefas escolares no dia seguinte.
A insônia é o principal distúrbio do sono entre os jovens. Os adolescentes demoram a pegar no sono e acabam ficando de duas a seis horas acordados por noite. Esses estudantes são que possuem as piores notas e também carregam o título de ‘turista’ – apelido dado ao aluno que falta muito.
Um caso extremo de irracionalidade devido dependência aos computadores aconteceu na Coréia do Sul, onde um jovem de 28 anos morreu de ataque cardíaco depois de passar mais de 50 horas na frente de sua máquina (computador) jogando RPG, um jogo de estratégia. De acordo com a polícia da cidade de Daegu, o jovem passou as últimas horas totalmente alienado ao jogo, se levantando apenas para ir ao banheiro, até que o coração não agüentou o esgotamento.
Outros problemas
Os jovens estão cada vez mais se isolando do mundo, passando a maior parte do seu tempo em Cyber Cafés ou dentro dos seus quartos na frente de seus computadores, eles se tornam pessoas anti sociais para com as outras ao seu redor. Estão imergindo nesse ‘mundo virtual’ e esquecendo-se do real, quantos hoje ainda brincam nas ruas com amigos? E se brincam, ainda são aquelas mesmas que fazíamos na nossa época, como pique esconde, garrafão, entre outras? Talvez não.
Outro problema entre os jovens é a sua relação com as redes sociais. Estatísticas revelam que os jovens são “assuntos particulares” nas redes, eles lideram o topo do ranking quando nós tratamos de quem usa mais essas redes de relacionamentos. As conversas anônimas começam com trocas de email, depois evoluem para mensagens instantâneas (MSN), em seguida com o andamento das conversas e o surgimento do jovem pela a pessoa que conheceu através da internet, acontecem encontros, na maioria das vezes com desconhecidos.

Segundo a pesquisa do Instituto Educacional, através do programa “Este jovem brasileiro” confirma dados observados  no que diz respeito à forma como os jovens estão se relacionando: 60% dos participantes da pesquisa já usaram a Web como forma de conhecer pessoas, sendo que desses, 27% usaram as redes sociais para tanto; 38% já fizeram amigos na Internet que trouxeram para a vida real e 25% já “ficaram” com pessoas conhecidas por meio da rede. Ao se aproximar de um desconhecido, 97% dizem não confiar logo de cara em quem conhecem pela rede - 44% admitem a possibilidade de marcar encontros reais, 32% seriam muito cuidadosos, 10% teriam algum tipo de cuidado, mas 2% não teriam maiores preocupações.

Analisando a pesquisa do programa “Este jovem brasileiro, percebemos que o estes expõe na Internet e tem noção do impacto que essa exposição pode ter em sua vida futura. As respostas dos adolescentes entrevistados revelam que 71% costumam postar fotos; 7% já colocaram fotos ou filmes mais ousados na rede. 35% não usam filtros para impedir que qualquer um acesse as suas informações e quase 7% costumam abrir a webcam para pessoas que não conhecem. Do outro lado, muitos já enfrentaram problemas por causa dos conteúdos publicados na Internet: 17% no namoro.

Até o sexo virtual já foi inventado nas salas de bate-papo, o “sexo seguro”, chamado assim por muitos praticantes, mas será se podemos chamar de seguro? Não, afinal não sabemos quem é a pessoa que está no outro lado da webcam, já houve casos de pessoas que gravaram esse tal sexo e postaram em sites de hospedagem de vídeos na web, 10% já enfrentaram problemas por causa de imagens ou posts publicados por outras pessoas na rede.

Qual o papel dos pais?

Muitos pais pensam que com o computador em casa o filho possuirá conhecimento, enquanto outros acham que com o uso da ferramenta o mesmo prende o filho em casa, mas de certa forma estão fazendo tudo errado. Prender o seu queridinho filho no seu quarto não é sinônimo de proteção, e muito menos de conhecimento, como você já viu nessa matéria. O que os pais devem fazer é filtrar e controlar o acesso dos filhos a internet, e mais, incentivando-os a praticar esportes, tentar fazer com eles se relacionem com outras pessoas, de preferência da mesma idade ou até mesmo incentivá-los a ler mais livros.

10 sintomas para saber se você ou seu filho é um viciado na internet

Listamos aqui 10 itens para que você possa saber o estado do seu filho, e por que não o seu. Analisando o comportamento, se 6 itens for o que o mesmo do seu filho, comece a ficar preocupado.

1.      Quando esquece o celular em casa sente-se perdido, isolado do mundo... porque não pode verificar as atualizações do Facebook e Twitter enquanto está fora, no trabalho, no escritório.
2.      Verifica sua sua conta do Facebook ou Twitter ao menos 20 vezes ao dia.
3.      Se não receber um comentário no último post de seu blog em menos de 12 horas, pensa que seus leitores te abandonaram e entra em contato com o servidor de hospedagem para saber se não estão te boicotando.
4.      Nega-se a sair no fim de semana sem levar seu notebook.
5.      Tem mais ícones de redes sociais em seu celular  que aplicações de produtividade.
6.      Comprou um iPad e só utiliza-o para atualizar Facebook a partir de uma tela maior que a do celular quando está fora de casa.
7.      Tem mais amigos on-line que na vida real.
8.      Tuita no celular enquanto está andando.
9.      Vai ver o Facebook ou Orkut inclusive antes de escovar os dentes pela manhã.
10.  Comprova as últimas atualizações das redes sociais antes de ir dormir.

4 comentários:

  1. Realmente. Estamos cada vez mais viciados, e sem a tecnologia muitas vezes nós sentimos totalmente perdidos e isolados.

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  2. Muito bom este post! Vai me ajudar bastante em um trabalho.

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  3. Parabens pelo texto, apesar de ser de 2011, continua atual.

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